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quinta-feira, 24 de maio de 2007

Olimpíadas - a continuação

Ontem tive uma noite ligeiramente esquizofrénica (até agora, nada de novo...) Foi engraçado. Na realidade, mais que engraçado! Foi hilariante. Para perceberem porquê, imaginem o seguinte cenário: eu, de pés descalços encostados ao braço de um sofá, e o artista munido de pincel e caneta, pronto para criar a sua magnificente obra na sua tela viva, a caneta a passar por todos os nervos da planta do pé, e eu a tentar desesperadamente não me contorcer toda... Ri até às lágrimas. Tudo isto, em nome dos meus fãs. Ai, como sofro!

Para já, temos já duas fotos inscritas nas ditas Olimpíadas (vejam o post anterior). Vamos a ver como corre... Eu acho que mereço Ouro, tenho dedinhos delicados, sou eu e mereço! Mai nada.




Por favor sintam-se à vontade para me bajular o arco pédico, ou a forma linda como cada dedinho parece proferir uma ode à perfeição...

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Olimpíadas

Como qualquer aficcionado por desporto e absurdo saberá, o ser humano gosta de competir e, portanto, inventa desportos de tudo e mais alguma coisa, aos quais assiste bem sentadinho no seu sofá. Ele há Olimpíadas de enfardanço de cachorros-quentes, de dormidas, de sexo, de cantar tirolês... Ah, também há de exercício físico.

Assim sendo, e dentro do espírito científico que pauta este blog, a vossa corajosa repórter resolveu sacrificar-se, em nome do jornalismo de excelência a que já vos habituou, para vos relatar o fascinante mundo das...

*rufar de tambores, se faz favor*

...Olimpíadas de Pés! (até dá vontade de respirar fundo, não dá?)

Pois é, pois é, recebi um convite para mostrar os meus chispezinhos delicados numa página de Internet, para representar orgulhosamente as cores da nossa bela nação. O objectivo é "vestir" o pé com as cores do país do participante, de modo criativo, indo os ditos depois a votos. E, tendo em conta que sou a única participante lusa, tenho que me esmerar, porque não quero que o primeiro lugar vá para o chulé alheio...

Vou-vos dar, então, uma antevisão da oitava maravilha do mundo, que irá, certamente, fazer as delícias dos meninos e meninos amantes de patinhas humanas.


Merecedor do Ouro, não é verdade?...

1. Para vossa grande alegria, este ficheiro não vem agregado com odor.

2. Se me der na real gana, vou mostrando aqui os resultados das Olimpíadas.

3. Se eu nunca mais falar neste assunto, é ÓBVIO que não é porque os meus pés foram terminantemente rejeitados por seres sem um pingo de sensibilidade e bom gosto...

sábado, 12 de maio de 2007

E, para não fugir ao espírito do Gato Metaleiro...

...e sabendo que toda a gente está a morrer de saudades da minha pessoa, resolvi presentear todos os valentes (atenção que isto não é para os fracos do coração) uma visão do meu eu interior. A minha alma, se quiserem.

Aqui vai, em todo o seu esplendor:

Uma alma sem cáries, ein?...

Quanto vale o teu canudo?

Como já todos saberão, o nosso Governo decidiu criar o programa Novas Oportunidades, que se destina a valorizar o percurso profissional do português que, por uma razão ou outra, não perseguiu um percurso académico universitário. Este programa, embora louvável na sua teoria - se não tens um canudo mas sabes muito da tua área de trabalho, então a malta dá-te uma certificação toda gira e oficial, para pendurares na parede da casa-de-banho (que é, na minha opinião, o melhor local para exibirmos os nossos louros académicos), além de te ajudarmos a estudar mais e saberes mais. No fundo, é pôr o lusitano menos habilitado a estudar. Isto parece bem, certo?

O que me desgostou - e a muita mais gente, a avaliar pelos comentários jornalísticos que li um pouco por toda a parte - foi a forma como o Governo tentou mostrar que estudar mais é giro e fixe: pegou em meia dúzia de celebridades nacionais e pô-las em profissões menos qualificadas, expressando que seria nesse lugar que estariam hoje na vida caso não tivessem estudado mais. Toda a gente conhecerá o cartaz com a cara da Judite de Sousa, jornalista, sentada detrás de uma banca de jornais. A frase de ordem é "Esta é a Judite que não estudou."

Ora, isto é tudo muito bonito, na teoria, mas irrita-me por duas razões fundamentais:
  1. Porque carga d'águas nos faz crer a nossa força política no poder que ser vendedor de jornais num quiosque, ou jardineiro, ou empregado num cinema, é ser menos? Não são essas profissões dignas e necessárias, tais como a do investigador ou do lixeiro? Estará o Governo a mostrar-nos que, de facto, continuamos num país onde quem é gente é o "doutor" e o "engenheiro" e o resto é paisagem?
  2. Eu tenho um canudo. Esforcei-me por ele. Sou psicóloga num país em crise, onde as pessoas estão insatisfeitas e, se calhar, mais do que nunca, beneficiariam dos serviços de gente na minha profissão. E sabemos que pessoas a precisar de nós é o que mais há, não há é a vontade e a disponibilidade financeira para usufruir desses serviços... E cá estou eu a tentar trabalhar na minha área, sem conseguir, vendo-me forçada a ocupar um lugar menos "qualificado" que tiro a uma pessoa que escolheu estudar menos do que eu. Fico eu insatisfeita e essa hipotética pessoa desempregada.

O que me remete para a pergunta final, aquela do milhão de Euros (quem me dera, quem me dera): Sr. Primeiro-Ministro, visto que ter menos que uma licenciatura é ser Ninguém nesta terra, e estudar mais é que nos garante empregos, isso quer dizer que a culpa da minha falta de oportunidades é toda minha, certo?

E ainda há-de haver quem me diga que este post não é humorístico...