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quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Cisne... sem lago


Aqui vai o cisne que comecei ontem à noite e acabei hoje à hora do almoço. Que acham? :) Aceito encomendas e, para quem me prometer alguma coisa gulosa, até dou lições, eheheh...
Desculpem lá a má qualidade da foto, mas não consegui focar melhor que isto. É um cisne nublado, pronto...
Esta técnica é usada pelos filipinos e eu achei muito engraçada, foi a mulher do meu pai que me ensinou a fazer. Ela diz que até dá para fazer cestas, e eu estou super curiosa! Qualquer dia planto-me lá em casa para aprender a fazer mais uma coisa nova e depois conto... De qualquer forma, thank you, Lorena!

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

O Rato do Alemão


Aqui há um par de semanas, o botão esquerdo do rato do meu portátil deu o seu último suspiro e finou-se. Melhor dizendo, bloqueou-se, já que era impossível clicar, dado estar preso. Eu, no meu espírito de boa portuguesa, resolvi "desenrascar" o meu problema passando as definições do dito para utilização da mão esquerda, assim o botão mais usado passaria a ser o direito...
Pois bem, a coisa funcionou, mas foi sol de pouca dura, pois antes de eu poder dizer "Aha! Sou uma rapariga mesmo idiota" (leia-se "cheia de ideias") em plenos pulmões, comecei a ter conflitos com os botões do próprio portátil, pelo que tive de abandonar a minha manigância e passar a usar o touchpad e os botõezinhos do portátil, que é coisa que eu, confesso, detesto.
O meu rato é muito giro, é assim pequenino e maneirinho, com um fio que dá para esticar e encolher a gosto. Enfim, dentro do material informático ao alcance do meu bolso, posso dizer que é algo que me fazia inchar de orgulho por ter um ar tão catita. Pela módica quantia de €20, era meu.
Como eu tinha o recibo, dirigi-me à Worten para trocar o referido objecto, mas não àquela onde o tinha comprado. Esperei uma infinidade de tempo para ser atendida e, quando já estava a ponderar usar um isqueiro para accionar o detector de incêndios e obter alguma atenção, eis que vem o ÚNICO funcionário da loja ter comigo.
- Posso ajudar?
- Sim, vinha trocar um rato que comprei.
- Mas tem algum problema?
- Evidentemente, senão não vinha trocá-lo...
- Sei lá, podia ter sido uma oferta, ou...
- (interrompendo) ok, seja, mas é por defeito.
- Tem recibo?
- Tenho.
Entreguei o recibo, mostrei o rato. Entretanto, fui à secção dos ratos e constatei que não havia outro igual ao meu, mas pensei que eles me devolveriam o dinheiro (ahahaha!) ou mandariam vir outro igual, mas... claro que não! O funcionário explicou-me que tinha que o devolver à loja onde o tinha comprado e, no caso desta marca em questão (TARGUS), era necessário eles entregarem o rato ao fornecedor, para depois eles decidirem se mo trocavam por um novo ou reparavam o velho... O tempo estimado desta coisa toda? Um mês...
Claro que a minha cara ficou com um saudável tom de azul e eu retorqui que preferia ir a uma megastore ver o que me diziam. Meu dito, meu feito, e levei o rato de novo para casa.
Entretanto, fui forçada a usar o portátil sem rato, o que me deu imensas alegrias... not!
Quando cheguei ao Algarve, combinei com a minha mãe irmos ao AlgarveShopping e trocar lá o raio do rato, que já me causava urticárias. Um belo dia, fizémo-nos à estrada e, contentes da vida, lá chegámos ao nosso destino, 50km depois.
Quem vai ao AlgarveShopping não pode ficar sem ir à FNAC, e foi o que fizemos. Claro está, comprei coisas. No total, cerca de €25 de coisas... Quando me preparava para ir à Worten, pergunta sacramental da minha mãe:
- Trouxeste o rato, certo?
Ia-me dando um treco. Errado! Tinha-me esquecido dele! Ai, mais uma daquelas ocasiões em que temos vontade de meter a cabeça na areia...
Bem, sem rato nada feito. É da maneira que voltamos cá, exclamei eu. 100km feitos por causa de um rato e não tinha tido a decência de me recordar de o trazer.
Eu tenho um grande amigo que é o principal culpado disto tudo, que é alemão. Vocês devem conhecê-lo, dá pelo nome de Alzheimer e pelos vistos gosta de me importunar nas alturas menos próprias...
Da segunda vez, lá voltámos à Guia, rumo à loja. Desta vez nem foi preciso chegar lá, estava na Via Infante de Sagres quando me deu um calafrio.
Isso mesmo, voltei a esquecer-me do rato! Maldito alemão!
Claro que fui à FNAC, comprei €20 de coisas e, para ajudar, ainda gastei €5 a jantar.
Nesta altura, estou a torcer para não me esquecer de o levar da próxima vez, e estou sinceramente a considerar colar o rato com supercola 3 à testa (se bem que isso fosse dificultar a entrega do dito na loja, mas pronto, pormenores)...
Consideremos que a minha demanda fica sem incidentes à terceira tentativa e que o alemão não me prega das suas: farei 300km no total e terei gasto €25+€25+€15 (este último de combustível) para reaver uma porcaria de um rato nanico!
O meu touchpad parece-me cada vez mais sedutor...

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Gatos... metaleiros



Este blog chama-se, como os mais atentos repararão, "O Nicho do Gato Metaleiro". Pois bem, a verdade é que ainda não coloquei nada aqui que fale de gatos, como bem comentou a Pipa, que tirou os três ao blog (o SPAM não conta, pois claro - ver "comentários" ao primeiro texto).
Claro que me enchi de vergonha. Não morasse eu num apartamento, cavava um buraco no chão e enfiava lá a cabeça. A sério. Assim, para compensar a minha querida amiga, vou hoje falar das minhas crianças peludas. Mais concretamente, do que elas se encontram, neste preciso momento, a fazer. Isto, claro, devidamente ilustrado com fotos, senão não tinha piada nenhuma, perdia-se o fio à meada e o stress da incerteza tomava conta de nós.
Então, perguntam vocês, o que andam a tramar os meus gatos? Mistério... Suspense... Antecipação...
Eles têm uma vida ocupadíssima. A sério. Atentem na pose angular e tensa do Squish, solidariamente deitado ao pé de um romance de Dean Koontz, que eu ando morta para ler mas não posso por excesso de trabalho (mas que tenho ao pé só para efeitos de tortura), e do meu portátil, decorado com a metafórica cereja em cima do "bolo" (vá, pelo menos é vermelho!): um livro de terapia cognitiva da depressão, aquele tipo de literatura que nos apetece ler de fio a pavio sentados na casa-de-banho, para depois tomar banho e... chorar a dor de traseiro.
O Igas está introspectivo, em cima da cadeira da vovó, que prontamente o retirará do seu local de meditação Zen quando chegar a casa, por motivos de vazio estomacal. Reparem no ar de angústia existencial dele, como se estivesse prestes a descortinar a razão do sofrimento humano e animal e fosse debitá-lo ao mundo. Estou solidária contigo, irmão.
Miau :)

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Esquadrão Adopção


Ontem tive uma noite metaleira: fui a uma festa de lançamento do álbum Nigrium Nigrius Nigro dos In Tha Umbra (http://www.pentagramma.net). Foi um serão bastante interessante, mas que me lembrou que começo a estar velha para estas andanças de alterar horários nocturnos de um dia para outro...
Mas o tema de hoje não é a festa, mas sim algo que foi abordado na mesma, por uma jovem que, espero eu, não tenha mais que 18 anos (o que me permitiria justificar a atitude com um suspiro e um "ainda não tem a maturidade suficiente para pensar mais profundamente," qual sábia anciã). A rapariga estava a comentar um programa que está a dar que falar, o Esquadrão G. Pois bem, a opinião dela era que hoje em dia, estava na moda ser gay. Por outras palavras, ser homossexual era algo que as pessoas escolhiam, como quem escolhe vestir de preto, ter um Rover ou cabelo azul.
Este primeiro comentário fez-me logo disparar de modo negativo a paciência, mas resolvi respirar fundo e concentrar-me na interessantíssima mancha de humidade que havia ali numa parede. A afirmação desta rapariga, por mais absurda que fosse, não foi a única pérola de sabedoria debitada. Minutos depois, estando eu embrenhadíssima na mancha a la Picasso, oiço, para infelicidade minha, mais uma frase inspirada: "Ah, e agora querem adoptar crianças! Por amor de Deus, isso é ridículo! Então imaginem um puto a ir para a escola e dizer que o pai se chama Manuel e a mãe Joaquim..."
Bem, quem me conhece sabe que eu não possuo a virtude da paciência infinita, pelo que não resisti e, contrariando tudo o que tinha prometido a mim mesma, retorqui: "Pois, mas sabes que aqui há uns anos atrás ser mãe solteira era uma aberração e motivo de vergonha, as crianças eram gozadas na escola, e agora isso é algo perfeitamente natural... As mudanças têm que começar de algum lado..."
A rapariga piscou os olhos e, não gostando dos comentários de concordância dos seus amigos, resolveu reformular o seu manifesto e dizer que, se adoptassem, ao menos que fossem as crianças mais velhas.
Confesso que não percebi a explicação para esta nova convicção, mas quando eu estava dividida entre voltar à simpática mancha ou averiguar melhor o que acabara de ser dito, alguém perguntou à nossa oradora principal se ela não achava que era preferível uma criança ser adoptada por um casal "diferente" do que passar a infância toda num orfanato, ao que eu, já decidida a odiar-me por entrar nesta conversa, anuí com a cabeça.
O tema acabou por mudar e eu calei-me. Confesso que achei que não me interessava muito estar num local com música aos berros a ter conversas profundas.
O que me veio à cabeça, horas depois, foi o facto de a rapariga basear a sua discordância em relação a uma criança viver com homossexuais com a crença de que essa criança iria ser infeliz por ser gozada na escola. Ora bem, quem teve infância e andou na escola sabe perfeitamente que os miúdos são cruéis quando querem e arranjam qualquer coisa para gozarem com os outros: ter orelhas grandes, pés tortos, duas mães. Eu pergunto então, para protegermos essas crianças, segundo esta rapariga, não deveríamos, então, cortar as orelhas de um puto, obrigar o outro a andar direito, tirar uma mãe? É ridículo. Simplesmente, não podemos proteger os meninos e meninas das crueldades da vida. E será que queremos? Não é um facto mais que publicado na literatura da Psicologia do Desenvolvimento que as crianças com baixa tolerância à frustração dão adultos mal adaptados, por vezes violentos, muitas vezes revoltados? Vamos ter frustrações na vida e o papel de um pai é preparar um filho para isso, não colocá-lo numa redoma e esperar que esta nunca rebente...
Em vez de esta rapariga dizer que é mau um homossexual adoptar uma criança, que diga antes que devemos começar a educar as pessoas e ensinar-lhes que a diferença não é necessariamente demoníaca nem preversa. Quantas crianças não vivem hoje em Portugal com duas mães e dois pais, que se adaptaram perfeitamente e não são gozadas na escola? Lembro-me pelo menos de uma, que li algures aqui há uns anos: a filha da companheira da cantora Dina, que vive com ambas. Uma excepção? Talvez, mas tem que começar de algum lado...
Vamos preparar as pessoas. Vamos desmitificar crenças erróneas e vamos, sobretudo, sensibilizar todos que, mais do que proteger uma criança de ser gozada na escola, devemos protegê-la de males bem maiores: a ausência de um lar, a falta de carinho de um adulto que a guie e, sobretudo, da falta de tolerância e amor.

domingo, 18 de setembro de 2005

De início, era o Nada...


Os deuses estavam aborrecidos. Viver no Nada começava a enfadá-los, afinal de contas, existir sem terem algo a que se agarrar, flutuar na imensidão de coisa alguma, ou dentro de "uma mão cheia de nada", como alguém viria a dizer tanto tempo depois, era como viver sem... bem, sem Nada!
Assim sendo, resolveram criar Qualquer Coisa. E, claro está, começaram por um chão, que isto de flutuar tem os seus encantos, mas acaba por aborrecer ao fim de uns milénios. Com as ideias assim melhor assentes (desculpem o trocadilho), os deuses resolveram dar largas à sua imaginação e criar Muitas Coisas, mas ainda não tinham decidido o quê. Um dos deuses, o mais empreendedor, criou o Sono, que foi muito aplaudido, e todos aderiram - foi o nascimento da primeira soneca, muito mais tarde largamente adoptada por uma espécie que iria habitar um certo planeta numa certa galáxia de um certo Universo... Mas isso já são outros contos.
Depois do Sono, os deuses pensaram muito. Pensaram, pensaram, pensaram... e pensaram mais um pouco. Depois, tendo inventado o Cansaço, voltaram ao Sono.
Ora bem, depois do Sono e do Cansaço, era necessário inventar mais coisas, para que todos ficassem contentes. Assim, inventou-se o primeiro Concurso de Ideias e todos os deuses foram convidados a aderir. Esta iniciativa foi um sucesso e, para que ninguém protestasse, todas as ideias seriam colocadas dentro de um caldeirão (este, magicamente, apareceu sem ter sido inventado, imagine-se) e misturadas, para que nenhum deus pudesse afirmar-se como melhor que os outros.
Quando finalmente todos já tinham tido muitas ideias, estas foram deitadas para dentro do caldeirão, mexidas e remexidas e, quando se pensou que estava tudo pronto, um dos deuses começou a deitar a mistura mágica para o Nada, para que se transformasse em Qualquer Coisa Interessante.
Mas ai, desgraça!, um dos deuses criara a Gripe sem os outros saberem e contagiara o vizinho que, quando o pó mágico se preparava para dar um ar da sua graça, não conteve um espirro e "At... at... atCHIM!" e puf, contaminou a mistura toda!
E foi assim que, meninos e meninas, nasceu tudo aquilo que conhecemos.