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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Pensamento do Dia


Se fores a uma casa-de-banho para fazer um xixi e o autoclismo se descarregar sozinho enquanto apertas as calças, mesmo que estejas num centro comercial em Lisboa...


...pensa duas vezes se não estarás no Japão.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A aventura a caminho dos Algarves

Ontem tive que me deslocar ao Algarve para tratar de uns assuntos urgentes. Como porca capitalista que sou, ignorei a possibilidade de ir de transportes públicos (afinal de contas, o Algarve só existe em Agosto, ergo, os transportes de massas para lá também só se materializariam na mesma época…) e peguei no carro. Pus-me a caminho.

O primeiro relato digno de nota foi eu ter morto um pássaro. Não tive a culpa, o bicho fez mal a curva na estrada e, não conseguindo fugir ao carro, foi sugado para debaixo do capot. No entanto, apesar de ter a plena consciência que não havia nada que pudesse ter feito para evitar o fim ao animal, fiquei muito triste.

Os deuses, provalmente conscientes do meu beicinho*, resolveram ocupar-me a mente com outras coisas, e eis que a minha bexiga começa, vinda do nada, a queixar-se que precisa de ser despejada urgentemente. Estação de serviço a 10kms.

Chego ao destino, e vou logo para a casa-de-banho. A estação de serviço estava quase vazia, pelo que não foi surpresa não haver ninguém a usar as instalações sanitárias. Fiz o meu xixizinho, e o alívio fez-me subir a estupidez ao de cima.

Estava a dar uma música qualquer idiota, e eu resolvi ser duplamente idiota e dançá-la. Saí da cabine que estava a ocupar e dou conta de uma mancha de forma humana no lado oposto, mas só uns seis segundos depois de já estar a fazer figuras tristes. Raios, penso, fui apanhada. É engraçado como a mente humana funciona, não me importo de contar aqui as figuras de urso que faço, mas quando sou apanhada ao vivo a fazê-las, a história é outra.

Bem, paciência, suponho que as hipóteses de esta pessoa vir a ser alguém com uma importância-chave na minha vida é quase nula, por isso, que se lixe. Se me viu a dançar um pouco, pode ver mais. Fingi que não se passava nada, não olhei para a mulher, e continuei a minha dança parva enquanto lavava as mãos.

Contudo, volvidosuns segundos, o meu cérebro regista que há ali qualquer coisa estranha, que foi: a fulana estava ali, não fazia barulho, mas também não fechava a porta. Ora, se não fecha a porta, é das limpezas, mas se é das limpezas, como é que não faz barulho?

Virei-me. Não era uma mulher. Não estava nas limpezas. Era um homem. De costas. Com a cara virada para mim, a mirar-me com cara de caso. Com as calças em baixo. De rabo de fora.

“Isto não é a casa-de-banho dos homens?”, pergunta ele, atrapalhado, enquanto puxa as calças para cima.

Eu fiz automaticamente um ar de gozo (terá sido dos nervos?) e que disfarçou o pensamento-relâmpago que tive: querem ver que me enfiei eu no local errado? Olhei muito rapidamente à minha volta.

Quando percebi, respondi, aliviada, ainda com cara de gozo: “Não está a ver aqui nenhum urinol, pois não?” Os urinóis, essas benditas invenções, são o meu indicador de casa-de-banho de gajo. Sim, porque obviamente que já precisei desta valiosa informação para me dar conta, no passado, que me tinha enfiado, por engano, no WC alheio…

O homem murmura umas desculpas a meia voz, enquanto acaba de prender as calças e sai porta fora. Não parecendo ter confiado na minha sapiência em tom de urinol, lá vai o desgraçado confirmar que o engano é dele. “Pois,” oiço-o dizer lá fora, “enganei-me.”

Pois é. Mas se julgam que aqui fica o fim do meu relato, eu tenho, na verdade, algumas questões a colocar aqui!

  1. Como raio é que um homem, não vendo urinóis, não se apercebe que está algo errado?
  2. Como é que esse mesmo homem, não vendo urinóis, resolve usar uma sanita para fazer o mesmo que num urinol, mas não fecha a porta?
  3. Porque raio é que, se ele estava de pé, sinal de que ia verter águas, o rabo dele estava de fora? Não é suposto um homem masterizar a técnica da breguilha?
  4. Quem é que lhe disse que, vendo uma pessoa do sexo oposto, a melhor estratégia é ficar muito quieto e muito calado, esperando que isso sirva para despistar a outra pessoa?
  5. Tendo em conta o ponto 4, será que há homens que acham que a mulher é tipo T-Rex, ou seja, que só vê objectos quando eles se encontram em movimento?
  6. Porque raio perco eu tempo com estas inutilidades e, melhor ainda, porque raio as escrevo?

Aqui ficam as minhas dúvidas metafísicas. O que se passou, pergunto eu? E não, não era um exibicionista a fazer das suas.**


* - Só para esclarecer: sim, fiquei mesmo triste pelo pássaro. Tenho sempre pena quando um animal morre para rigorosamente nada, e ter sido eu o veículo (quase literalmente) responsável deixou-me de sobrolho carregado.

** - Como é que eu sei isso, perguntam os mais obstinados? As nádegas do homem não mentiam…

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Manual das escusas

Ultimamente, ando a trocar mensagens com uma amiga. A conversa começou com coisas ligadas aos felídeos, mas claro que descambou (afinal de contas, é COMIGO que ela está a trocar missivas electrónicas), e já vamos em tópicos como:
  • a criação de um culto religioso no qual o centro é uma amiga nossa (o mau feitio ocasional dela torna-a um ícone religioso perfeito);
  • a némesis dessa amiga (porque não pode haver o Bom sem o Mau, dizem-nos as BDs);
  • alho;
  • latas de comida;
  • um jovem robusto;
  • o tempo;
  • os meus ouvidos.

Tema puxa tema, e ela menciona uma certa nostalgia pela sua infância, quando ainda tinha aquela ingenuidade que nos permite fazer umas diabrices e ter desculpa. Não te apoquentes, retorqui eu imediatamente, eu apresento-te as alternativas modernas! Partilho convosco.

O título deveria ser algo como "Manual das Desculpas Para Termos Feito o Que Quer Que Seja Que Tenhamos Feito, e Que Nos Poderá Meter Em Apuros Se Não Tivermos Um Bom Argumento Defensivo." Em alternativa, e porque eu gosto de descansar os vossos neurónios, podemos designar, singelamente, esta obra de génio como "Manual das escusas". Aqui seguem os itens desculpatórios:

  1. Síndrome Pré-Menstrual - ah, aquela condição feminina embrulhada em mistério para os homens, e que serve para tanta coisa... Se for homem, pode sempre referir que isto o tem apoquentado sempre, apesar da mudança de sexo;
  2. Stress agudo - esta problemática tão moderna, que pode ser aplicada a tudo e mais alguma coisa... não esquecer a utilização da palavra "agudo", tal como se usa o "activo" nas propriedades dos detergentes. Senão, não funciona;
  3. Stress esdrúxulo - para os mais valentes. Façam um ar de cientista conceituado e bi-vencedor de Nobel com esta, senão pode correr mal;
  4. Síndrome vertiginoso - atenção: se os seus rendimentos anuais forem parcos, abstenha-se de usar esta desculpa. Aparentemente, isto só dá aos ricaços - o resto da malta limita-se a ter reles "tonturas";
  5. A pílula - toda a gente sabe que a pílula é o demónio. A Igreja confirma. É por tomarmos isso que nós, fêmeas, ficamos loucas num minuto e fofinhas noutro, facto cientificamente comprovado pelos mesmos senhores que afirmam não haver relação entre a poluição e o aquecimento global. Os homens também podem usar esta desculpa, mas convém usarem soutien enquanto a verbalizam;
  6. Insanidade temporária - alternativa ao item 5, para os homens mais mariquinhas. As mulheres não podem usar esta, porque é universalmente aceite que ser gaja e insana é um facto, não uma desculpa - novamente, os cientistas do item 5...;
  7. Ler O Nicho do Gato Metaleiro em demasia - na minha opinião, a rainha das desculpas. Contudo, se tentar esta, aviso que irá um homem corpulento e pouco ciente da sua higiene pessoal bater-lhe à porta e pedir uma contribuição para este blog.

Não se esqueçam de me contar a vossa experiência quando aplicarem estas ideias brilhantes.

Vão visitar, se faz favor

Animais de Rua - Projecto de Esterilização e Protecção de Animais Sem Lar

Quem espreitar este blog com um bocadinho de atenção verá que a causa animal não me é, de todo, indiferente. Sim, porque esta carinha laroca não é só ar, maquilhagem e o ocasional pêlo de gato errante, também tenho que ter alguma coisa de interesse para mostrar ao S.Pedro quando lhe fizer truz-truz na portinha daqui a uns valentes anos (ignorem o comentário aqueles que souberem que sou pagã. Grata.)

Assim sendo, vou publicitar descaradamente o nascimento da versão em inglês do site Animais de Rua, dirigido ao público anglófono a viver em Portugal e que deseje ajudar a causa deles.

Porque é que eu quero, exijo e mando que todos os meninos e meninas espreitem a coisa? Porque fui eu que fiz a tradução, pois então. Como vêem, eu até sou benemérita, estou-me abertamente a oferecer como alvo para as vossas críticas e comentários de melhoria.

Visitem, divulguem, mostrem aos amigos tugas e bifes. O Animais de Rua trabalha para uma causa nobre e todas as ajudas são preciosas.

Então, ainda aqui estão?!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

De que é feito um filme - parte I

Anteontem esteve em minha casa um amigo. Este facto não seria particularmente especial (felizmente, até tenho um número considerável de gente disposta a aturar-me por períodos mais ou menos prolongados no tempo, não sei muito bem porquê), não fosse esse o amigo que mais ideias esquizas me dá, e com a particularidade de ser material altamente blogável. Por isso, amigo Tiago, vou-te roubar descaradamente esta ideia e usá-la como se fosse minha, neste preciso instante. Aliás, em tua honra, hei-de tentar esticar este conceito até a corda partir, ocasião em que te culparei pelo afundar dos meus posts brilhantes.

Indo ao que interessa, falemos do tema da coisa: filmes. Estávamos na converseta, quando assunto puxa assunto, e o Tiago chega à conclusão que todos os filmes mais actuais acabam por ser uma versão apenas ligeiramente modificada de filmes antigos.

Vejamos, então, a confirmação da ideia dele:

Pearl Harbor - Titanic dos aviões
Rapaz conhece rapariga, rapariga quer rapaz, coisas más acontecem, rapaz e rapariga têm direito a apenas breves momentos de felicidade. O drama! Num filme o climax é a guerra, no outro é um iceberg. Pimba.

O Sorriso de Mona Lisa - Clube dos Poetas Mortos, versão estrogéneo
Pessoa visionária dá aulas a alunos sedentos de conhecimento e de modernices/a alunas espertas mas arreigadas aos bons costumes de antigamente. Pessoa visionária encaixa-se um pouco mal no meio dos alunos, a início. Pessoa visionária leva raspanetes de pares e director da escola. O climax de um é um suicídio, no outro é um divórcio. Dou a mão à palmatória: não há, no Sorriso, frase tão emblemática como o "Captain, my captain!"

Então, que tal, o rapaz tem razão?

Por hoje, meninos e meninas, ficam aqui estas duas amostras. Se tudo correr bem, mais serão acrescentadas à medida que a cuidadosa análise desta vossa mui humilde semi-escritora for avançando.

Et voilá!

A Gerência tem nova imagem

Editei o meu perfil. Cheguei à conclusão que estava tão pouco pretensioso que era difícil levarem-me a sério. Este é um blog que se pauta pelo controlo constante de qualidade e assuntos da actualidade tratados de forma responsável, e não podia desiludir os meus fãs. (Por favor insira um ar de diva aqui)

Agora acho que está muito melhor, cheio de coisas que me fazem soar infinitamente interessante e pedante. É agora que este blog vai ser projectado para o Espaço (mais não seja, para ser esquecido para todo o sempre)...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Pensamento do Dia

Se um claustrofóbico fechar os olhos com muita força e adormecer, fica cheio de medo e grita?

(perdoem-me, mas às nove e tal da matina, é o melhor que consigo...)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cartão multibanco

O meu habitual cartão multibanco caducou hoje. Infinitamente sábios, os senhores do banco enviaram-me, cerca de uma semana antes, o cartão novo. Afinal de contas, era chato eu ficar sem poder gastar horrores em tudo e mais alguma coisa ao mínimo impulso, pelo que considerei o gesto desinteressado deles uma simpatia.

Entretanto, tendo-me dado conta que não sabia o PIN novo (porque nunca recebi nada pelo correio), resolvi dirigir-me a um balcão do meu banco para saber se era possível sabê-lo lá, ou se me podiam atribuir um outro PIN, ou qualquer coisa que o valesse. Retrato aqui a seguinte conversa, com alguma liberdade criativa:

- Bom dia.
-Bom dia. Em que posso ajudar?
- Passa-se o seguinte: o meu cartão velho vai deixar de funcionar amanhã e acabei de reparar que o novo não veio com PIN, e precisava de um novo.
- O PIN é o mesmo de sempre, minha senhora.
- "O mesmo de sempre", como assim?
- Sim, é o que lhe foi atribuído de início, desde o primeiro cartão que tem.
- O original?
- Exactamente.
- Mas eu não uso o PIN original, mudei o número para outro mais conveniente para mim...
*Cara de afronta* - Ah, e não se lembra qual era?
*Cara de espanto* - Se o mudei porque não queria decorar um número novo, é óbvio que não me lembro dele, não acha?...
- Não guardou o papel original?
*Cara de espanto maior* - Claro que não, então vocês não pedem sempre aos clientes que destruam o papel por razões de segurança?!
*Cara de político que esconde escândalo sexual* - Pois, certamente. Pois, se não tivesse mudado o código...
*Cara de quem vai explicar algo a um menino muito burro e muito pequenino* - Oiça, nas caixas Multibanco é-me dada a opção de mudar o código, certo? Certo. Eu mudei o código, e de forma perfeitamente legal, ou seja, com o vosso aval. Agora vem-me dizer que posso mudar de código, desde que decore o antigo? Então para que o mudo em primeiro lugar, porque é fashion?!
*Cara de afronta de novo* - Certamente que não, minha senhora. Deseja pedir um cartão novo? Implicar-lhe-á custos.
*Cara de Zé Povinho* - Oh que espanto, eu ter que pagar por uma estupidez vossa...

Enfim, mais palavras para quê?...