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terça-feira, 18 de março de 2008

Os buracos de cada um

O PS, em mais um acesso de diarreia mental, pensou no que mais podia fazer para tornar o dia-a-dia do cidadão comum um pouco mais interessante e lembrou-se... dos buracos de cada um.

Haja paciência. Um Governo de Esquerda deseja entrar na minha intimidade e proibir-me de fazer piercings na língua e na área genital, sei lá porque razões. Não sei, nem me interessa. Afinal de contas, onde está essa coisa de "o corpo é meu e eu faço o que quero com ele"?

Nem é que queira furar essas zonas, mas sou do contra, e se me dizem que não, é quando me aparecem todos os argumentos a favor da coisa. Nem que o tópico seja enfiar agulhas em lugares onde, quando era criança, nunca me passou pela cabeça que pudessem, sequer, ser enfeitados com lantejoulas, quanto mais terem buracos artificiais com berloques.

Pergunto-me o que acontece àqueles que já têm os furos. São obrigados a tirá-los e a pedir desculpa por terem tido a veleidade de enfiar coisas de metal em sítios que não lembra ao diabo conservador, ou podem simplesmente atirar a língua ao Sr. Primeiro-Ministro e seguir em frente?

Moral da história: acho que este é o primeiro Governo do mundo que me quer proibir de enfiar uma barra de metal no Pólo Sul, mas que me deixa tirar de lá à minha vontade, sempre que precisar, uma criancinha às postas...

Haja uma alma caridosa

Ando tão baralhada da minha cabeça que, em vez de escrever "dentista" no post anterior, escrevi "veterinário". Já me chamaram a atenção para o facto, e a resposta segue na área dos comentários. Não quero que percam nada.

Já agora, aproveito para dizer que tenho uma prima que vai fazer as suas análises sanguíneas ao veterinário. Eu só tenho gente gira na família, pois claro.

terça-feira, 11 de março de 2008

Pensamento do Dia

Recebi um daqueles papeizinhos simpáticos com publicidade no meu carro. Sabem, daqueles que os senhores fofinhos colocam nos limpa pára-brisas alheios, sem se interessarem se os proprietários dos carrinhos querem os papeluchos em questão ou não...

Dado que ainda não inventaram daqueles autocolantes de "Publicidade, aqui não" para veículos automóveis, de vez em quando lá tenho que fazer uma limpeza étnica (leia-se, publicitária) ao meu pó-pó. Adoro. "Perca peso!" "Estás-me a chamar gorda, é?!" (o meu sonho é apanhar um destes homens a colocar um papel desses no meu carro, num dia em que esteja com SPM).

Desta vez, contudo, a publicidade era digna de blog. O tema? Higiene dentária.
A maioria dos serviços oferecidos era perfeitamente vulgar, nada que fosse digno de nota, mas houve um que me inflou a curiosidade - "Transplante de germes dentários - €47,50"

Agora eu pergunto: desculpem lá, mas eu tenho que pagar quarenta e sete euros e cinquenta cêntimos para me submeter à eventualidade de ter um veterinário potencialmente velhote, gordo e eventualmente seboso a oportunidade de me andar a dar beijos?!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pensamento do Dia

Após me ter passeado pela zona da Linha de Cascais e pelo Estoril, cheguei à conclusão que, a fim de manter toda a chiqueza e tradição da zona, todos os proprietários de animais de raça canina que possuam uma moradia e que nela coloquem a placa "Cuidado com o Cão" a devem substituir por uma que diga, em vez disso, "Cuidado com o Lulu."

Tenho dito, em nome de todos os tios e tias da Linha.

sábado, 1 de março de 2008

Multibanco


Há dias em que tenho material de blog somente pelo simples facto de sair de casa.

Fui ao supermercado. Podia-vos oferecer uma explicação imensamente metafísica (ou tautológica, outra palavra linda de se ter num blog, dá-lhe logo outro ar de sofisticação) para a minha ida, mas além de não me ocorrer nada, a simples verdade é que precisava de pão. E azeitonas. E pasta de dentes. E queijo. E… vocês perceberam.

No fim das compras, lembro-me que tenho uma conta para pagar, e o prazo termina nesse dia. Há ali uma máquina multibanco, portanto, não é tarde nem é cedo, lá vou eu.

Está um casal a usar a máquina. Melhor dizendo, está ela a usá-la, e o namorado/marido/amante observa e tenta ajudar. Ajuda, essa, que não parece ter tido muita eficácia, pelas razões que vos passo a explicar.

A jovem não se lembrava do seu código pessoal. Digitou um número, e o monitor mostrou a famosa frase em estilo apocalíptico: “Código errado. Dispõe de mais duas tentativas”. Ela olha para o rapaz, o rapaz nada lhe diz, ela digita novo código.

Supresa! Enganou-se de novo. “Dispõe de mais uma tentativa.” É agora, ela lembra-se! Ela digita outro número! Aguardamos todos, cheios de espectativa, pelos resultados!

Ela engana-se outra vez. A profecia apocalíptica cumpre-se, e a máquina come-lhe o cartão (na minha humilde opinião, devia ter explodido, mas não se pode ter tudo). Ela fica uns segundos a olhar para o monitor, o rapaz faz o mesmo, e constata o óbvio: “A máquina comeu-te o cartão!” Apeteceu-me bater no peito e fazer “Ugh!”, mas contive-me.

Quando se fica com o cartão retido, a máquina dá-nos sempre um recibo a comprovar o sucedido, não porque possamos estar demasiado bêbados para nos lembrarmos da coisa no futuro, mas porque os senhores dos bancos não se limitam a acreditar em nós quando lhes apresentamos uma versão ligeiramente mais adulta de “o meu cão comeu-me os trabalhos-de-casa.” O recibo é, portanto, uma coisa boa, não um bicho mau que nos castiga. Vamos todos repetir, para a tal jovem perceber. Vá, em uníssono: Recibo Bom! Recibo Amigo!

Acham que ela percebeu? Claro que não, pois. Olha para o recibo, faz beicinho, olha indignada para o rapaz (algures na cabeça dela, a culpa é dele, e agora vamos esperar que os dois não vivam juntos, senão vai ser dormir sofá por uma semana) e…

…rasga o papel. Toma, que é para aprenderes, máquina de multibanco maléfica. Morre! Agora nunca mais te lembras de me comer cartões e devolver papelinhos!

Fim da história.

Sequestro simulado

Anteontem, ao pequeno-almoço, resolvi ser mesmo maluca e ligar o televisor para, sei lá, me imiscuir logo pela manhã de um pouco de cultura. Fiz o tradicional zapping, tentando encontrar um canal de jeito, mas resolvi ficar-me com as notícias, vá-se lá saber porquê. Chamem-me aventureira.

Parei num canal brasileiro, que eu nunca notei existir na minha grelha de programação. Talvez se tenha materializado naquele dia só para mim. A manchete gritava que um jovem estudante (oh, horror dos horrores!) havia fingido o seu próprio sequestro. Não apanhei a explicação dada pelos jornalistas (que, decerto, seria inteligentíssima) mas, movida pela curiosidade, esperei para ver mais.

E eis que surge o pai do jovem, que nos oferece um momento precioso de partilha e nos dá a sua opinião científica. Afinal de contas, quem fez asneira (e foi apanhado, crime dos crimes!) é sangue do seu sangue e é preciso salvar as honras ao convento.

E porque é que, perguntam vocês, a opinião do pai é científica? Pois bem, porque ele afirma, com um ar extremamente convicto, que a razão para o “acto um pouco estranho, mas evidentemente desculpável” (pois, mas se fosse filho de outro...) da sua descendência era… a Internet! Ficámos todos muito mais descansados.

É verdade, o coitado do rapaz foi exposto a essa coisa malévola chamada Internet, o flagelo do mundo moderno, a raíz do mal, e nunca mais foi o mesmo. Ficou com ideias na cabeça. E resolveu simular o seu próprio sequestro. Faz todo o sentido.

Aqui a vossa amiga, que por acaso até olhou para a televisão quando o senhor disse isso, reparou que a legenda da notícia era “Pai de Sinfrônio culpa Internet”.

Ah. Então é o Sinfrônio, pobre vítima da Internet.
Vou oferecer aqui a minha opinião profissional. Diagnóstico: vítima do mau gosto do pai! Com um nome daqueles, admira é que não tenha antes simulado um suicídio...