
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Publicidade e kharma

domingo, 25 de julho de 2010
Pensamento do Dia
...chamamos "impaciente" ao gajo que está saudável?
sábado, 10 de julho de 2010
Saga Viagem VI
Conheci esta menina de ar simpático, fiz-lhe "pshh pshh" e eis que se veio logo roçar em mim, a oferecida.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
A Saga Viagem V
Hoje há imagens do Tor. O Tor é uma torre que fica no alto de uma colina e é uma carga dos diabos para lá chegar. Os meus pulmões, a dada altura, ficaram-se pelo caminho. Infelizmente, sobrevivi para vos martirizar com as fotografias.
e as nuvens do dilúvio atrás da torre.
O homem que ali vêem sacou, a dada altura, de uma
flauta e tocou uma melodia toda mística. Ah, Avalon!
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Novidades gateiras
terça-feira, 22 de junho de 2010
Vigília e etc.
Há certas coisas sobre as quais nem sempre me apetece escrever, sobretudo porque é difícil espremer o humor delas, e eu gosto que este blog seja um escape pateta à realidade chata e não um querido diário de desgraças quotidianas.
Uma das coisas que ainda não mencionei é acerca de um dos meus gatos. Não são boas notícias, mas podiam ser piores.
Tenho um gato insuficiente. Seria giro se ele fosse insuficientemente peludo, ou quiçá patudo, mas a sua insuficiência é mais de natureza interior e mortal: o bicho é insuficiente renal. Isto quer dizer que os seus rins não depuram a proteína dos alimentos e que ficam toxinas acumuladas no seu sistema.
Uma das formas de ajudar o gato é dando-lhe soro. Todos os dias, cá em casa, prepara-se o estaminé para o bicho levar com três horas (três!) de soro fisiológico endovenoso. Para ser sincera, é de rir: como não temos equipamento médico-pretensioso, temos que usar um baixo (o instrumento, não uma pessoa anã) em cima de um sofá, segurar o bicho no colo e rezar para que ele não chateie durante 180 minutos. Alegria.
No dia da dita cuja vigília, tive que pedir à pessoa com quem ia para me ajudar com o soro. Esta amiga é uma pessoa que, de vez em quando, fica atolada de trabalho e fico sem saber dela durante uns cinco meses. A última vez que a convidei para jantar cá em casa, fiquei eu e o rapaz doentes do estômago e já circulam rumores de que ela é uma ave de mau agoiro. Mas eu gosto de sofrer e, por isso, lá continuo amiga dela.
Cá veio ela ajudar-me com o soro. Correu relativamente bem, com ela a segurar o animal no colo, eu a tentar desentupir a veia enquanto ela cerra os olhos como se não houvesse amanhã (ela tem medo de agulhas) e depois a tentarmos convencer o felídeo de que estar quieto três horas seguidas é bué de fixe.
Quando o assunto ficou finalmente arrumado, esta amiga resolveu ter a indecência de ir fazer um xixizinho. Porquê indecência? Lembrem-se que ela é a minha ave de mau agoiro pessoal. Está ela a sair da casa-de-banho, quando a oiço berrar por mim: "Oh Leonor, o persa não se aguenta em pé, anda cááá!"
Lá fui eu, sem saber muito bem o que aquilo queria dizer, para chegar e ver o pobre do gato velhote a ter um ataque epiléptico. Metia dó ver o bicho a contorcer-se no chão. Fiz o que sabia: massagem cardíaca, que não deve ser exactamente o antídoto para a epilepsia, mas pronto. A coisa passou.
Ora, a vigília deveria começar em breve, mas eu tinha um gato insuficiente e um gato epiléptico a recuperar em casa! O que raio fazer?! Martirizar-me acerca de não ir e vigiar o velhote de cinco em cinco minutos pareceu-me boa ideia e foi isso mesmo que fiz.
(Reparem aqui que a minha Ave de Mau Agoiro já fez das suas. Mas ainda não acabou!)
Depois deu-me a fome. Não havia nada de jeito em casa e acabámos por ir, os humanos cá de casa e a amiga, a uma gelataria aqui ao pé para comer uma tosta. Soube-me imensamente bem, que a fome era negra.
De caminho de volta, começa-me a doer a cabeça de uma maneira que mais parecia estarem-me a apertá-la com um torniquete. Eh pah. Será a descarga de adrenalina? Porra, isto dói. Despeço-me da amiga e vou para casa com o rapaz. O coração bate depressa. Será do amor que está no ar? Porra, que bate depressa e piora-me a dor de cabeça.
Meia hora depois... tah-dah, uma reacção alérgica! Fico vermelha, vermelha, vermelha, acho que uma tarde ao sol sem protector não faria melhor. Do decote para cima, faço homenagem aos índios. Rezo para não inchar.
Não inchei. Prometo que tinha tirado fotos para colocar aqui para efeitos científicos. A minha cara-metade ficou intestinalmente desarranjada e eu, gradualmente, depois de dois anti-histamínicos, lá fui deixando a tripo dos peles-vermelhas.
Agora eu pergunto: sou eu que tenho azar ou é a minha amiga que me faz mal?!
(Fofa, se leres isto, sabes que gosto muito de ti. E, se te sentires culpada pelas porcarias que me causas, oferece-me uma tostadeira. Estou a precisar de uma. Grata e beijinhos.)
sábado, 19 de junho de 2010
Eu sei, eu sei...
Numa outra onda, hoje vou a uma vigília em prol dos animais do Canil de Lisboa. É uma vigília que se processa em turnos de quatro horas cada e escolhi um turno mais ou menos morto, para ter a hipótese de pôr a conversa em dia com os meus companheiros de espera. Os cães e gatos merecem o frio que vou rapar e a figura triste que vou fazer de colete reflector.
Acham que pegava a ideia de montar uma banquinha de piercings expresso enquanto lá estou? Tipo as bancas dos cachorros-quentes...? Até podia oferecer um pãozinho com cada agulhada... Digam de vossa justiça.
sábado, 5 de junho de 2010
Ovinhos, Senhor
"Preparar qualquer coisa," àquelas horas, normalmente, quer dizer "ovos." Mexidos, estrelados, quiçá escalfados (não, nunca aconteceu), Ovos é o prato preferido dos esfomeados nocturnos deste lar.
Como eu estava ocupada com qualquer coisa importantíssima (um filme da treta ou assim), fiquei na sala, enquanto o meu namorado fazia a sua magia culinária na cozinha. Decorridos uns dez minutos, aparece ele com um prato de sopa com os famosos ovinhos mexidos, cozinhados com margarina, como eu gosto.
Ele senta-se ao meu lado, com prato igual. Espeto o garfo num bocado de ovo e levo-o à boca. Estranho, o rapaz deu em inventor a desoras e juntou limão à comida. Fica meio estranho, mas nada de horrível.
Ponho outro bocadinho à boca e volta a saber-me a limão, desta vez mais forte. Algo se faz luz na minha cabeça e tenho que perguntar:
- Fizeste os ovos na frigideira que estava no fogão?
- Sim, - responde ele.
- Lavaste-a primeiro?
- Sim! - Mesma resposta, com orgulho.
Não consigo suprimir uma gargalhada, e claro está, ele olha-me como se eu tivesse enlouquecido.
- Lavaste-a como?
- Limpei a água que lá estava com um bocado de guardanapo e passei a frigideira por água.
Desta vez já me vinham as lágrimas aos olhos. Questiono-o acerca da quantidade de comida que ele já comeu, entretanto, na cozinha, e ele diz-me que já foi alguma. Se ele notou algum sabor estranho. Nem por isso, diz-me. Esta conversa demorou algum tempo, porque o riso não me deixava falar coerentemente.
Depois, vem a pergunta lógica dele: porque me perguntas isto?
- Porque... porque... a frigideira estava carregada de Fairy Limão!
A cara dele é imperdível. Aparentemente, ele já tinha comido um bocado de ovo no pão. Sabia-lhe a limão, mas nem pensou muito no assunto.
- Bem, - digo eu, a chorar de divertimento, - pelo menos ficas limpinho por dentro!
sábado, 29 de maio de 2010
A saga Viagem IV
A escola de body piercing que frequentei fica situada num parque de estacionamento. É um parque daqueles ao ar livre, de tipo civilizado, com árvores e sem cancelas - sim, eles esperam que as pessoas sejam honestas e entrem e saiam com os seus veículos pagando o que devem, sem vigilância. É tipo aquilo que vemos todos os dias em Portugal, estão a ver?
E o que tem isto a ver com casas-de-banho, perguntam vocês muito bem? É que a minha escolinha não tinha casa-de-banho; cada vez que precisava de verter águas, pumba, lá tinha eu que vestir dois casacos e dar uma corridinha até aos sanitários públicos, que ficam num edifício a meio do parque de estacionamento.
- SÃO À BORLIX. É verdade, quem precisar de deixar presentes nas suas instalações não tem que pagar um chavo;
- SÃO MESMO, MESMO À BORLIX. Com isto quero dizer que não há, à porta, uma mulher de bigode farfalhudo e pernas por depilar a pedir-nos guito para "a manutenção dispendiosa das instalações sanitárias" (suponho que a mulher usasse outro tipo de palavras mais coloridas, mas eu sou uma menina de boas famílias e tenho vergonha de as usar);
- SÃO GIGANTES. Podemos treinar o nosso número de sapateado favorito, até rodopiar como se os montes estivessem vivos com o som da música (ena, que piada inteligente);
- CHEIRAM BEM E ESTÃO LIMPAS. Não cheiram ao rabo do passageiro anterior, não há papel higiénico espalhado pelo chão, há DOIS dispensadores de papel-higiénico (o paraíso dos ambidextros) não há grafittis com o telefone da tia do primo a oferecer serviços explícitos.
- DÃO-NOS MÚSICA. Literalmente. Uns altifalantes untam-nos os ouvidos com música clássica. Ora digam lá se há algo melhor do que estar a limpar a nossa anatomia inferior ao som de música sacra? Até santifica o acto;
- AMEAÇAM-NOS. O que é uma ida ao WC sem um pouco de aventura? Estas casas-de-banho avisam-nos, assim que trancamos a porta, que temos apenas 15 minutos para as usar, findas as quais soará um alarme. Esta gente leva os seus sanitários muito a sério. Mas não se preocupem, a mesma voz feminina melodiosa que nos dá as boas-vindas e ameaça também nos informa que seremos avisados quando o tempo estiver a chegar ao fim. Só não vos aconselho a estar de diarreia, caso contrário arriscam-se a ter a bófia à porta e as calças na mão;
- ENSABOAM, MOLHAM E SECAM. As mãozinhas, as mãozinhas, suas mentes sujas. Isto não é o Japão!* Nós só temos que ter as ditas no sítio certo, que é debaixo deste dispositivo que dispensa sabão, água e ar quente a intervalos certos assim sentir as nossas mãos lá debaixo;
- TÊM UM AUTOCLISMO ESTÚPIDO. Por "estúpido" claro que quero dizer extremamente inteligente - demorei uns bons cinco minutos para perceber que o sacana do símbolo era, de facto, o próprio autoclismo. Bastava tocar e puf, cá vai descarga. Não foi o suficiente para ser ameaçada com a polícia pela vozinha simpática, mas senti-me espertinha como um raio depois de ter percebido o funcionamento da engenhoca.
- SAÍMOS DE LÁ ALIVIADOS E SATISFEITOS. Todas as casas-de-banho se orgulharão de tal proeza, mas quantas nos oferecem, também, a paz de espírito de saber que não vamos fedorentar a sala de trabalho mesmo ali ao lado, onde estão todas as nossas coleguinhas, e envergonharmo-nos com isso? Há qualquer coisa boa a ser dita acerca das sanitas metidas no meio de um parque de estacionamento e longe de tudo o mais.
Ora digam lá se isto não merecia todo um artigo expositivo e a minha admiração fervorosa e uma cara de parva para o espelho.
* - Para os ignorantes: os japoneses levam as suas sanitas muito a sério, e é frequente as suas, nos WC públicos, terem dispositivos que lavam as partes baixas (com um jacto de água apontado ao sítio certo) e passam talquinho... que maravilha.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
A saga Viagem III
O meu estômago em jejum é que não estava particularmente entusiasmado com o pequeno-almoço: feijão com ketchup (yacka), salsicha vegetariana completamente esturricada e ressequida (yacka de novo), hash brown (nham nham), tomate e cogumelos fritos, ovo estrelado e torradas. Fiz planos para alterar a ementa nos dias seguintes e substituí a salsicha e o feijão por um hash brown extra, para descanso da minha alma. Não devo é ter dado muito descanso às minhas artérias - nem quero imaginar o colesterol que andei a meter para dentro das veias essa semana.
A escola ficava pertinho do meu bed & breakfast, literalmente a três minutos a pé. Julgara-me uma inteligência superior por me ter lembrado de levar o GPS, mas Glastonbury é tão pequena que nem valeu a pena.
Conheci o instrutor e as minhas coleguinhas (éramos seis ao todo) à porta da escola. Era tudo britânico. Não me admirou. Claro que eu era a mais bonita e maravilhosa de todas, nem é preciso dizer. Também devo ter sido a segunda mais velha, o que atesta bem que é quando se é mais novo que se têm estas ideias malucas de furar gente a troco de pagamento.
Os dois primeiros dias foram de teoria, teoria e mais teoria. Recebemos uma pasta cheia de informação, que tínhamos que começar logo a absorver, tipo papel higiénico de boa qualidade. Fartei-me de escrevinhar e fazer perguntas.
(Eu mencionei papel higiénico. Aviso, desde já, que vai haver um post especial só dedicado à casa-de-banho daquela zona. Preparem-se.)
Há bastantes curiosidades a respeito de Glastonbury. Uma delas, a mais interessante de todas, é que esta vila vive maioritariamente do turismo, em especial, do turismo New Age, que é como quem diz, de energias esotéricas, curas alternativas, bruxaria e paganismo, cristais e demais parafernália. Seria, portanto, de esperar que as lojas funcionassem num horário capaz de acomodar o turista médio. Mas não.
Se calhar, o turista médio não está enfiado numa escola até às seis da tarde, todos os dias, e também não se levanta de manhã cedo. Isto explica porque razão quase tudo, do posto de informação turística ao restaurante, às lojas e supermercados, abre por volta das 9h30-10h e fecha às 17h-17h30. E ainda dizem que é por cá que ninguém quer trabalhar...
Estes horários bizarros do comércio local fez com que esta fosse das estadias mais baratinhas que alguma vez fiz num país estrangeiro, uma vez que não tinha hipótese de comprar nadinha de nada, dado o meu horário escolástico. Ironia das ironias, o único dia em que saí mais cedo, a segunda-feira, foi quando ainda desconhecia este ritmo bizarro, e por isso não aproveitei nada. A minha carteira agradece, mas as pessoas a quem poderia ter comprado uma lembrança e eu, que também merecia qualquer coisinha, não.
Como anoitecia bastante tarde, aproveitei para tirar umas fotografias. A temperatura da Primavera deles era um pouco como a do nosso Inverno, e posso admitir que tive saudades do quentinho lusitano.
A praça principal de Glastonbury
Pormenor da praça
(posso adiantar que a loja da esquerda vendia tudo o que era produto baseado em cannabis)
Como fazia um frio de rachar à noite, nunca saí depois de o sol se pôr. E, apesar de isto ser uma terra (aparentemente) pacata, sei lá se não me ia aparecer um bife sedento de uma vítima portuguesa para sacrificar à lua. Ou à chuva, que não apareceu poucas vezes, a desgraçada.
E... as notícias seguem noutro post, que se faz tarde.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Encontrei a máquina fotográfica (Saga Viagem Continued)
Mas alegro-me por partilhar algumas fotos, desde já, convosco. Desta vez, do meu quarto.
Três camas para uma só pessoa. Pergunto-me se me estavam a dizer alguma coisa. Reparem na ausência de persianas. Os ingleses devem adorar acordar às quatro e meia da matina com a luz solar... eu não! Argh.
Finalmente, guardei o melhor para o fim: a minha linda fronha no quarto. Palavras para quê?