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quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

"E viveram felizes para sempre"

Todos os meninos e meninas pequeninos já leram, ou lhes foi lida, a dada altura na sua vida, uma "história de encantar". Princesas lindas, príncipes heróicos, aventuras excitantes que, apesar de todos os perigos, acabam sempre em bem - que é, como quem diz, num "viveram felizes para sempre".
Ora, quem conhecer o meu passado sabe que eu vivi bem mais os desenhos animados Manga e sucedâneos do Dragon Ball do que o amigo La Fontaine e seus coleguinhas, fruto da vivência na China. Assim sendo, confesso que tive pouco contacto com príncipes e princesas e magias de encantar (embora as animações do Sr. Disney da Bela Adormecida e coisas dos Marretas me tenham mantido minimamente actualizada). Na altura, a bela frase do fim de cada história soava-me sempre bem, natural, bonita: toda a gente, afinal de contas, vivia feliz para sempre, certo?
Errado! E aí é que está o meu protesto. Quem é que raio se lembrou de oferecer às criancinhas fantasias que depois não se concretizam na vida real? Afinal de contas, há imensas pessoas pelo mundo fora que, em jeito de mentalidade americana legal (leia-se "parva") vão achar que o La Fontaine foi lesivo na sua formação de vida e vão querer processar o senhor por obra danosa e exigir uma indemnização pelos anos de vida mágica perdidos. E lá se vai revolver ele na tumba, o pobre.
O facto é que, na vida real, não há príncipes. Os homens não aparecem em cavalos brancos. O primeiro beijo, depois de todos os perigos e afins passados, não garante a resolução de todos os problemas, nem o amor aos 16 anos de idade será para a vida toda (ah pois é, Aurora, sua gaja adormecida!) As meninas não são da realeza, não são todas desamparadas ou lindas de morrer, nem se faz sempre Justiça. A vida real, quando é vivida em pleno, está cheia de alegrias, sim, mas também as desilusões fazem parte dela.
Deste modo, sugiro aos criadores modernos destas historiazinhas ditas "de encantar" (ou "de enganar", digo eu) que façam umas adendas no fim, em estilo de etiquetas de aviso nos electrodomésticos americanos:
  • O príncipe, na verdade, cheira mal dos pés e dá um peidinhos mal-cheirosos de vez em quando;
  • A princesa sofre de SPM e vai acabar por engordar uns quilinhos valentes dali a cinco anos;
  • Os sogros de ambos são uns chatos e vão fazer visitas constantes ao casal, azucrinando-lhes e paciência com frequência;
  • A internet não existia nestes tempos, nem a televisão ou o rádio, pelo que ou as pessoas se entretinham a bordar coisas foleiras ou a arranjar desacatos para ter duelos;
  • O irmão do príncipe é bem mais giro que ele e a princesa vai-se arrepender de ter escolhido tão cedo;
  • O príncipe tem a fantasia de ver a sua esposa com outra aia, levando um estalo na cara e dormindo no sofá sempre que o sugere à princesa.

"Viveram felizes para sempre"... tal como na vida real.

A Gerência não se responsabiliza pelos danos causados aos Tribunais americanos ou de outra nacionalidade; contudo, caso haja algum processo instaurado que resulte em indemnização, a Gerência informa que quer 50% dos lucros - afinal de contas, a ideia toda xpto veio deste maravilhoso (esse sim, mágico!) blog.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Aviso da Gerência

A Gerência informa os demais simpáticos leitores que se encontra em mudança de instalações físicas, pelo que não tem podido frequentar os espaços cibernéticos com a assiduidade com que desejaria. Contudo, assim que estiver passada a azáfama primária, todos os seus funcionários (leia-se "neurónios") voltarão, dentro da força possível, a marcar a sua pobre e fustigada presença neste blog de tão elevada categoria.

Gratos pela presença, leitura e crítica, subscrevemo-nos com as maiores vénias virtuais.

A Gerência

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Pérola IVG

"Devemos ser contra o aborto porque isso é matar um ser humano, e toda a gente sabe que o mundo sem seres humanos não existe"

(Homem inteligente ontem ou anteontem no Telejornal)

A gerência pede desculpa aos dinossauros, que obviamente não podiam existir, porque não estava nenhum ser humano por lá para testemunhar a coisa.

Natal?

Tendo consciência que o Natal acabou, oficialmente, a 6 de Dezembro, e tendo em conta que sou uma pessoa 100% saudável e sem um pingo de paranóia nas minhas fibras mentais, devo dizer que não me incomoda nada passar na rua no dia 10 e ainda ver decorações natalícias e ouvir musiquinhas condizentes, patrocinadas pela Câmara Municipal. Oh, não. Nem uma gota de preocupação, estou certa que não se trata de uma manobra comercial para tentar esticar o Natal até à Páscoa. Contudo, pelo sim, pelo não, vou colocar o meu chapéu de alumínio em forma de cone para impedir os extraterrestres de lerem as minhas ondas cerebrais.

No entanto, por muito excitante e fabuloso que fosse eu passar o resto deste post a falar das manobras vis e escondidas do FBI, Governo e ETs, quero mostrar-vos, caros amiguinhos, a mais maravilhosa decoração de Natal de todos os tempos. Só porque sou querida e quero que todos os meus fabulosos leitores tirem ideias daqui e tenham noites descansadas. Sim, eu sou a Martha Stewart dos blogs metaleiros.

Pois bem, aqui têm! Maravilhem-se.


Reparem na alvura do anjo (que, incidentalmente, tem as asas coladas ao contrário, o pobre, se tentar voar em direcção ao céu estatela-se no asfalto), no seu ar sereno enquanto rapta a criancinha, que chora de hipotermia (afinal de contas, o bebé está em roupas menores e é Inverno, como podem reparar pelo pormenor da neve, por amor dos Deuses). E, pedra de toque da maior finura, ele segura um sino a anunciar que leva a criancinha com ele e não há nada que possamos fazer para o impedir. É poesia em movimento, senhores e senhoras!

Como referi, não sou paranóica. Sou mesmo, mesmo saudável. Como tal, não me vou interrogar porque é que este Natal não foi bafejado por uma torrente de chuva que encharcasse esta visão apocalíptica, nem sequer vou achar que o dono da obra de arte a vai manter até à Páscoa na sua varanda, altura na qual substituirá o bebé por um senhor barbudo adulto, igualmente em trajes menores...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Parabéns a mim



A minha melhor prendinha é saber que os meus peludinhos são uns fofinhos. E metaleiros. Ah pois.

(Sim, alterei a data deste post para calhar no dia 3, precisamente à hora do meu nascimento. Na verdade, escrevi-o no dia 4. Que maquiavélica.)

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Ano Novo, Treta Igual

Não percebo o conceito de "mudar de ano". Então o antigo já não presta, é? Deita-se fora um ano perfeitamente bom, limpo e arranjado, assim sem mais nem menos, e nem se pensa nos seus sentimentos? Alguém perguntou ao ano velho se quer ser despachado assim com tão pouca consideração? Pois é. Eu protesto.

Tenho pena do ano velho. Toda a gente deseja que o novo seja melhor, que não haja tanta injustiça, que haja mais paz, mais dinheiro na carteira (vai sonhando, lusitano), mais momentos de ternura com os filhos. E o ano velho pensa na sua vida quando era pequenino e toda a gente olhava para ele com a mesma esperança. Aposto até que, se o ano velho tivesse olhos, cairiam ali umas lagrimazitas de tristeza.

E, de resto, confesso que o ano novo me desilude sempre. Dão-se as mágicas doze badaladas e o mundo fica na mesma, os carros não começam a voar, não há pontes sem portagem, não há teletransporte... um aborrecimento.
O ano novo alegra-me por saber que, pelo menos, é um bom pretexto para estar com pessoas amiguinhas e de quem gostamos (aqui vai a graxa pós meninos e meninas que sabem quem são)...

Por isso, rabujices à parte, desejo a todos uma boa vida, ano após ano, e que vivamos para ver teletransportes e coisas que tais.