Tive o prazer de acolher uma excelente tatuadora cá em casa por uns dias. Obviamente que a sequestrei imediatamente para um projecto na minha pessoa.
Foram duas sessões, uma nada dolorosa (surpresa das surpresas) e a outra a massacrar-me como se a tinta entrasse no osso. No fim, era magia.
Está linda (ou "estão lindas," dependendo se vemos pelo número ou pela composição). Ainda está a cicatrizar, mas já parece que pertence ao meu corpo desde sempre.
Quando sarar completamente coloco fotos e é desta que sou deserdada. Mas o que é a vida sem um pouco de perigo?...
terça-feira, 30 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Uma bela ideia
E depois não me venham dizer que este blog não é cultura e design. Só para desacreditar os infiéis, aqui vai uma bela ideia para o Natal.
Antes que haja mentes mal intencionadas que digam que isto vai sair disparate, deixem-me já tirar-vos a maldade da cabeça! É uma simples cadeira.
Antes que haja mentes mal intencionadas que digam que isto vai sair disparate, deixem-me já tirar-vos a maldade da cabeça! É uma simples cadeira.
O Zen da permanência da tinta
Não é segredo que gosto de tatuagens. O meu objectivo de vida, além de ficar rica e anónima, é ter um dia tatuagens pelo corpo todo. Para grande alegria dos membros da minha família (claro que sim), é precisamente isso que tenho andado a fazer.
Uma pergunta que passa sempre pela cabeça das pessoas razoáveis quando pretendem meter tinta na pele é "o que raio vou eu tatuar para sempre no meu corpo?"
(Atenção, eu disse pessoas razoáveis. Claro que há sempre aquele idiota que acha que qualquer coisa serve, desde que seja barato. A essa gente eu desejo bom dia e um certeiro par de estalos. Obrigada.)
Dizia eu, o tema da tatuagem: o que caraças quero eu ter desenhado? Um unicórnio? Uma posta de bacalhau? A Marge Simpson? Os mais determinados, porém indecisos, sabem que têm no caderno de ideias do tatuador sempre uma fonte de inspiração; é frequente um cliente acabar por escolher um desenho, de entre muito,s no caderno do artista em questão, mesmo que esse não tenha sido criado de propósito para ele.
Ora, foi neste espírito que um grupo do Facebook para tatuadores resolveu criar um desafio: cada um deles iria desenhar um colega do grupo qualquer, da forma que desejasse, e colocar isso nos desenhos disponíveis para clientes. O primeiro tatuador que conseguisse que um cliente tatuasse o seu desenho ganhava. Simples, não?
O vencedor foi um tatuador americano, cujo desenho segue abaixo.
Giro, certo? Giro. Já agora, convém dizer que a caricatura em questão, aquela escolhida por um tipo para ter na pele para toda a vida, é a da cara do meu namorado.
Como boa gaja que sou, arranjei logo uma maneira de isto ser sobre mim. Pensem comigo: eu subi de categoria! Eu agora já posso ser conhecida como a namorada daquele gajo que, tal como o Lemmy dos Motorhead, está tatuado na pele de um perfeito desconhecido! Sinto-me importante. Ah pois.
Viajar é serenidade
Fui recentemente a Portugal refrescar as ideias. Estava um calor do catano, por isso acho que as ideias ficaram um bocado murchas, mas passemos à frente.
Apesar de demorar apenas duas horas e meia a chegar ao meu destino no que toca a voar, chegar ao aeroporto, aqui em Londres, consome mais ou menos o mesmo tempo. Em suma, para chegar a Gatwick às cinco da tarde, saí às duas e pouco da minha zona.
Apesar de um pequeno engano por parte do meu homem no tocante ao itinerário subterrâneo, chegámos com tempo de sobra ao aeroporto, algo que eu vi como um bom sinal. A viagem vai correr bem, vamos chegar a Faro sem incidentes.
É óbvio que eu andei a descurar a minha dose diária de Marretas recomendada, porque se andasse a ver mais bonecos de peluche no pequeno ecrã lembrar-me-ia da regra de ouro: quando dizes que vai tudo correr bem é quando te começam a cair bolas de bowling na cabeça (para melhor entendimento, é favor ver os primeiros 45 segundos disto). Olhei para cima. Nada me acertou na pinha, pelo que achei que estava tudo ok. E, obviamente, quebrei a regra número dois - nada de respirar fundo de alívio depois de olhar para cima!
Comecei a ver problemas em todo o lado. E se a mala de portão está demasiado pesada? E se me enganei e tenho alguma coisa proibida na mala de cabine, sei lá, tipo um pequeno lémur? E se não consigo lugar ao lado do meu homem (aquele ombro dá tanto jeito como almofada) e fico ao pé de um vendedor de bíblias? E se... gah, pára com isso! Daqui a nada achas que o avião vai-se desp... calei o pensamento mesmo a tempo, não fossem os deuses das moléculas mágicas que mantêm aquela besta de ferro com asas no ar brincar comigo.
Feito o check-in, comprado o iPod e comido o sushi em terra, foi altura de entrar no avião. Sentei-me num lugar perfeitamente aleatório (mais ou menos - eu tento sempre topar onde andam as criancinhas para fugir delas) e agora era só esperar duas horas e meia.
Estão a ver onde isto vai parar, certo? A Faro, dirão os mais atentos e ingénuos. À chatice, dirão os perspicazes. Estamos no ar há uma meia hora, quando o meu homem se vira para mim e pergunta: "olha lá, tu que és psicóloga e coiso, o que farias com um tipo que começasse a ter um ataque de pânico?" Eu levanto os olhos do livro que estava a ler e respondo, com o meu melhor ar profissional: "um par de estalos.""Então aquece a mão, que acho que vais precisar."
Fiquei a olhar para ele, sem perceber muito bem de onde raio vinha aquilo. Ele sugeriu que eu olhasse para o banco atrás do dele, para me esclarecer. E esclarecida fiquei - lá estava um fulano a hiperventilar e a bater no banco da minha cara-metade, enquanto coçava freneticamente o alto do escalpe e jurava que ia ter um ataque de coração ali mesmo.
Olhei para cima, esperando a bola de bowling na tola. Nada. Isto ia-se transformar numa loooonga viagem.
Volvidos quarenta e cinco minutos de vôo, o avião começa a virar. Oh alegria, íamos regressar a Londres! Havia um médico a bordo, que se limitou a passar os dedos à frente da cara do homem e perguntar-lhe quantos via (um diagnóstico super científico e digno de seis anos de faculdade). Os assistentes de bordo iam-se revezando e lá iam pedindo ao homem que não morresse a bordo, que senão começava a contaminar o ar enlatado do avião (podem ter dito outra coisa qualquer, já não me lembro bem).
Aterrados em Londres novamente, tivemos que esperar que os paramédicos tirassem o tipo do avião. Tivemos que esperar que tirassem a mala dele do porão. Tivemos que esperar para voltar a abastecer o tanque. Tivemos que esperar na fila para voltar a levantar vôo. Eu tive que esperar quarenta minutos para mijar.
Por fim, postos de novo a caminho, desta vez já sem mais incidentes, tivemos a segunda aterragem, desta vez em solo lusitano, duas horas e meia atrasados. Que bom.
O melhor de tudo, a minha cereja em cima do bolo, foi já estar em casa da minha mãe à conversa com o meu rapaz, quando ele olha para mim com um ar estranho e refere que tenho sangue na cara. Quase lhe respondo que todo o meu corpo tem sangue, que coisa estúpida, quando ele aponta o facto de este estar do lado de fora do invólucro habitual. Pela primeira vez na minha vida, sangrava do nariz. Obrigada, gajo histérico a bordo do meu avião.
Apesar de demorar apenas duas horas e meia a chegar ao meu destino no que toca a voar, chegar ao aeroporto, aqui em Londres, consome mais ou menos o mesmo tempo. Em suma, para chegar a Gatwick às cinco da tarde, saí às duas e pouco da minha zona.
Apesar de um pequeno engano por parte do meu homem no tocante ao itinerário subterrâneo, chegámos com tempo de sobra ao aeroporto, algo que eu vi como um bom sinal. A viagem vai correr bem, vamos chegar a Faro sem incidentes.
É óbvio que eu andei a descurar a minha dose diária de Marretas recomendada, porque se andasse a ver mais bonecos de peluche no pequeno ecrã lembrar-me-ia da regra de ouro: quando dizes que vai tudo correr bem é quando te começam a cair bolas de bowling na cabeça (para melhor entendimento, é favor ver os primeiros 45 segundos disto). Olhei para cima. Nada me acertou na pinha, pelo que achei que estava tudo ok. E, obviamente, quebrei a regra número dois - nada de respirar fundo de alívio depois de olhar para cima!
Comecei a ver problemas em todo o lado. E se a mala de portão está demasiado pesada? E se me enganei e tenho alguma coisa proibida na mala de cabine, sei lá, tipo um pequeno lémur? E se não consigo lugar ao lado do meu homem (aquele ombro dá tanto jeito como almofada) e fico ao pé de um vendedor de bíblias? E se... gah, pára com isso! Daqui a nada achas que o avião vai-se desp... calei o pensamento mesmo a tempo, não fossem os deuses das moléculas mágicas que mantêm aquela besta de ferro com asas no ar brincar comigo.
Feito o check-in, comprado o iPod e comido o sushi em terra, foi altura de entrar no avião. Sentei-me num lugar perfeitamente aleatório (mais ou menos - eu tento sempre topar onde andam as criancinhas para fugir delas) e agora era só esperar duas horas e meia.
Estão a ver onde isto vai parar, certo? A Faro, dirão os mais atentos e ingénuos. À chatice, dirão os perspicazes. Estamos no ar há uma meia hora, quando o meu homem se vira para mim e pergunta: "olha lá, tu que és psicóloga e coiso, o que farias com um tipo que começasse a ter um ataque de pânico?" Eu levanto os olhos do livro que estava a ler e respondo, com o meu melhor ar profissional: "um par de estalos.""Então aquece a mão, que acho que vais precisar."
Fiquei a olhar para ele, sem perceber muito bem de onde raio vinha aquilo. Ele sugeriu que eu olhasse para o banco atrás do dele, para me esclarecer. E esclarecida fiquei - lá estava um fulano a hiperventilar e a bater no banco da minha cara-metade, enquanto coçava freneticamente o alto do escalpe e jurava que ia ter um ataque de coração ali mesmo.
Olhei para cima, esperando a bola de bowling na tola. Nada. Isto ia-se transformar numa loooonga viagem.
Volvidos quarenta e cinco minutos de vôo, o avião começa a virar. Oh alegria, íamos regressar a Londres! Havia um médico a bordo, que se limitou a passar os dedos à frente da cara do homem e perguntar-lhe quantos via (um diagnóstico super científico e digno de seis anos de faculdade). Os assistentes de bordo iam-se revezando e lá iam pedindo ao homem que não morresse a bordo, que senão começava a contaminar o ar enlatado do avião (podem ter dito outra coisa qualquer, já não me lembro bem).
Aterrados em Londres novamente, tivemos que esperar que os paramédicos tirassem o tipo do avião. Tivemos que esperar que tirassem a mala dele do porão. Tivemos que esperar para voltar a abastecer o tanque. Tivemos que esperar na fila para voltar a levantar vôo. Eu tive que esperar quarenta minutos para mijar.
Por fim, postos de novo a caminho, desta vez já sem mais incidentes, tivemos a segunda aterragem, desta vez em solo lusitano, duas horas e meia atrasados. Que bom.
O melhor de tudo, a minha cereja em cima do bolo, foi já estar em casa da minha mãe à conversa com o meu rapaz, quando ele olha para mim com um ar estranho e refere que tenho sangue na cara. Quase lhe respondo que todo o meu corpo tem sangue, que coisa estúpida, quando ele aponta o facto de este estar do lado de fora do invólucro habitual. Pela primeira vez na minha vida, sangrava do nariz. Obrigada, gajo histérico a bordo do meu avião.
Pensamento do Dia
Se eu detesto ver a velha à janela com a vizinha a discutir os pormenores da vida da D. Não-sei-quantas do terceiro esquerdo, porque raio adoro ler biografias? Sinto-me uma mini-voyeur.
(Tudo isto porque comecei a ler a auto-biografia do Stephen Fry e estou a gostar. Sinto-me suja outra vez.)
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Pensamento do Dia
Acabo de aprender que as trompas de Falópio têm este nome porque foram "descobertas" por um tipo com esse nome.
Uma parte intrinsecamente feminina tem nome de gajo. Sinto-me suja...
Uma parte intrinsecamente feminina tem nome de gajo. Sinto-me suja...
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