Fui ver Moonspell (http://www.moonspell.com) ontem à noite ao Teatro Sá da Bandeira no Porto. Estes senhores têm genica e sabem dar a graxa necessária ao público para o aquecer, a malta respondeu bem e a coisa passou, a meu ver, demasiado rápido.
Comecei logo por me arrepender de não ter levado roupa de Verão, porque as pessoas eram tantas que destilei como uma fábrica de Whisky. E, por falar em whisky, não gosto do dito, mas tenho um fraquinho pelo seu amigo Vodka, o que é uma chatice, em especial se o meu estômago tem andado um bocado sacana comigo. Contas feitas, o final da noite pautou-se pela sempre popular canção do "ai-que-estou-enjoada-ai-que-estúpida-que-eu-fui-porque-é-que-a-minha-mãezinha-não-me-fez-com-mais-juízo?"
Tive boa companhia para ver a música. Sei que uma pessoa vai a um concerto ouvir os artistas, mas nestas coisas sou um bocado como os lobos, gosto de ir em alcateia e sentir-me perto das pessoas que aprecio. E um obrigado especial vai para a Diana e o Sérgio que, coitados, em diferentes alturas do dia de ontem, aturaram a minha pessoa.
Os Daemonia também actuaram, mas acho que o público para aquela banda não era o público de Moonspell. Tive uma certa pena deles, porque se esforçaram claramente por entusiasmar a malta, mas a coisa arrefeceu sem posibilidades de cura e desapareceram muitas pessoas. Ficou a parecer um teatro-fantasma, com meia dúzia de gatos metaleiros pingados a tentar ser solidários ou a tentar fazer render o dinheiro pago para ver DUAS bandas (confesso que estava no último grupo)...
Como estava de boleia, fui embora quando o resto do povo foi, antes de esta banda acabar de actuar. O destino? Um local fascinante, decerto um ex-libris de camionistas e broncos em geral, a cheirar a fritos e de paredes amareladas, onde os meus amigos comeram pregos no pão e batatas, uma dieta óptima de se ver para quem estava enjoada do vodka e da viagem de carro. Que maravilha!
Hoje tenho o pescoço ligeiramente (o meu orgulho e mania de que tenho 15 anos impede-me de dizer "bastante") dorido com tanto headbang, e por teimosia não tomo uma aspirina. Eu devo ser é masoquista.
E pronto, sei que este artigo está um bocado insípido, mas condiz com este dia chuvoso e melancólico que se vê da janela do meu quarto. Deixo-vos com uma citação que achei bonita, tirada do site dos Moonspell e escrita pelo Fernando Ribeiro:
"After one day, comes the other. What does it mean, why does it happen and if it is a good thing or a curse I do not know what to make of it, really. The same principle is applied to nights. Also there is one other element to add to it which is the small details of difference camouflaged on the big, absolute equity of days and nights, that in the end amounts to a chaotic progress, where and when you can not hold to a thing, to difference or sameness, and really when you come out of it you do not which line you are in, why are you doing that and not this and how predictably unpredictable your life is, and so is your death"
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