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segunda-feira, 15 de maio de 2006

O drama do Calipo de ananás


Como todo o bom português sabe, todos os anos, a indústria da gelataria resolve, qual ícone de moda reluzente, ditar quais os gelados que se devem comer, os que são chiques e in e os que saem da linha de produção por estarem out.
Nesta ordem de ideias, já tivemos os cones que representavam os sete pecados mortais cristãos, tivemos uns palitos frutados ligeiramente anémicos, uns copinhos dietéticos... tudo edições limitadas e ultra-especiais de corrida. No outro extremo destes ditames, temos os eternos resistentes, quais Chanel nº5, como, no caso da Olá, o Magnum disto e daquilo.

Aqui há uns 3 anos, ditava a moda Olá Primavera/Verão que os Calipos ainda prestavam e eram aprazíveis nas bocas dos meninos e meninas sedentos. A evidente questão fálica nem sequer vai ser aqui referida com muito pormenor, mas digamos que muito indivíduo do sexo masculino se virava para ver as meninas a sugarem com afinco aqueles pauzinhos de água açucarada e colorida... O mais popular parecia ser o de morango, mistério dos mistérios quanto às razões disto, mas assim era.

Enfim, sem saber muito bem porquê, o raio dos Calipos foram sofrendo umas baixas indecentes, pouco a pouco, tipo vítimas de um serial killer gelado. O de frutos tropicais desapareceu e eu nem choraminguei muito. O de limão foi-se e eu não resmunguei demasiado. No entanto, quando foi o caso do Calipo de ananás, aí a coisa mudou de figura de forma dramática: eu berrei, eu bradei aos céus, eu maldisse a minha vida, atirei-me ao chão, bati no peito e pedi aos santos e demónios que ressuscitassem o meu pauzinho gelado*.

Ao partilhar este drama com o meu colega de infortúnio bloguístico (leia-se "colaborador"), o desgraçado também se sentiu tentado a bater no peito de saudade... não fosse o facto de nunca ter tido conhecimento que o dito cujo Calipo tinha alguma vez existido. No entanto, ficou-lhe na alma a vontade, o vazio incontestável, que ele jurou colmatar indo a correr congelar um Compal de Ananás de imediato. Mas drama, a coisa não sabe ao mesmo!

Assim, a dor lá está, pelo menos nos corações de dois seres de sanidade duvidosa, e nós queremos que o Calipo de ananás ressuscite, qual Frankenstein glorioso, e engrosse a fileira da moda gelateira deste Verão! Para o efeito, estamos a pensar fazer rituais ao Quarto Minguante, cheios de piche e penas nos pés, para subornar os deuses dos gelados, queremos gritar em tirolês o Hino ao Ananás, queremos esculpir totens em nome do gelado falecido, queremos... pronto vocês têm uma ideia.

Quem se junta a nós nesta luta?!


(*- sim, sim, eu sei que isto pode parecer outra coisa aos olhos do leitor mais conspurcado... um conselho ao mesmo: vá lavar os olhos com sabão! Hmph...)

(imagem: http://lokura.blogia.com/upload/20051027184059-calippo-jpg)

3 comentários:

Anónimo disse...

Ahahaahahaha, adoro o teu sentido do humor. Infelizmente algures no passado tive um mau encontro com um calipo (acho que o erro foi comer o verde seguido do de coca-cola) e nunca mais os quis ver (nem comer). Já se fosse pelo mini milk talvez lutasse.

Anónimo disse...

Sim senhor! O movimento Pró-Calipo de Ananás está em força! Boa sorte para o vosso movimento de ressuscitação tão importante para a cultura portuguesa e a sociedade em geral... :P

***

Anónimo disse...

E pá, eu acho que vi o calipo de laranja e ananas a venda há pouco tempo!