quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Balanço
Balanço da época de festas: 1,5kg ganhos.
Claro que os desgraçados foram todos direitinhos para o meu rabo... drama.
domingo, 24 de dezembro de 2006
Carta ao Pai Natal
- Uma banda gástrica - eu sei, eu sei, é uma coisa invulgar, mas confessa que andas a ficar cada vez mais rechonchudinho, e isso, na tua idade, não pode ser saudável. Imagina tu que ficas preso numa chaminé! Era uma chatice... E com isto passo para o próximo item na minha lista;
- Um equipamento de alpinista - andar a subir e descer chaminés pode ser uma tarefa dolorosa e um Pai Natal da vanguarda tem que ter o melhor dos equipamentos (sim, porque eu sei que tu nem sonhas em fazer batota e pedir aos elfos que façam o exercício todo por ti);
- Lubrificante - para pôr na chaminé para deslizares melhor (e não ligues aos pensamentos impuros que os outros meninos e meninas possam ter tido ao ler isto);
- Um extintor - a Mãe Natal já deve andar farta de te remendar os fundilhos das calças chamuscadas pelas lareiras acesas;
- Comida vegetariana - os tradicionais biscoitos e o copo de leite podem ser charmosos, mas confessa lá que ao fim de algum tempo enjoam... para não mencionar a tal coisa de te alargar o bojo. Comidinha vegetariana era uma alternativa saudável e, se ficasses rabujento com a falta de açúcar, era da maneira que começavas a premiar as crianças bem-comportadas e a castigar as endiabradas com mais afinco;
- Um equipamento sado-maso - sim, porque eu tenho a certeza que, por detrás desse ar angélico que tu tanto te esforças por mostrar, tens um lado mais malandreco. Aposto que tu e a Mãe Natal gostariam de ter uns acessórios para apimentar a vossa relação! (Sim, porque eu não acredito que um casamento tão longo aguente os restantes 350 dias do ano só com renas e neve e neve e renas...);
- Um trenó de titânio - eu sei que a madeira é tradicional e tal, mas já é tempo de aderires às novas tecnologias. Afinal de contas, qualquer dia os amigos dos direitos dos animais vão-te bater à porta e exigir que deixes as renas em paz! Dá um descanso às coitadas e faz um upgrade ao teu material voador.
- Um gestor de conta - eu sei que tu és altruísta e gostas de ver as crianças felizes, mas vê lá se um dia não entras em falência, da forma como isto anda...
- Uns óculos novos - sei que esta prenda pode ser um bocado bota-de-elástico, mas eu sei de fonte segura que há crianças que ficam chateadas contigo depois de abrir as prendas, porque te pedem um foguetão e recebem um par de meias. Só posso chegar à conclusão que andas a ler mal os pedidos, não é? E, agora, por fim;
- Um sistema GPS - não me leves a mal, velhote, mas a verdade é que não é com os obsoletos mapas que chegas lá! Tenho reparado que o teu mapa tem certas partes do planeta apagadas, como a África. Como tu não tens mariquices de racismos e politiquices parvas, sei que isso só se pode dever ao facto de teres um mapa de mil setecentos e troca-o-passo. Toca a começar a pensar nas crianças que não têm chaminé (e, pensando bem, c'os diabos, também se devia fazer uma lista de prendas tropicais para ti... e vacinas).
E pronto, Pai Natal, espero que não me leves a mal esta minha ousadia, mas acho que também mereces que pensem em ti nesta altura do ano, já que no resto do ano te tornas miragem. Faz umas boas viagens, não te esqueças de descansar e beber bastante chá quente, leva um casaco quentinho e elogia as tuas incansáveis renas!
(Ah, e por favor coloca caca de rena no sapatinho dos meninos que aumentam os impostos mas conduzem carros topo de gama... melhor, coloca a caca nos assentos dos carros. Obrigada.)
Com os melhores cumprimentos e votos de um Feliz Natal,
Leonor
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
Simplex
Aqui vai um exemplo, por mim vivido, para vosso gáudio.
(O que vale é que gosto da minha pátria, senão em vez de rir, chorava...)
EU: Bom dia, estou a telefonar para saber como posso fazer para ser voluntária/funcionária na vossa instituição.
OUTRO LADO: Isso não é neste número que tem que perguntar [este era o número para onde quem precisa dos referidos serviços liga]...
E: Sim, eu sei, peço desculpa, mas pedia-lhe que tivesse a gentileza de me encaminhar para o número apropriado, dado que o vosso cartaz não o indicava.
OL: [hesitando] Vou-lhe dar o contacto do Gabinete.
E: Grata.
(Ligo para o outro número)
E: Bom dia, estou a telefonar para saber como posso fazer para ser voluntária/funcionária na vossa instituição.
OL: [secamente] Isso não é aqui.
E: [suspirando e tentando ignorar a respiração enfadada da senhora no bocal do telefone] Importa-se de me encaminhar para o contacto apropriado?...
OL: Isso é com a Secretaria. Vou passar.
E: Obr... [interrompida pela musiquinha clássica institucional de espera]
(na Secretaria atendem, ao fim de cerca de 3 minutos de espera)
E: [sentindo-me um atendedor de chamadas] Bom dia, estou a telefonar para saber como posso fazer para ser voluntária/funcionária na vossa instituição.
OL: Isso não é aqui que tem que perguntar, tem que ligar para o atendimento!
E: Mas eu liguei para esse número primeiro e disseram-me que era aqui...
OL: Não não não, é mesmo lá, mas com o outro número que aparece no cartaz. Encaminho?
E: [proferindo impropérios mentalmente] Se fizer o favor...
(mais 3 ou 4 minutos de espera e a fatídica musiquinha)
E: [sem comentários...] Bom dia, estou a telefonar para saber como posso fazer para ser voluntária/funcionária na vossa instituição.
OL: Mas isso não é aqui, tem que ligar para o Gabinete.
E: Olhe, eu sei que isto não é problema seu, mas... [respiro fundo, para não causar má impressão com desabafos menos de boas famílias] NÃO me encaminhe para o Gabinete! Eu liguei para o número no vosso cartaz, de lá mandaram-me para o Gabinete, depois para a Secretaria, depois para aqui, e agora quer-me mandar de novo à estaca zero?!
OL: [hesitando e tentando soar institucional - ser funcionário público, mesmo voluntário, exige um certo perfil, obviamente] Mas este número não serve para o tipo de informações que deseja.
E: E a sua solução é mandar-me de novo para um local onde, dez minutos antes, me disseram ser o errado?
OL: [hesitando novamente] Importa-se de aguardar? Vou perguntar a alguém o que fazer.
E: [pensando o fantástico que é a hierarquia institucional] Com certeza...
(DEZ minutos depois, com aquela musiquinha que já se me entranhava nos poros)
OL: Olhe, desculpe, isto está demorado, importa-se de esperar mais um bocadinho?
E: [inspiro fundo e conto até dez muito depressa] Com certeza...
(mais cinco minutos depois)
OL: Vou-lhe dar um número, tem que ligar para lá a pedir informações, mas só para a semana, que a Dra agora não está.
E: [desejando saber qualquer coisa de Tantra, para ter aquela paciência milenar] Muito obrigada.
Tendo em conta que a última jovem que me atendeu conseguiu fazê-lo porque estaria a desempenhar as funções que eu almejo, eu pergunto: ela apareceu ali por obra e graça? É portadora do segredo do "como entrar num trabalho de voluntariado"? Tem medo que eu seja da Al-Qaeda?
Engº. Sócrates, ainda bem que nos é complicado ser voluntário neste país, caso contrário, já viu a quantidade de gente que se oferecia para ajudar? Seria o fim do mundo...
Pensamento do Dia
Agora que temos o Acordo de Bolonha a funcionar, não será de actualizar o dito para "deu o peido doutorado", a fim de continuar a dar um ar de finura ao acto de "ir para o jardim das tabuletas"?...
Adenda
Só para esclarecer. Não quero depois ter clientes a exigir o dinheiro de volta por pensarem que, em vez das Farinhas Amparo, me saiu o curso nos Totós...
sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
Acordei com uma campainha, mas contente!
A ver:
- Overcoming Anxiety For Dummies
- Cognitive Behavioural Therapy For Dummies
- Anxiety & Depression Workbook For Dummies
Agora vou poder devorar estes livros e ter uma data de ideias descomplicadas para ajudar os meus clientes (eu tenho uma certa tendência para complicar, os meus amigos que o digam...) Vou ser a melhor psicóloga do universo, quiçá, do mundo inteiro!
Falta-me, contudo, o Depression For Dummies. Eu faço anos a 3 de Janeiro...
Para saber mais acerca dos livros Para Totós, clique aqui.
(O mundo precisava mesmo de mais uma psicóloga a bater palminhas de contente por terem chegado livrinhos técnicos à sua portinha... e que escreve posts inúteis sobre isso)
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Dez boas razões...
- Não há espartilhos para eu usar ao contrário;
- Os ursos são amiguinhos, mas não dão concertos;
- Andar de trenó não é suficientemente "gótico" (se bem que, se andarmos o suficiente, o sofrimento comece a justificar o adjectivo);
- Pestanas coladas com gelo não me ficam lá muito bem como fashion statement;
- Idem aspas para a ranhoca que se pendura na ponta do nariz;
- Não há praias e, consequentemente, ninguém me vai azucrinar a paciência para eu me ir torrar ao sol;
- Roupa preta fica mal com o gelo;
- Ok, fiquei-me por sete más razões...
- Mais uma e arrumo a coisa...
- Voilá.
Acho que devia mudar o nome deste post para "exercício de futilidade"...
O que faz o ócio...
domingo, 3 de dezembro de 2006
Esperteza...
Ora bem, mas o meu espartilho não eram só rosas. Feito de cabedal e com fivelas, aquilo aperta um nadinha e, como era novo, não me assentava ainda bem na anca, magoando-me nos ossos. Era uma questão de tempo, dizia eu, até o cabedal ceder e se moldar ao meu corpo... Dizia eu. Coisa que estava a tardar, já agora.
Pois bem, ontem, por engano, descobri que tenho andado a usar o espartilho ao contrário! Maravilha das maravilhas...
Às vezes é preciso assumir que nem sempre usamos os neurónios para o melhor... *suspiro*