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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Os elfos do combustível

Aqui há um par de dias, acendeu-se no meu carro aquela luzinha laranja, minúscula mas irritante, que me indicava que tinha o combustível na reserva. Raios, pensei, lá tenho eu que ir meter gasóleo. Detesto meter combustível no carro, e sempre que a luz se acende tenho a sensação que oiço o carro a rir-se e a gozar-me (não, não preciso de consultas psicológicas... acho).

Não sei que tipo de aversão é a minha, mas detesto meter combustível no carro. Detesto pegar na agulha, ouvir aquela vozinha feminina electrónica a dizer-me "pode abastecer" (como se eu precisasse da tua autorização, oh gaja!), ter que esperar até a agulha saltar, irritar-me porque o preço não é certo, insistir que cabem mais umas gotinhas para a conta ser redonda, deixar cair à última da hora uma gota na mão e ter que a limpar compulsivamente ("Argh, que este cheiro não combina nada com a minha toilette!"), fechar o carro, ir pôr-me na fila para pagar, voltar ao carro, abri-lo, ir embora...

Como é óbvio, eu tento atestar sempre o carro, assim evito ter que passar por esta situação muitas vezes. Ora, dado que recebi, há uns dias, uns cupões para descontar no preço do combustível, resolvi que os ia gastar, e tinha que ser numa empresa específica. Quando precisasse, pensei, ia à bomba e resolvia a coisa.

Pois bem, entrei na reserva numa altura em que não havia nenhuma bomba daquela marca por perto, de modo que fui esticando o gasóleo. "Só mais um quilómetro, anda lá..." Infelizmente, a reserva tem os seus limites e, para não acabar na berma da estrada com aqueles lindos coletes amarelos, resolvi ir a uma bomba na auto-estrada e meter €5 de combustível, só para remediar.

Acabo de ligar o carro e, sem demasiada surpresa, o ponteiro do combustível não saiu da reserva. Bem, paciência, quando voltar do trabalho logo atesto o carro na bomba que me interessa.

Chegada ao trabalho, estacionei o carro e pus-me a caminho do escritório. Até aqui nada de novo, nem de extraordinário. A parte misteriosa foi quando voltei a ligar o carro, e charã!, já não estava na reserva! Fabuloso. Andei mais um bocado com o carro, naquela de ver se o sacaninha metálico voltava a gozar-me e acendia a luz da reserva, mas... nadinha. Continuava com quase um quarto de depósito.

Tive um par de dias para cogitar sobre o assunto, e cheguei a uma conclusão brilhante e óbvia: foram os elfos do combustível que me puseram mais gasóleo! Se o detergente Presto tem os glutões que comem a porcaria das roupas, o Pai Natal tem os seus ajudantes e a Mãe Natureza tem as suas fadas, porque raio é que as companhias petrolíferas não podem ter os elfos do combustível? Aposto que nunca pensaram nisso, pois é. Valham-se as mentes brilhantes como as minhas para vos iluminar.

Pois bem, espero que os elfos do combustível me voltem a visitar de novo. Pelo sim, pelo não, estou a pensar enfiar umas bolachas de chocolate pelo depósito do carro adentro, para lhes adoçar a boca e convencer a, da próxima, me atestarem o veículo, em vez de me deitarem umas míseras gotinhas a mais. Forretas...

2 comentários:

Mortisa disse...

Epá...tens de voltar a essa bomba...não é todos os dias que o Pai Natal se lembra de nós...Sortuda.
:D

Beijo
*

Raquel disse...

Elfos do combustível... Como é que nunca me lembrei disso antes?!? :)