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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Dia dois de Janeiro


O ano começou há quase dois dias inteiros e dizem-me que é suposto estarmos todos excitados com isso. É a promessa de um novo início, dizem-me.

Eu cá não percebo o conceito da mudança de ano. Mudar de ano lembra-me que já nasci há uns quantos atrás e que não posso voltar atrás. Vivemos num país que se diz democrático, então porque raio não podemos referendar se mudamos de ano ou não? Proponho uma campanha de permanência de ano!
  1. Mudar de ano é uma seca. Lembra-nos que temos mais um aniversário a aproximar-se (esta ideia vender-se-ia especialmente bem junto daqueles que fazem anos na mesma altura que eu...)
  2. Não mudar de ano implica não envelhecer... (vamos fingir que isto tem uma lógica bestial e que é o mudar de ano que nos traz rugas e complicações)
  3. Não mudar de ano implica não pagar mais de portagem no regresso a casa do dia 1 de Janeiro, o pão não aumenta, nem a taxa de juro da habitação...
  4. Se mudar de ano é começar uma época cheia de promessas, então mudar de dia tem o mesmo efeito. Quero fogo-de-artifício e concertos todas as noites! "Bom dia 11 para 12 de Setembro!", gritariam os artistas no palco. Até podiam viver no palco, porque dali a 24 horas teriam que voltar a actuar...
  5. "Tenha um bom ano!" Que monte de tretas. Porque não desejamos uma boa década uns aos outros? Ou um bom período de duas horas e 45 minutos? Pff...
  6. Dói-me a cabeça.

Comecei bem o ano, diriam vocês. Eu pergunto: ano, que ano? Isto não é o autocarro para 2005?


Imagem: http://web.mit.edu/jeffa/www/fireworks%202005%20(14).jpg

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