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sábado, 1 de março de 2008

Sequestro simulado

Anteontem, ao pequeno-almoço, resolvi ser mesmo maluca e ligar o televisor para, sei lá, me imiscuir logo pela manhã de um pouco de cultura. Fiz o tradicional zapping, tentando encontrar um canal de jeito, mas resolvi ficar-me com as notícias, vá-se lá saber porquê. Chamem-me aventureira.

Parei num canal brasileiro, que eu nunca notei existir na minha grelha de programação. Talvez se tenha materializado naquele dia só para mim. A manchete gritava que um jovem estudante (oh, horror dos horrores!) havia fingido o seu próprio sequestro. Não apanhei a explicação dada pelos jornalistas (que, decerto, seria inteligentíssima) mas, movida pela curiosidade, esperei para ver mais.

E eis que surge o pai do jovem, que nos oferece um momento precioso de partilha e nos dá a sua opinião científica. Afinal de contas, quem fez asneira (e foi apanhado, crime dos crimes!) é sangue do seu sangue e é preciso salvar as honras ao convento.

E porque é que, perguntam vocês, a opinião do pai é científica? Pois bem, porque ele afirma, com um ar extremamente convicto, que a razão para o “acto um pouco estranho, mas evidentemente desculpável” (pois, mas se fosse filho de outro...) da sua descendência era… a Internet! Ficámos todos muito mais descansados.

É verdade, o coitado do rapaz foi exposto a essa coisa malévola chamada Internet, o flagelo do mundo moderno, a raíz do mal, e nunca mais foi o mesmo. Ficou com ideias na cabeça. E resolveu simular o seu próprio sequestro. Faz todo o sentido.

Aqui a vossa amiga, que por acaso até olhou para a televisão quando o senhor disse isso, reparou que a legenda da notícia era “Pai de Sinfrônio culpa Internet”.

Ah. Então é o Sinfrônio, pobre vítima da Internet.
Vou oferecer aqui a minha opinião profissional. Diagnóstico: vítima do mau gosto do pai! Com um nome daqueles, admira é que não tenha antes simulado um suicídio...

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