Por tudo isto:
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Hoje é um bom dia
Porquê?
Porque dormi até tarde sem culpas.
Porque um dos meus gatos teve um ataque de mimo e mordeu-me o nariz.
Porque esse mesmo gato, no mesmo ataque, me babou o teclado do portátil.
Porque está sol, mas não muito calor.
Porque vou ver patinhos e dar-lhes todo o pão que não comi e congelei só para eles.
Porque vou tirar fotografias e, se calhar, desenhar.
Porque me vou encontrar logo com um tipo super divertido e... ruivo.
Porque posso. Mai nada.
Porque dormi até tarde sem culpas.
Porque um dos meus gatos teve um ataque de mimo e mordeu-me o nariz.
Porque esse mesmo gato, no mesmo ataque, me babou o teclado do portátil.
Porque está sol, mas não muito calor.
Porque vou ver patinhos e dar-lhes todo o pão que não comi e congelei só para eles.
Porque vou tirar fotografias e, se calhar, desenhar.
Porque me vou encontrar logo com um tipo super divertido e... ruivo.
Porque posso. Mai nada.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Pensamento do Dia ou A Taxa
O Governo decidiu que, a partir de agora, as pessoas que vão ao hospital devido a lesões por violência doméstica deixam de pagar a taxa moderadora. Para mim, não é incrível que deixem de pagar, mas sim que tivessem que pagar até agora. Por outro lado, também me é estranho o conceito de ter de pagar taxas moderadoras depois de já pagar impostos...
Dada esta minha dificuldade intelectual, será que, se eu for parar ao hospital devido a uma forte alergia, eu posso dizer que foi o(a) meu/minha companheiro(a) que me atirou ácaros à cara e ficar, deste modo, isenta de pagamentos?
E aqui vai uma imagem de um ácaro para vos ilustrar a minha ideia brilhante e ajudar na digestão.
E aqui vai um beijinho ao Hospital de S. Marcos, o impulsionador da estup... da situação que gerou toda esta polémica de taxas e gente batida.
E... a coisa é só para mulheres, ou os homens grandes e fortes são considerados parvos se as mulheres os conseguirem magoar? Em caso de dúvida, sugiro que um homem-vítima vá ao S. Marcos esclarecer já isso.
A Tirania cibernética
Uma das vantagens de se ter um blog é sermos os tiranos do nosso próprio ciber-espaço, e ninguém nos pode chatear. Eu gosto de me aproveitar disso.
O mais giro é que tenho amigos que se prestam a ser vítimas das minhas idiotices. E, pobres coitados, são vítimas da minha tirania de ciber-espaço também, o que, conjugado com um telemóvel com câmara, pode dar asneira.
Aqui está a prova.
Tenho dito.
O mais giro é que tenho amigos que se prestam a ser vítimas das minhas idiotices. E, pobres coitados, são vítimas da minha tirania de ciber-espaço também, o que, conjugado com um telemóvel com câmara, pode dar asneira.
Aqui está a prova.
Tenho dito.
domingo, 3 de agosto de 2008
GPS II
Já discorri, em tempos, acerca do GPS, essa invenção-maravilha para pessoas sem rumo como eu.
O aparelho GPS é o espectáculo, uma espécie de Ambrósio preguiçoso (“Digo-te onde fica, mas és tu que te arrastas até lá, seu burguês desgraçado”) e uma preciosa ajuda para quem tem – como eu – uma certa fobia em se perder em estradas nas quais não tem qualquer ponto de referência.
Hoje não quero falar deste aparelho propriamente dito, mas sim da relação que o Homem tem com ele. É uma relação com uns contornos um pouco estranhos, como não vemos em mais lado nenhum na nossa sociologia de massas. Eu explico:
-- Existem dois tipos de pessoas no mundo: os que acreditam no GPS, e os que não acreditam nele;
-- Os que acreditam nele simplesmente inserem coordenadas e vão cegamente para onde o aparelho manda, o que por vezes pode querer dizer o fundo de um lago, mas isso é um tabu e ninguém deste grupo fala nisso;
-- Os descrentes no poder do GPS recusam-se a aceitar a sua sabedoria e, quando se dirigem aos crentes desta entidade, fazem uma expressão de incredulidade e dizem: “ssssim, mas deixa-me dar-te outras indicações na mesma, não vá isso falhar…”
Agora eu pergunto: porque é que não há os Talibans do GPS? Porque é que não há guerras, batalhas épicas, discussões monumentais à pala destas diferenças ideológicas?
Só prova que nós, seres humanos, somos mesmo estúpidos. Em vez de nos debatermos em nome do pró-GPS (ou anti-GPS), andamos por aí à porrada uns com os outros por causa de uma outra coisa que nem se vê e que nos convenceram que, essa sim, é que fez e manda no mundo. Bah.
O aparelho GPS é o espectáculo, uma espécie de Ambrósio preguiçoso (“Digo-te onde fica, mas és tu que te arrastas até lá, seu burguês desgraçado”) e uma preciosa ajuda para quem tem – como eu – uma certa fobia em se perder em estradas nas quais não tem qualquer ponto de referência.
Hoje não quero falar deste aparelho propriamente dito, mas sim da relação que o Homem tem com ele. É uma relação com uns contornos um pouco estranhos, como não vemos em mais lado nenhum na nossa sociologia de massas. Eu explico:
-- Existem dois tipos de pessoas no mundo: os que acreditam no GPS, e os que não acreditam nele;
-- Os que acreditam nele simplesmente inserem coordenadas e vão cegamente para onde o aparelho manda, o que por vezes pode querer dizer o fundo de um lago, mas isso é um tabu e ninguém deste grupo fala nisso;
-- Os descrentes no poder do GPS recusam-se a aceitar a sua sabedoria e, quando se dirigem aos crentes desta entidade, fazem uma expressão de incredulidade e dizem: “ssssim, mas deixa-me dar-te outras indicações na mesma, não vá isso falhar…”
Agora eu pergunto: porque é que não há os Talibans do GPS? Porque é que não há guerras, batalhas épicas, discussões monumentais à pala destas diferenças ideológicas?
Só prova que nós, seres humanos, somos mesmo estúpidos. Em vez de nos debatermos em nome do pró-GPS (ou anti-GPS), andamos por aí à porrada uns com os outros por causa de uma outra coisa que nem se vê e que nos convenceram que, essa sim, é que fez e manda no mundo. Bah.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Alucinações de uma insónia sem apelo
São três da manhã. Não consigo dormir. Resolvi ser produtiva, e aproveitei para lavar a loiça toda do jantar que me tinha dado preguiça de lavar há quatro horas atrás. Era muita loiça. Pensei que isso fosse resolver o meu problema, mas nada. Então, aqui estou eu, a escrevinhar disparates. Já que não consigo dar o descanso merecido aos meus neurónios, também os vou massacrar espremendo ideias idiotas a horas impróprias. Toma lá.
Enquanto labutava com os lençóis, pus-me a pensar em coisas várias. Uma delas, pasmem-se, foi mais ou menos a solução para o sentido da vida. Bem, sentido da vida, vida, se calhar não era, mas seria uma coisa assim mais para o empresarial. Mais concretamente, prendia-se com as relações funcionário/patrão, e como seria possível melhorá-las de forma gigante se seguíssemos uma série de passos simples, em jeito National Geographic.
Aqui há uns dias, estava eu a ver um programa sobre animais, e vi um homem que treinava cães surdos. Se tiverem um cão surdo, e se ele se afastar de vocês, não o podem chamar de volta gritando o nome dele, por razões óbvias. Ora, o treinador tinha uma forma fabulosa de o animal prestar mais atenção, mesmo ao longe: luvas extra-grandes. A ideia é que mãos maiores fazem o cão sentir-se mais feliz e seguro, por causa de umas coisas que eu na altura não prestei atenção. O treinador fez a dona do cão calçar umas luvas brancas, aí uns três números acima do seu, e pô-la a chamar o cão com gestos efusivos. O cão veio logo a correr, feliz da vida. Funcionou!
Então, aqui temos o passo 1:
-- Sempre que precisar de cumprimentar o chefe, calce umas luvas gigantes e acene como um parvo. Não precisa de emitir sons, porque estes apenas servem para distrair. O patrão virá a trote e terá toda a sua atenção. A dele e, provavelmente, a de uns seguranças simpáticos também.
Tive uma supervisora, num dos meus últimos empregos, que senti ter imensa dificuldade em apontar os erros de trabalho ao novato e ajudá-lo. Pura e simplesmente, sentia que, se eu tivesse feito alguma coisa mal, ela sabia corrigir a primeira vez, mas depois, se eu me voltasse a enganar, ela já ficava calada, com uma certa expressão de aborrecimento, um pouco como nas relações no casal heterossexual: “Querida, está tudo bem?” “(voz irritada) Está tudo óptimo!” “(Alívio) Ah, ainda bem.” E os erros, claro está, tinham grande potencial para continuarem a dar-se.
Uma vez mais, lembrei-me dos treinadores de animais, e chegámos ao passo 2:
-- Se estiver a notar que o chefe não lhe diz alguma coisa, optando antes por esperar que que perceba por si, magicamente, o que correu mal, dê-lhe com o jornal e diga: “Chefe mau! Chefe feio! Chefe tem que explicar!” O chefe entenderá imediatamente as injustiças que andou a cometer no passado e dar-lhe-á uma prenda apropriada. Sim, o despedimento é uma prenda apropriada. Afinal de contas, ninguém com ideias assim tão originais deve ter que trabalhar nessas horríveis condições.
Quando o casal discute, se a coisa fica feia, a mulher começa a gritar com o homem se ele lhe toca: “Tu não me toques! Não te atrevas a tocar-me!” Como se o tocar fosse a ofensa extrema. Podes berrar comigo, podes partir a loiça, mas ai de ti se me tocas. Nunca percebi isso, sinceramente, mas depois pus-me a pensar, e a coisa até é capaz de ter um fundo de razão. Senão, ora pensem comigo: que sentido faria uma mulher dizer “Adalberto, vou-me chatear a sério contigo, vamos discutir à brava, mas por favor coloca a tua mão na minha mama direita enquanto berramos um com o outro.” Realmente, não faz muito sentido, pois não? Só prova que, mesmo sendo fêmea, não tenho aquele know-how de certos membros do meu género.
E eis que chegámos ao passo 3:
-- Se for mulher e se estiver a ter uma conversa chata com o patrão, mesmo a 2 metros um do outro, grite muito alto: “Não me toque! Se calhar tem razão no que está a dizer, se calhar eu até concordo consigo, MAS NÃO ME TOQUE!” Depois culpe a mãe dele/a pela pessoa que ele/a é. Vai correr tudo muito melhor. Ah, e leve o jornal, no caso de ele/a ser suicida e tentar mesmo algum tipo de contacto físico.
Se for homem, a coisa pode ser mais complicada, mas diga que se sente mais mulher hoje porque recebeu o resultado das análises e os seus níveis de estrogénio andam particularmente altos.
E pronto, aqui estão todas as ideias felizes que os meus neurónios debitaram nesta privação de sono. Espero que tenham lido tudo do início ao fim, para eu poder dormir mais logo com aquela sensação fofinha de que não só perdi o meu tempo a escrever esta trampa toda, como também fiz perder o tempo de pessoas que, antes de conhecerem o Gato Metaleiro, eram sãs de espírito.
São três e quarenta. Vou mas é dormir.
Enquanto labutava com os lençóis, pus-me a pensar em coisas várias. Uma delas, pasmem-se, foi mais ou menos a solução para o sentido da vida. Bem, sentido da vida, vida, se calhar não era, mas seria uma coisa assim mais para o empresarial. Mais concretamente, prendia-se com as relações funcionário/patrão, e como seria possível melhorá-las de forma gigante se seguíssemos uma série de passos simples, em jeito National Geographic.
Aqui há uns dias, estava eu a ver um programa sobre animais, e vi um homem que treinava cães surdos. Se tiverem um cão surdo, e se ele se afastar de vocês, não o podem chamar de volta gritando o nome dele, por razões óbvias. Ora, o treinador tinha uma forma fabulosa de o animal prestar mais atenção, mesmo ao longe: luvas extra-grandes. A ideia é que mãos maiores fazem o cão sentir-se mais feliz e seguro, por causa de umas coisas que eu na altura não prestei atenção. O treinador fez a dona do cão calçar umas luvas brancas, aí uns três números acima do seu, e pô-la a chamar o cão com gestos efusivos. O cão veio logo a correr, feliz da vida. Funcionou!
Então, aqui temos o passo 1:
-- Sempre que precisar de cumprimentar o chefe, calce umas luvas gigantes e acene como um parvo. Não precisa de emitir sons, porque estes apenas servem para distrair. O patrão virá a trote e terá toda a sua atenção. A dele e, provavelmente, a de uns seguranças simpáticos também.
Tive uma supervisora, num dos meus últimos empregos, que senti ter imensa dificuldade em apontar os erros de trabalho ao novato e ajudá-lo. Pura e simplesmente, sentia que, se eu tivesse feito alguma coisa mal, ela sabia corrigir a primeira vez, mas depois, se eu me voltasse a enganar, ela já ficava calada, com uma certa expressão de aborrecimento, um pouco como nas relações no casal heterossexual: “Querida, está tudo bem?” “(voz irritada) Está tudo óptimo!” “(Alívio) Ah, ainda bem.” E os erros, claro está, tinham grande potencial para continuarem a dar-se.
Uma vez mais, lembrei-me dos treinadores de animais, e chegámos ao passo 2:
-- Se estiver a notar que o chefe não lhe diz alguma coisa, optando antes por esperar que que perceba por si, magicamente, o que correu mal, dê-lhe com o jornal e diga: “Chefe mau! Chefe feio! Chefe tem que explicar!” O chefe entenderá imediatamente as injustiças que andou a cometer no passado e dar-lhe-á uma prenda apropriada. Sim, o despedimento é uma prenda apropriada. Afinal de contas, ninguém com ideias assim tão originais deve ter que trabalhar nessas horríveis condições.
Quando o casal discute, se a coisa fica feia, a mulher começa a gritar com o homem se ele lhe toca: “Tu não me toques! Não te atrevas a tocar-me!” Como se o tocar fosse a ofensa extrema. Podes berrar comigo, podes partir a loiça, mas ai de ti se me tocas. Nunca percebi isso, sinceramente, mas depois pus-me a pensar, e a coisa até é capaz de ter um fundo de razão. Senão, ora pensem comigo: que sentido faria uma mulher dizer “Adalberto, vou-me chatear a sério contigo, vamos discutir à brava, mas por favor coloca a tua mão na minha mama direita enquanto berramos um com o outro.” Realmente, não faz muito sentido, pois não? Só prova que, mesmo sendo fêmea, não tenho aquele know-how de certos membros do meu género.
E eis que chegámos ao passo 3:
-- Se for mulher e se estiver a ter uma conversa chata com o patrão, mesmo a 2 metros um do outro, grite muito alto: “Não me toque! Se calhar tem razão no que está a dizer, se calhar eu até concordo consigo, MAS NÃO ME TOQUE!” Depois culpe a mãe dele/a pela pessoa que ele/a é. Vai correr tudo muito melhor. Ah, e leve o jornal, no caso de ele/a ser suicida e tentar mesmo algum tipo de contacto físico.
Se for homem, a coisa pode ser mais complicada, mas diga que se sente mais mulher hoje porque recebeu o resultado das análises e os seus níveis de estrogénio andam particularmente altos.
E pronto, aqui estão todas as ideias felizes que os meus neurónios debitaram nesta privação de sono. Espero que tenham lido tudo do início ao fim, para eu poder dormir mais logo com aquela sensação fofinha de que não só perdi o meu tempo a escrever esta trampa toda, como também fiz perder o tempo de pessoas que, antes de conhecerem o Gato Metaleiro, eram sãs de espírito.
São três e quarenta. Vou mas é dormir.
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