segunda-feira, 20 de setembro de 2010
England again
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Hoje
Hoje, alguém pediu para não nascer.
Hoje alguém ganhou a lotaria.
Hoje alguém resolveu enfrentar os seus maiores medos.
Hoje alguém foi feliz com alguém triste a seu lado.
Hoje, alguém não desistiu do seu sonho.
Hoje, eu disse um último adeus ao M&M e chorei a sua partida. Descansa em paz, amigo. Nunca te esquecerei.
sábado, 28 de agosto de 2010
E, já agora...
A Saga Viagem VI
Hoje dedico-me às coisas interessantes, quiçá invulgares, com que me deparei naquela vila. Com suporte visual, claro está, para que os meus queridos também sintam que lá estiveram.
"Rabo Fechado" parece-me um bom nome para um bairro tuga
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Cogitações de nome
Para começar, um dos meus apelidos foi cortado a meio. É um daqueles apelidos meio finórios, que teriam hífen aqui há uns anos atrás, e o meu pai decidiu que eu só era digna de ser meia finória, para não crescer com manias de que era gente. E assim, puf, vai-se um apelido.
O último nome da minha mãe é Gigante. Ela resolveu ter misericórdia da sua filha e não me deu o apelido, o que só revelou bom senso e capacidade de adivinhar o futuro, porque cresci tanto, mas tanto, que o alto do meu metro e cinquenta e seis centímetros ia ser demasiado para fazer juz ao nome. E assim, puf, vai-se outro apelido.
Deste modo, com tanta censura e corte, fico só com cinco apelidos. Está mal, porque a minha elevada condição social pede que tenha aí uns oito ou nove, devidamente hifenizados e com grafia estrangeirada, tipo, sei lá, um "Callaça" ou "Ghigantte." Tinha sido bonito, digo eu. É por estas e por outras que não apareço na Caras. Que pena.
Contudo, como a menina inteligente que sou, tive a espantosa e linda ideia de juntar o meu último nome com o apelido que a minha mãe me negou e criar toda uma nova personalidade, digna das revistas cor-de-rosa. Pus a cabeça a pensar muito, muito, e cheguei a duas combinações possíveis:
- Gilaça
- Cagante
Er... Pensando melhor, se calhar é melhor não.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Publicidade e kharma
domingo, 25 de julho de 2010
Pensamento do Dia
...chamamos "impaciente" ao gajo que está saudável?
sábado, 10 de julho de 2010
Saga Viagem VI
Conheci esta menina de ar simpático, fiz-lhe "pshh pshh" e eis que se veio logo roçar em mim, a oferecida.
"O quê? Sem cheiro a gato? Deixa-me tratar já disso!"
"Pronto. Agora finjo que não te conheço para me parares de melgar."
sexta-feira, 9 de julho de 2010
A Saga Viagem V
Hoje há imagens do Tor. O Tor é uma torre que fica no alto de uma colina e é uma carga dos diabos para lá chegar. Os meus pulmões, a dada altura, ficaram-se pelo caminho. Infelizmente, sobrevivi para vos martirizar com as fotografias.
Já menos longe. Um dos pulmões já se tinha ido por esta altura.
Oh pra esta maravilha de fotografia, com o sol por trás de mim
e as nuvens do dilúvio atrás da torre.
O homem que ali vêem sacou, a dada altura, de uma
flauta e tocou uma melodia toda mística. Ah, Avalon!
Olhá linda vista!
Afinal, parece que estive mesmo lá. Só para me lembrar.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Novidades gateiras
terça-feira, 22 de junho de 2010
Vigília e etc.
Há certas coisas sobre as quais nem sempre me apetece escrever, sobretudo porque é difícil espremer o humor delas, e eu gosto que este blog seja um escape pateta à realidade chata e não um querido diário de desgraças quotidianas.
Uma das coisas que ainda não mencionei é acerca de um dos meus gatos. Não são boas notícias, mas podiam ser piores.
Tenho um gato insuficiente. Seria giro se ele fosse insuficientemente peludo, ou quiçá patudo, mas a sua insuficiência é mais de natureza interior e mortal: o bicho é insuficiente renal. Isto quer dizer que os seus rins não depuram a proteína dos alimentos e que ficam toxinas acumuladas no seu sistema.
Uma das formas de ajudar o gato é dando-lhe soro. Todos os dias, cá em casa, prepara-se o estaminé para o bicho levar com três horas (três!) de soro fisiológico endovenoso. Para ser sincera, é de rir: como não temos equipamento médico-pretensioso, temos que usar um baixo (o instrumento, não uma pessoa anã) em cima de um sofá, segurar o bicho no colo e rezar para que ele não chateie durante 180 minutos. Alegria.
No dia da dita cuja vigília, tive que pedir à pessoa com quem ia para me ajudar com o soro. Esta amiga é uma pessoa que, de vez em quando, fica atolada de trabalho e fico sem saber dela durante uns cinco meses. A última vez que a convidei para jantar cá em casa, fiquei eu e o rapaz doentes do estômago e já circulam rumores de que ela é uma ave de mau agoiro. Mas eu gosto de sofrer e, por isso, lá continuo amiga dela.
Cá veio ela ajudar-me com o soro. Correu relativamente bem, com ela a segurar o animal no colo, eu a tentar desentupir a veia enquanto ela cerra os olhos como se não houvesse amanhã (ela tem medo de agulhas) e depois a tentarmos convencer o felídeo de que estar quieto três horas seguidas é bué de fixe.
Quando o assunto ficou finalmente arrumado, esta amiga resolveu ter a indecência de ir fazer um xixizinho. Porquê indecência? Lembrem-se que ela é a minha ave de mau agoiro pessoal. Está ela a sair da casa-de-banho, quando a oiço berrar por mim: "Oh Leonor, o persa não se aguenta em pé, anda cááá!"
Lá fui eu, sem saber muito bem o que aquilo queria dizer, para chegar e ver o pobre do gato velhote a ter um ataque epiléptico. Metia dó ver o bicho a contorcer-se no chão. Fiz o que sabia: massagem cardíaca, que não deve ser exactamente o antídoto para a epilepsia, mas pronto. A coisa passou.
Ora, a vigília deveria começar em breve, mas eu tinha um gato insuficiente e um gato epiléptico a recuperar em casa! O que raio fazer?! Martirizar-me acerca de não ir e vigiar o velhote de cinco em cinco minutos pareceu-me boa ideia e foi isso mesmo que fiz.
(Reparem aqui que a minha Ave de Mau Agoiro já fez das suas. Mas ainda não acabou!)
Depois deu-me a fome. Não havia nada de jeito em casa e acabámos por ir, os humanos cá de casa e a amiga, a uma gelataria aqui ao pé para comer uma tosta. Soube-me imensamente bem, que a fome era negra.
De caminho de volta, começa-me a doer a cabeça de uma maneira que mais parecia estarem-me a apertá-la com um torniquete. Eh pah. Será a descarga de adrenalina? Porra, isto dói. Despeço-me da amiga e vou para casa com o rapaz. O coração bate depressa. Será do amor que está no ar? Porra, que bate depressa e piora-me a dor de cabeça.
Meia hora depois... tah-dah, uma reacção alérgica! Fico vermelha, vermelha, vermelha, acho que uma tarde ao sol sem protector não faria melhor. Do decote para cima, faço homenagem aos índios. Rezo para não inchar.
Não inchei. Prometo que tinha tirado fotos para colocar aqui para efeitos científicos. A minha cara-metade ficou intestinalmente desarranjada e eu, gradualmente, depois de dois anti-histamínicos, lá fui deixando a tripo dos peles-vermelhas.
Agora eu pergunto: sou eu que tenho azar ou é a minha amiga que me faz mal?!
(Fofa, se leres isto, sabes que gosto muito de ti. E, se te sentires culpada pelas porcarias que me causas, oferece-me uma tostadeira. Estou a precisar de uma. Grata e beijinhos.)
sábado, 19 de junho de 2010
Eu sei, eu sei...
Numa outra onda, hoje vou a uma vigília em prol dos animais do Canil de Lisboa. É uma vigília que se processa em turnos de quatro horas cada e escolhi um turno mais ou menos morto, para ter a hipótese de pôr a conversa em dia com os meus companheiros de espera. Os cães e gatos merecem o frio que vou rapar e a figura triste que vou fazer de colete reflector.
Acham que pegava a ideia de montar uma banquinha de piercings expresso enquanto lá estou? Tipo as bancas dos cachorros-quentes...? Até podia oferecer um pãozinho com cada agulhada... Digam de vossa justiça.
sábado, 5 de junho de 2010
Ovinhos, Senhor
"Preparar qualquer coisa," àquelas horas, normalmente, quer dizer "ovos." Mexidos, estrelados, quiçá escalfados (não, nunca aconteceu), Ovos é o prato preferido dos esfomeados nocturnos deste lar.
Como eu estava ocupada com qualquer coisa importantíssima (um filme da treta ou assim), fiquei na sala, enquanto o meu namorado fazia a sua magia culinária na cozinha. Decorridos uns dez minutos, aparece ele com um prato de sopa com os famosos ovinhos mexidos, cozinhados com margarina, como eu gosto.
Ele senta-se ao meu lado, com prato igual. Espeto o garfo num bocado de ovo e levo-o à boca. Estranho, o rapaz deu em inventor a desoras e juntou limão à comida. Fica meio estranho, mas nada de horrível.
Ponho outro bocadinho à boca e volta a saber-me a limão, desta vez mais forte. Algo se faz luz na minha cabeça e tenho que perguntar:
- Fizeste os ovos na frigideira que estava no fogão?
- Sim, - responde ele.
- Lavaste-a primeiro?
- Sim! - Mesma resposta, com orgulho.
Não consigo suprimir uma gargalhada, e claro está, ele olha-me como se eu tivesse enlouquecido.
- Lavaste-a como?
- Limpei a água que lá estava com um bocado de guardanapo e passei a frigideira por água.
Desta vez já me vinham as lágrimas aos olhos. Questiono-o acerca da quantidade de comida que ele já comeu, entretanto, na cozinha, e ele diz-me que já foi alguma. Se ele notou algum sabor estranho. Nem por isso, diz-me. Esta conversa demorou algum tempo, porque o riso não me deixava falar coerentemente.
Depois, vem a pergunta lógica dele: porque me perguntas isto?
- Porque... porque... a frigideira estava carregada de Fairy Limão!
A cara dele é imperdível. Aparentemente, ele já tinha comido um bocado de ovo no pão. Sabia-lhe a limão, mas nem pensou muito no assunto.
- Bem, - digo eu, a chorar de divertimento, - pelo menos ficas limpinho por dentro!
sábado, 29 de maio de 2010
A saga Viagem IV
A escola de body piercing que frequentei fica situada num parque de estacionamento. É um parque daqueles ao ar livre, de tipo civilizado, com árvores e sem cancelas - sim, eles esperam que as pessoas sejam honestas e entrem e saiam com os seus veículos pagando o que devem, sem vigilância. É tipo aquilo que vemos todos os dias em Portugal, estão a ver?
E o que tem isto a ver com casas-de-banho, perguntam vocês muito bem? É que a minha escolinha não tinha casa-de-banho; cada vez que precisava de verter águas, pumba, lá tinha eu que vestir dois casacos e dar uma corridinha até aos sanitários públicos, que ficam num edifício a meio do parque de estacionamento.
Claro que a vossa pergunta seguinte vai ser igualmente pertinente, embora pateta: "e o que raio têm estas casas-de-banho públicas de especial, a ponto de merecerem um post só para elas?" Elementar, meus caros Watsons de algibeira! Passo a enumerar as maravilhas das ditas:
- SÃO À BORLIX. É verdade, quem precisar de deixar presentes nas suas instalações não tem que pagar um chavo;
- SÃO MESMO, MESMO À BORLIX. Com isto quero dizer que não há, à porta, uma mulher de bigode farfalhudo e pernas por depilar a pedir-nos guito para "a manutenção dispendiosa das instalações sanitárias" (suponho que a mulher usasse outro tipo de palavras mais coloridas, mas eu sou uma menina de boas famílias e tenho vergonha de as usar);
- SÃO GIGANTES. Podemos treinar o nosso número de sapateado favorito, até rodopiar como se os montes estivessem vivos com o som da música (ena, que piada inteligente);
- CHEIRAM BEM E ESTÃO LIMPAS. Não cheiram ao rabo do passageiro anterior, não há papel higiénico espalhado pelo chão, há DOIS dispensadores de papel-higiénico (o paraíso dos ambidextros) não há grafittis com o telefone da tia do primo a oferecer serviços explícitos.
- DÃO-NOS MÚSICA. Literalmente. Uns altifalantes untam-nos os ouvidos com música clássica. Ora digam lá se há algo melhor do que estar a limpar a nossa anatomia inferior ao som de música sacra? Até santifica o acto;
- AMEAÇAM-NOS. O que é uma ida ao WC sem um pouco de aventura? Estas casas-de-banho avisam-nos, assim que trancamos a porta, que temos apenas 15 minutos para as usar, findas as quais soará um alarme. Esta gente leva os seus sanitários muito a sério. Mas não se preocupem, a mesma voz feminina melodiosa que nos dá as boas-vindas e ameaça também nos informa que seremos avisados quando o tempo estiver a chegar ao fim. Só não vos aconselho a estar de diarreia, caso contrário arriscam-se a ter a bófia à porta e as calças na mão;
- ENSABOAM, MOLHAM E SECAM. As mãozinhas, as mãozinhas, suas mentes sujas. Isto não é o Japão!* Nós só temos que ter as ditas no sítio certo, que é debaixo deste dispositivo que dispensa sabão, água e ar quente a intervalos certos assim sentir as nossas mãos lá debaixo;
- TÊM UM AUTOCLISMO ESTÚPIDO. Por "estúpido" claro que quero dizer extremamente inteligente - demorei uns bons cinco minutos para perceber que o sacana do símbolo era, de facto, o próprio autoclismo. Bastava tocar e puf, cá vai descarga. Não foi o suficiente para ser ameaçada com a polícia pela vozinha simpática, mas senti-me espertinha como um raio depois de ter percebido o funcionamento da engenhoca.
- SAÍMOS DE LÁ ALIVIADOS E SATISFEITOS. Todas as casas-de-banho se orgulharão de tal proeza, mas quantas nos oferecem, também, a paz de espírito de saber que não vamos fedorentar a sala de trabalho mesmo ali ao lado, onde estão todas as nossas coleguinhas, e envergonharmo-nos com isso? Há qualquer coisa boa a ser dita acerca das sanitas metidas no meio de um parque de estacionamento e longe de tudo o mais.
Ora digam lá se isto não merecia todo um artigo expositivo e a minha admiração fervorosa e uma cara de parva para o espelho.
* - Para os ignorantes: os japoneses levam as suas sanitas muito a sério, e é frequente as suas, nos WC públicos, terem dispositivos que lavam as partes baixas (com um jacto de água apontado ao sítio certo) e passam talquinho... que maravilha.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
A saga Viagem III
O meu estômago em jejum é que não estava particularmente entusiasmado com o pequeno-almoço: feijão com ketchup (yacka), salsicha vegetariana completamente esturricada e ressequida (yacka de novo), hash brown (nham nham), tomate e cogumelos fritos, ovo estrelado e torradas. Fiz planos para alterar a ementa nos dias seguintes e substituí a salsicha e o feijão por um hash brown extra, para descanso da minha alma. Não devo é ter dado muito descanso às minhas artérias - nem quero imaginar o colesterol que andei a meter para dentro das veias essa semana.
A escola ficava pertinho do meu bed & breakfast, literalmente a três minutos a pé. Julgara-me uma inteligência superior por me ter lembrado de levar o GPS, mas Glastonbury é tão pequena que nem valeu a pena.
Conheci o instrutor e as minhas coleguinhas (éramos seis ao todo) à porta da escola. Era tudo britânico. Não me admirou. Claro que eu era a mais bonita e maravilhosa de todas, nem é preciso dizer. Também devo ter sido a segunda mais velha, o que atesta bem que é quando se é mais novo que se têm estas ideias malucas de furar gente a troco de pagamento.
Os dois primeiros dias foram de teoria, teoria e mais teoria. Recebemos uma pasta cheia de informação, que tínhamos que começar logo a absorver, tipo papel higiénico de boa qualidade. Fartei-me de escrevinhar e fazer perguntas.
(Eu mencionei papel higiénico. Aviso, desde já, que vai haver um post especial só dedicado à casa-de-banho daquela zona. Preparem-se.)
Há bastantes curiosidades a respeito de Glastonbury. Uma delas, a mais interessante de todas, é que esta vila vive maioritariamente do turismo, em especial, do turismo New Age, que é como quem diz, de energias esotéricas, curas alternativas, bruxaria e paganismo, cristais e demais parafernália. Seria, portanto, de esperar que as lojas funcionassem num horário capaz de acomodar o turista médio. Mas não.
Se calhar, o turista médio não está enfiado numa escola até às seis da tarde, todos os dias, e também não se levanta de manhã cedo. Isto explica porque razão quase tudo, do posto de informação turística ao restaurante, às lojas e supermercados, abre por volta das 9h30-10h e fecha às 17h-17h30. E ainda dizem que é por cá que ninguém quer trabalhar...
Estes horários bizarros do comércio local fez com que esta fosse das estadias mais baratinhas que alguma vez fiz num país estrangeiro, uma vez que não tinha hipótese de comprar nadinha de nada, dado o meu horário escolástico. Ironia das ironias, o único dia em que saí mais cedo, a segunda-feira, foi quando ainda desconhecia este ritmo bizarro, e por isso não aproveitei nada. A minha carteira agradece, mas as pessoas a quem poderia ter comprado uma lembrança e eu, que também merecia qualquer coisinha, não.
Como anoitecia bastante tarde, aproveitei para tirar umas fotografias. A temperatura da Primavera deles era um pouco como a do nosso Inverno, e posso admitir que tive saudades do quentinho lusitano.
A praça principal de Glastonbury
Pormenor da praça
(posso adiantar que a loja da esquerda vendia tudo o que era produto baseado em cannabis)
Continuação da rua principal, The High Street
Como fazia um frio de rachar à noite, nunca saí depois de o sol se pôr. E, apesar de isto ser uma terra (aparentemente) pacata, sei lá se não me ia aparecer um bife sedento de uma vítima portuguesa para sacrificar à lua. Ou à chuva, que não apareceu poucas vezes, a desgraçada.
E... as notícias seguem noutro post, que se faz tarde.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Encontrei a máquina fotográfica (Saga Viagem Continued)
Mas alegro-me por partilhar algumas fotos, desde já, convosco. Desta vez, do meu quarto.
Três camas para uma só pessoa. Pergunto-me se me estavam a dizer alguma coisa. Reparem na ausência de persianas. Os ingleses devem adorar acordar às quatro e meia da matina com a luz solar... eu não! Argh.
Finalmente, guardei o melhor para o fim: a minha linda fronha no quarto. Palavras para quê?
O drogado do gato
O bicho ainda anda um pouquinho grogue, mas noto melhorias de dia para dia (ainda se está a adaptar ao medicamento no sistema) e qualquer dia já deve berrar por mim em plenos pulmões, às cinco da manhã, como fazia antigamente. Não posso dizer que tenha saudades...
A saga Viagem II
O vulcão teve a decência de fazer uma pausa nas suas actividades expulsoras e lá me deixou levantar vôo na besta de metal. Ufa.
O que eu não contei antecipadamante era que eu conseguir pôr-me em terras britânicas era apenas a primeira, de muitas, das minhas preocupações. Para chegar ao meu destino, muitas pecinhas tinham que se alinhar neste Cosmos, ou ficava a chuchar no dedo e a choramingar algures em Inglaterra, que me lixava.
Vejamos, então, o que era necessário para tudo correr sobre rodas:
- O estupor do vulcão tinha que ficar quietinho;
- O avião tinha que levantar vôo a horas;
- A minha mala tinha que ir parar ao tapete de recolha do aeroporto muito rapidamente;
- Os palermas da Alfândega britânica tinham que se deixar de paranóias e deixar-me passar rapidamente (quem foi a Londres logo após os ataques terroristas de 2008 por lá sabe do que falo...);
- Eu tinha 30 minutos para descobrir onde ficava o terminal dos autocarros, comprar um bilhete para outro aeroporto e pôr-me no local apropriado para apanhar esse dito cujo autocarro;
- Este autocarro famigerado tinha que chegar sem um minuto sequer de atraso, dado que eu apenas teria 15 minutos para encontrar o outro posto de venda de bilhetes e apanhar o único autocarro do dia para a terra onde ia fazer o curso;
- Finda a compra, tinha que apanhar esse segundo autocarro a tempo e horas;
- Tinha que pedir por favor aos donos da residencial onde ia ficar para me deixarem fazer o check-in mais tarde do que o habitual, porque a hora estimada de chegada era às 23h30 (o check-in acabava às 22h);
- O autocarro tinha que chegar sem atrasos, porque eu ainda tinha que encontrar o raio da residencial e rezar para que não ficasse tão longe da paragem que eu e as minhas malas e cargas ficássemos a dormir na rua pela demora em chegar ao lugar;
- Não ser assaltada ou homicidada algures entre estas etapas.
Coisa pouca, portanto. É claro que passei um stress desgraçadinho, sempre a desejar que a próxima coisa da minha lista corresse bem assim que (esperava) fosse riscando o factor anterior.
O que aconteceu, então? Fui bem sucedida? Leiam e descubram, enquanto estico os dedos por cima do teclado, qual pianista, e me preparo para escrever tudo:
- O estupor do vulcão portou-se bem, como já vos disse. Fase Um completa;
- O avião levantou vôo quando devia. Ufa. Chegou dez minutos adiantado! Fiquei com quarenta minutos entre a Fase Dois e Quatro;
- A minha mala foi, miraculosamente, a terceira de todas a chegar ao tapete;
- Passei em três minutos pela alfândega;
- Descobri o terminal dos autocarros, descobri ao fim de minutos que estava no errado e tive que sair do aeroporto para me dirigir ao certo. Perdi cinco minutos com isto. Comprei o bilhete para o outro aeroporto e consegui ir buscar comida, já que estava com tanta fome que já achava as minhas malas azuis e coçadas apetitosas; o transporte chegou e partiu a horas. O assistente do motorista disse-me que desconfiava que chegaríamos adiantados - abençoado.
- Chegámos adiantados (15 minutos) - obrigada, obrigada, obrigada! Consegui encontrar a bilheteira, que estava com uma fila de meter medo. Resolvi ser corajosa e usar a bilheteira self-service que eles tinham e rezar para não comprar nada para Istambul. Correu bem e poupei tempo precioso.
- Apanhei o único autocarro do dia, que teve a decência de chegar atrasado. Obrigada, obrigada, obrigada!
- Nem precisei de choramingar ao telefone: quis o destino que escolhesse um bed & breakfast que fica por cima de um pub, pelo que havia funcionários até à meia-noite para me receber. Agora só tinha que o encontrar a tempo...
- Abençoados os deuses do Monte Vesúvio, o b&b ficava mesmo, mesmo em frente ao terminal dos autocarros! E cheguei a horas;
- Não fui assaltada. Não fui homicidada, nem um bocadinho. Nem sequer tive tempo de passar frio, porque o caminho era tão curto entre os dois pontos que demorei um minuto a chegar onde queria...
Apre...
Os meninos e meninas podem pensar que foi coisa pouca, mas foi um nervosismo do princípio ao fim de tudo. Bendito desodorizante, que conseguiu ser eficaz no meio deste stress todo.
Estou certa que as estrelinhas se alinharam para me ajudar e para que tudo corresse bem. Afinal de contas, bastava uma coisinha correr mal para o resto descarrilar com toda a potência. No fim, já nem tinha reservas de adrenalina que sobrassem. Só me restava agradecer a tudo e mais alguma coisa e ir dormir...
(Aguardem o resto da narrativa, que continua amanhã. Entretanto, desejem-me sorte a encontrar a câmara fotográfica.)
Voltei!
Esta aventura teve direito a um rio de histórias e fotografias, que, claro está, vou partilhar convosco (assim que encontrar o raio da máquina, que se perdeu cá por casa; raio de mania que os meus aparelhos electrónicos têm de ir embora assim, sem aviso). Mas antes, vou contar o porquê da minha viagem.
Esta ida à terra das bruxas não foi um acaso ou motivada por uma vontade de comprar um caldeirão novo, embora houvesse mais que muitos dos ditos à venda nas lojas de lá. Nã, nã. Esta ida teve um propósito profissional: fui fazer um curso!
Curso de quê, perguntarão os mais curiosos. Curso de domadora de tigres? Curso de incendiária? Curso de paciência a aturar os outros? Embora talvez estivesse necessitada de todos os mencionados, foi um...
...Curso de Body Piercing.
Pois é, nunca os meus paizinhos sonharam criar uma filha para isto, mas lá foi a psicóloga tirar um curso que a ensina a furar a pele dos clientes, em vez de a sua psique. Desculpem lá, pai e mãe. A loucura não dá só nos vintes...
Caso estejam curiosos, sim, passei nos testes escritos e práticos e sou agora uma Body Piercer licenciada e Membro Associado da The British Body Piercing Association. Até me sinto mais alta.
Mais notícias à medida que for tendo novidades! E antecipando outras perguntas, sim, vou estar numa loja, assim que tiver a confirmação final também aviso!
sábado, 8 de maio de 2010
A saga Viagem
A esta hora, devia estar a meter-vos nojo com os relatos da minha primeira noite em Glastonbury. Devia estar a dizer que aquilo é fantástico, que afinal nem está muito frio e que o meu quarto é fabuloso. Devia dizer que os ingleses heterossexuais são todos lindos de morrer e que o Rei Artur ressuscitou de propósito para me dizer olá.
Mas não.
A esta hora, estou em território lusitano que me lixo. E porquê?
Isto merece maiúsculas e vernáculo: POR CAUSA DA MERDA DO VULCÃO, ESSE SACANA!!!
(Aqui faço a pausa da praxe para vos deixar rir à vontade.)
Pois é, aqui a menina estava de malas e bagagens, feliz e contente, a pôr o seu pezinho fino e delicado em solo "aeroportês," quando olha para o placard das partidas e vê que o seu vôo havia sido cancelado. Tivesse eu uma navalha à mão naquela altura e... cortava os pulsos doutra pessoa qualquer para mostrar indignação.
Claro que o camelo do vulcão islandês, que resolveu andar a vomitar cinzas nos últimos tempos só para me chatear a mim em particular, não sabia estar quieto umas horas mais, até eu estar no ar. Nããão, o sacana tinha que dar um arzinho da sua graça logo hoje!
Eu e duzentas outras pessoas fizemos fila para darmos uma palavrinha simpática aos senhores da companhia aérea. Alguns de nós tinham menos ar de conversa e mais ar de homicídio, mas infelizmente não se deu a carnificina - foram umas quatro horas de espera bastante monótonas. Quando me juntei à fila, o próximo dia de vôo disponível era na terça. Mau, pensei, tenho mesmo que estar em Glastonbury na segunda de manhã! Murmurei uns quantos palavrões coloridos em português, salvarguardando os ouvidos dos meus vizinhos, todos britânicos (e com o mau gosto de vir passar férias ao Algarve). Quando estava a chegar ao balcão, já só havia bilhetes para quarta. Respira fundo, Leonor.
Estava eu já há um par de horas à espera, quando tive um momento de clareza. Depois de ter pensado que tinha que desistir, depois de ter considerado a hipótese de ir de carro, de pagar horrores por um bilhete noutra companhia, subornar alguém, pedinchar, ameaçar ou roubar identidades, lembrei-me que... tinha outro bilhete de avião para amanhã!
Claro que vou ter que explicar, não é? Aqui vai: da primeira vez que fiz as marcações, aqui a expert em geografia (de qualquer país, até do meu - quando era mais nova pensava que Loulé ficava no Alentejo e que Évora e Aveiro eram a mesma cidade... eu sei, eu sei.) nem se lembrou do aeroporto de Bristol, a meia hora do meu destino final; aqui a estúpida comprou um bilhete para Londres e, depois de feito o check-in online, que impossibilita fazer quaisquer alterações posteriores, apercebeu-se do seu erro dez minutos depois. Resultado: chorei o dinheiro gasto e arejei mais umas patacas, comprando novo bilhete.
Mas se há alturas em que a estupidez (e ignorância geográfica) dá jeito, esta foi uma delas! Fiquei com um bilhete que vale ouro e a dor de cotovelo de uma data de ingleses quando lhes contei este meu bem-aventurado engano. E ainda recebo o meu dinheiro de volta desta viagem. Boa.
Portanto, para finalizar isto, só me resta esperar que os islandeses tenham esta noite a decência de atirar umas virgens para dentro do vulcão, para ver se o desgraçado se amansa e me deixa viajar em paz e sossego. Pelo sim, pelo não, também vou fazer a dança da chuva.
E, se a minha ida se mostrar sem incidentes de maior, o próximo passo é pedir aos deuses do Olimpo e mais além a decência de me deixar também regressar sossegada, sem núvens estúpidas... esperemos.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Ah, e...
E coiso. Giro, não? Para os metaleiros (não precisam de ser gatos), é o local onde foi gravado o Silent Enigma dos Anathema. Para os pagãos, bruxos e afins, é Avalon. Para os patetas das lendas, é onde viveu o Rei Artur. Para mim... é onde vou rapar um frio do caraças, que vi hoje a previsão meteorológica para os próximos dias e deu-me uma coisinha.
Gato metaleiro? Gato drogado...
Com tudo isto, acham que sua excelência pára de me mijocar o chão de soalho quase centenário? Claro que não, o imbecil. Um destes dias, já perto da gota-de-água, resolvemos que lhe íamos alterar a medicação. Era um medicamento que ele já tinha tomado antes, mas como tenho memória de peixe já não me lembro se era mais, ou menos, eficaz do que o actual, por isso embora lá experimentar de novo.
Como referi, tenho memória de peixe. E, falando de peixe, o filho do dito gosta de nadar e eu fui-me juntar com uma criatura-macho que tem tanta, ou pior, memória que eu, mas acha que é um Pentium XXII (sim, eu sei que não existem. Chiu.) "Qual é a dose que lhe tens que dar?" perguntei eu, e ele, com toda a convicção, responde que "um quarto de comprimido!"
Eu já devia saber o que a casa gasta. Mas parece que ainda não aprendi, de modo que achei que ele até percebia do assunto e a coisa ficou marcada para o dia seguinte, um quarto de comprimido a viajar para dentro do persa adorável...
Bem... não matámos o gato. Mas devemos-lhe ter dado a maior moca da sua vida: o bicho deixou de miar, deixou de gritar cada vez que me via, deixou de fazer ronrom, deixou de tudo. Até deixou de mijar o chão! Fiquei assustada.
Metia dó ver o gato. De vez em quando, ia mudar de posição e levantava-se, mas a meio devia esquecer-se qual a sua missão, e ficava os próximos dez minutos meio agachado, meio levantado, à procura, naqueles neurónios felinos, qual o objectivo da sua vida naquele momento. "Quero levantar-me? Oooh, a minha pata é cor-de-rosa. Quero sentar-me? Quem sou eu? Ooh, psicadélico, aquilo ali ao canto. Mãe, és tu?"
Resultado: fiquei o dia todo em casa, sem ter coragem de desviar os olhos dele, não fosse o gato morrer e eu ter mau kharma, senti-me uma narcotraficante felina e ainda andei com medo que ele me mijasse não o chão, mas a cama! Eu não mereço.
Ah, isto foi anteontem. Posso dizer que, hoje, o gato ainda está ligeiramente mocado. Há-de haver algumas dores de cotovelo a ler isto...
sábado, 1 de maio de 2010
Pensamento do Dia
...não era suposto eles não quererem recrutar ninguém, para evitar a concorrência?
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O Pedro de Ferro - Descansa em Paz
quinta-feira, 15 de abril de 2010
A caixa
Disse o que queria, vagamente, e a artista saiu-se com esta obra (fotos surripiadas sem vergonha do blog dela):
Está impecável. Recomendo. E não, não recebo comissão pela publicidade! Mas não custa tentar... ahem.
Olhó frango da moda!
quinta-feira, 18 de março de 2010
Sushi
Como não entrei, não pude confirmar os pratos vendidos, mas vou fazer umas conjecturas:
- Nigiri de migas
- Açorda com salmão crú
- sashimi de bacalhau crú
- Porco preto com arroz açucarado
- Conquilhas cruas?
O mundo está de pernas para o ar...
sábado, 13 de março de 2010
Almofadas animadas.
Quando eu era pequena, tendo vivido em Macau, o Anime era a personificação de coisas divertidas, de princesas e poderes especiais. Mal podia esperar para chegar a casa, depois da escola, e ligar o televisor para ter os neurónios bombardeados com histórias patetas e coloridas. À medida que fui crescendo, porém, e com a vinda para a Europa, acabei por perder este entusiasmo por este tipo de animação, e sempre pensei que isto fosse a consequência natural de "crescer."
Qual não é o meu espanto quando descubro que, afinal de contas, o movimento de adeptos Anime é para todos, miúdos e graúdos. Passado o espanto, claro que admito que este interesse deverá ser mais significativo no Oriente, afinal de contas, a coisa veio de lá.
Eu sou uma pessoa liberal. Aceito (quase) tudo, (quase) nada me espanta, ainda para mais, tendo uma licenciatura em Psicologia. Este fenómeno quase, quase me conseguia espantar:
Aparentemente, há homens japoneses que desenvolvem paixões assolapadas pelas personagens femininas de certos Animes, e de tal maneira que almejam ter relações de carácter mais "real" com elas - vindo do Japão, isto dificilmente é uma coisa estranha. Mas estranho é que estes tipos comprem almofadas de TAMANHO REAL e se passeiem com elas na rua, como se estivessem a passear a namorada...
Levando a coisa um nível acima, um coreano resolveu, há dias, casar com a sua almofada/namorada. Ok. Aqui já traço uma linha. Tenho algumas perguntas:
- Se fosse um português, de certeza que substituía a almofada por uma ovelha. Poderia ele casar com o animal na Coreia? O animal teria que ser do sexo oposto?
- Quando a fronha se suja, o coreano lava-a na máquina ou à mão? Torce o tecido? E se o pano se rasgar, ele leva a fronha ao hospital?
- Quando ele deitar a cabeça, à noite, noutra almofada para dormir, será que isso é considerado traição?
- PORQUE RAIO, SE ISTO É LEGAL NOUTROS PAÍSES, AINDA PERDEMOS TEMPO A DEBATER SE O CASAMENTO HOMOSSEXUAL DEVE SER LEGAL CÁ?!
Ainda bem que somos ocidentais e estas taras nunca nos atingiriam. Certo?...
Excepto, claro, se fores fã do Edward Cullen e o quiseres no teu quarto também...
Tem medo. Tem muito medo.