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domingo, 18 de setembro de 2005

De início, era o Nada...


Os deuses estavam aborrecidos. Viver no Nada começava a enfadá-los, afinal de contas, existir sem terem algo a que se agarrar, flutuar na imensidão de coisa alguma, ou dentro de "uma mão cheia de nada", como alguém viria a dizer tanto tempo depois, era como viver sem... bem, sem Nada!
Assim sendo, resolveram criar Qualquer Coisa. E, claro está, começaram por um chão, que isto de flutuar tem os seus encantos, mas acaba por aborrecer ao fim de uns milénios. Com as ideias assim melhor assentes (desculpem o trocadilho), os deuses resolveram dar largas à sua imaginação e criar Muitas Coisas, mas ainda não tinham decidido o quê. Um dos deuses, o mais empreendedor, criou o Sono, que foi muito aplaudido, e todos aderiram - foi o nascimento da primeira soneca, muito mais tarde largamente adoptada por uma espécie que iria habitar um certo planeta numa certa galáxia de um certo Universo... Mas isso já são outros contos.
Depois do Sono, os deuses pensaram muito. Pensaram, pensaram, pensaram... e pensaram mais um pouco. Depois, tendo inventado o Cansaço, voltaram ao Sono.
Ora bem, depois do Sono e do Cansaço, era necessário inventar mais coisas, para que todos ficassem contentes. Assim, inventou-se o primeiro Concurso de Ideias e todos os deuses foram convidados a aderir. Esta iniciativa foi um sucesso e, para que ninguém protestasse, todas as ideias seriam colocadas dentro de um caldeirão (este, magicamente, apareceu sem ter sido inventado, imagine-se) e misturadas, para que nenhum deus pudesse afirmar-se como melhor que os outros.
Quando finalmente todos já tinham tido muitas ideias, estas foram deitadas para dentro do caldeirão, mexidas e remexidas e, quando se pensou que estava tudo pronto, um dos deuses começou a deitar a mistura mágica para o Nada, para que se transformasse em Qualquer Coisa Interessante.
Mas ai, desgraça!, um dos deuses criara a Gripe sem os outros saberem e contagiara o vizinho que, quando o pó mágico se preparava para dar um ar da sua graça, não conteve um espirro e "At... at... atCHIM!" e puf, contaminou a mistura toda!
E foi assim que, meninos e meninas, nasceu tudo aquilo que conhecemos.

1 comentário:

Phil_Cat disse...

LOL, Parabéns!!! Já tens um comentário no teu blog e conseguiste logo que fosse um de SPAM :)

Isto significa que sou a primeira pessoa a desvirginar o teu blog com um comentário real, pessoal e escrito exclusivamente para ti! :)

E que quero eu dizer neste primeiro comentário?... que, a julgar pelas duas mensagens colocadas até agora, serei uma das viciadas no blog.

Adorei esta estória (é mesmo assim, não me enganei) sobre o Universo. Mais uma vez se comprova que tens o dom da escrita e uma imaginação infinita. Fico à espera da publicação de um livro ;)

P.S. Já agora, uma vez que o "títalo" envolve gatos, que tal colocar um post sobre eles? ;)