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terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Romance a granel


O dia de S. Valentim é amanhã, e é amanhã que inúmeras fêmeas e alguns machos se regozijarão com as oferendas dolorosamente oferecidas pelos seus respectivos companheiros. Naturalmente, no desinteressado interesse de facilitar a vida aos pobres pombinhos, a indústria do comércio contribui com umas sugestões humildes. Tudo isto, evidentemente, a pensar no romance. Nada mais que o romance. Pois.


Pessoalmente, fico com urticária perante o respectivo dia. Dizerem-me que tenho o dever e a obrigação de provar o meu afecto com um objecto qualquer neste dia específico é como obrigarem-me a ler Os Lusíadas do 7º ao 9º anos, e sempre os mesmos cantos e com as mesmas explicações. Ou isso, ou cólicas.


Quem quiser entrar no espírito da coisa de forma singela - ofertando uma única flor, uma estrela ou outra coisa qualquer embevecida - é, prontamente, apelidado de forreta. Se amas a desgraçada da moça, pah, tens que lhe oferecer um Lamborguini. E tu, gaja, se não lhe ofereceres uma boneca insuflável ou uma noite de sexo tórrido, és frígida, desgraçada e nunca mais o São Valentim te dará prendas ou namorados ou maridos de jeito (à semelhança de um Pai Natal irritado, estão a ver).


Sugiro que, a fim de se dar maior colorido a este tão especial e fabuloso dia, Portugal adopte uma mascote para representar todo o simbolismo do romance. Em vez do idiota do urso vestido de Cupido, ou do próprio Cupido, quem nem sequer era português, o parvo, embora contratar o Major Valentim Loureiro, vesti-lo com uns lençóis à cintura, armá-lo de aro e flecha, e largá-lo na Praça do Comércio para recitar uns inspirados poemas?

Contudo, apesar de eu ter noção que esta ideia é a mais genial de todos os tempos para o dia em questão, por favor lembrem-se que o arco e a flecha devem ser de brincar, não vá o Major ter alguma ideia nefasta... Ah, e outra advertência: uma besta (instrumento de caça medieval) não é uma alternativa saudável.


Por favor tenham esta imagem linda sempre em mente amanhã quando estiverem com os vossos respectivos. Grata.

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