Se espirrares enquanto estiveres deitado na cama...
... tem o cuidado de virar a cara para o lado. A nuvem de perdigotos que te acertam na cara, caso estejas a olhar para o tecto, pode ser ligeiramente desagradável.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
Dor de cotovelo
Há uns meses que ando a sofrer de dor de cotovelo. Coisa grave, portanto, porque quando nos queixamos, toda a gente assume que estamos a sentir uma certa inveja de alguma coisa. Isto dá origem a conversas interessantes, dependendo de onde estou.
Em frente a uma montra:
- Dói-me o cotovelo, raios.
- Percebo-te perfeitamente! Também adorava ter aquele relógio!
A folhear uma revista:
- Que dor de cotovelo, bolas.
- Oh, eu sei! Também queria ter o rabo da Angelina!
E lá se criam aqueles momentos desconfortáveis em que vais ter de estilhaçar a ideia que a outra pessoa tem que partilhas invejas com ela e explicar a coisa direitinho.
Na verdade, é uma dor física. Dói-me, literalmente, o cotovelo. Melhor dizendo, doem-me os dois. Eu quando tenho dores gosto que sejam bilaterais, para não ter uma parte do meu corpo a rir-se da outra. E é mais democrático.
Os meus cotovelos começaram a queixar-se no trabalho. Era coisa pouca, um certo incómodo de quase nada, para depois, com o tempo, cavalgar até se tornar uma chatice que me impedia de pegar no saco das compras sem ganir.
Claro que arranjei logo maneira de aproveitar a minha desgraça. A casa-de-banho precisa de ser lavada? Ai! Ui! Cotovelos em chama! Lavar a loiça? Dor! Inchaço! E os dias passavam (alguns com a casa-de-banho e a loiça num estado um nadinha de nada imundo).
O problema agora é que a dor continua cá, apesar dos tratamentos de ultrassom, massagens e pomadas. Os anti-inflamatórios estão, rapidamente, a tornar-se os meus grandes amiguinhos matutinos. Não é coisa fixe.
Assim sendo, além de me querer queixar ao público cibernético que por aqui anda, aproveito para lançar um apelo. Aliás, vários. Aqui vão:
Vá, são ofertas irresistíveis. Alinhem. Coiso. Cenas. Eu mereço.
Em frente a uma montra:
- Dói-me o cotovelo, raios.
- Percebo-te perfeitamente! Também adorava ter aquele relógio!
A folhear uma revista:
- Que dor de cotovelo, bolas.
- Oh, eu sei! Também queria ter o rabo da Angelina!
E lá se criam aqueles momentos desconfortáveis em que vais ter de estilhaçar a ideia que a outra pessoa tem que partilhas invejas com ela e explicar a coisa direitinho.
Na verdade, é uma dor física. Dói-me, literalmente, o cotovelo. Melhor dizendo, doem-me os dois. Eu quando tenho dores gosto que sejam bilaterais, para não ter uma parte do meu corpo a rir-se da outra. E é mais democrático.
Os meus cotovelos começaram a queixar-se no trabalho. Era coisa pouca, um certo incómodo de quase nada, para depois, com o tempo, cavalgar até se tornar uma chatice que me impedia de pegar no saco das compras sem ganir.
Claro que arranjei logo maneira de aproveitar a minha desgraça. A casa-de-banho precisa de ser lavada? Ai! Ui! Cotovelos em chama! Lavar a loiça? Dor! Inchaço! E os dias passavam (alguns com a casa-de-banho e a loiça num estado um nadinha de nada imundo).
O problema agora é que a dor continua cá, apesar dos tratamentos de ultrassom, massagens e pomadas. Os anti-inflamatórios estão, rapidamente, a tornar-se os meus grandes amiguinhos matutinos. Não é coisa fixe.
Assim sendo, além de me querer queixar ao público cibernético que por aqui anda, aproveito para lançar um apelo. Aliás, vários. Aqui vão:
- Quem é que vai trabalhar por mim para não me doerem os cotovelos? No fim do mês, eu ofereço uma palmadinha nas costas e recebo o salário. Só porque sou mesmo boa pessoa.
- Quem me massaja? Dou biscoitos de cão em troca.
- Quem lava a casa-de-banho? Ofereço um ambientador de carro ligeiramente usado.
Vá, são ofertas irresistíveis. Alinhem. Coiso. Cenas. Eu mereço.
sábado, 17 de outubro de 2009
Gás - dedicado aos homens
Estive a ponderar se haveria de escrever sobre este assunto tão delicado, e especialmente se me estou a dirigir aos homens que andam pelo ciber-espaço a ler blogues como o meu (coitados). Afinal, sou membro do clube do sexo feminino e não posso andar por aí a revelar segredos... Mas que se lixe, os homens têm direito a saber a verdade e eu vou contá-la.
Já todos ouviram, com certeza, a famosa frase "que horror, claro que não fui eu, as mulheres não soltam gases!" da boca de uma fêmea. A maioria de vocês riu-se, pousando brevemente o pensamento no significado de tal afirmação, para nos cinco segundos seguintes se perder com a visão daquela gaja boa que acabou de passar.
Agora que não há gajas boas por perto (vá, olhos no ecrã, nada de olhar de soslaio para a última edição da Playboy ali ao canto da mesa), é tempo de ponderar no real significado dessa frase: as mulheres não soltam gases. Pensem nisso com força. Pensaram? E a que conclusão chegaram? Que disparate, certo?
Errado! As mulheres, de facto, não se largam. É mesmo verdade, verdadinha. Nós acumulamos gás, claro, afinal de contas, somos tão animais quanto vocês, homens. Só que não os deitamos fora, somos assim, ecológicas e poupadinhas. Nós retemos o ar e depois limitamo-nos a flutuar, graciosamente, pelos sítios, com um ar de snobismo brutal (na verdade é sofrimento, mas as pessoas tendem a confundir os dois ares). Sim senhoras, nós flutuamos.
O grande problema de NUNCA cheirarmos mal dos interiores é que os deixamos acumular cá dentro, e a coisa pode-se tornar tóxica. Síndrome Pré-Menstrual? Disparate, mito, mentira! É o gás que nos sobe à carola e nos faz ter reacções estranhas. A culpa não é nossa, é desse maldito ar que fica cá dentro. Uma mulher teve à vossa frente reacções estranhas? Gás. Ela quer desesperadamente fazer compras? Gás. Ela pergunta-vos se está gorda? Gás.
Por isso, caros homens, da próxima vez que virem uma mulher a agir de modo irracional, párem de culpar as hormonas, os saldos ou a publicidade. Culpem o verdadeiro culpado. Culpem o feijão ou a couve. Culpem a fermentação maldita. E em vez de terem discussões parvas acerca da cor do frigorífico, apertem-nos a barriga e ajudem a soltar aquele peido que nos está a intoxicar!
domingo, 27 de setembro de 2009
Que dia é hoje?
Ah sim, de votos. Vamos mudar o mundo, vamos fazer com que o nosso país se torne num país justo e realmente democrático. Ah, e vamos acabar com a corrupção e as injustiças. Exacto. Pois.
Ganhou o PS. Se tivesse ganho outro, faria diferença?...
Ganhou o PS. Se tivesse ganho outro, faria diferença?...
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Escolhas
No outro dia li um livro chamado Velocity de um autor que aprecio bastante, Dean Koontz. Embora não tenha achado o livro nada de demasiado marcante - o Sr. Koontz tem outros livros mais empolgantes -, apreciei bastante o conceito principal do argumento, que se aplica, certamente, à vida: escolhas.
Todos temos que fazer escolhas ao longo da vida. O que vamos vestir, se viramos à direita ou à esquerda, se bebemos sumo ou água, se pegamos no carro depois de umas cervejas... As escolhas que parecem pequenas, se não soubermos de antemão que escondem consequências mais alargadas, parecem inocentes e fáceis; a estas reservamos as nossas escolhas mais distraídas e não nos preocupamos muito. Virar à direita pode implicar conhecer um amigo para a vida e à esquerda dar a vida por um estranho, e o pobre inocente, que apenas tinha saído de casa para comprar pão, escolhe uma rota sem saber o que o espera...
Ficar parado e esperar que o Fado escolha por nós é, também, uma escolha em si. Ao escolher a inacção, deixo que outras forças me rodeiem e se mexam por mim, perco e ganho oportunidades sem querer tomar responsabilidade com elas.
Ultimamente, reparei que me furto a escolhas culinárias. Não sabendo o que comer, escolho o mesmo que o vizinho. Não tendo imaginação ou grande apetite, pergunto ao cozinheiro o que ele acha que eu vou gostar e sigo o conselho cegamente. Pedir aos outros que escolham o que me entra no estômago, começo a achar, foi uma forma de lidar com as escolhas todas maiores que se estão a aproximar desta nova fase da minha vida. Ao ser obrigada a escolher as grandes coisas, o meu cérebro fez birra e decidiu que eu iria bloquear na escolha das pequenas.
Mas enganem-se os que acharem que isto era um sintoma de angústia perante o acto decisório, pois estava a adquirir o gosto por tomar as rédeas da minha vida e enfrentar as suas consequências.
Contudo, como todas as coisas na vida, também às vezes queremos fazer escolhas grandes que nos dizem directamente respeito e não podemos, porque nem tudo depende somente de nós. Era o paraíso se pudéssemos decidir que o parente que está a morrer de cancro vai viver, ou que o vizinho detestável vai deixar de ouvir música pimba às nove da manhã de Domingo. Há coisas que, envolvendo terceiros, não podemos dobrar, influenciar, ou decidir. E, aqui, às vezes temos que nos sentar e esperar que a escolha seja feita por nós.
Descobri que, apesar de recear tomar grandes decisões, receio ainda mais perder a liberdade de as poder tomar. Por um lado, se isto me fez ter mais coragem para escolher um ou outro caminho sem saber de antemão o que este me reserva, também me mostrou que, por mais que queira poder escolher, há certas coisas cujo futuro apenas se sabe se não escolhermos nada e apenas nos focarmos no momento. Como tudo na vida, o meio termo é-nos imposto, no sentido em que podemos escolher umas coisas, outras não, e outras ainda, escolhem os outros por nós - num país ditador ou democrático, eu posso escolher respirar ou chorar, mas posso não poder escolher morrer debaixo de um autocarro ou ser morta numa carreira de tiro.
E ainda dizem que não se aprende nada a ler romances...
Todos temos que fazer escolhas ao longo da vida. O que vamos vestir, se viramos à direita ou à esquerda, se bebemos sumo ou água, se pegamos no carro depois de umas cervejas... As escolhas que parecem pequenas, se não soubermos de antemão que escondem consequências mais alargadas, parecem inocentes e fáceis; a estas reservamos as nossas escolhas mais distraídas e não nos preocupamos muito. Virar à direita pode implicar conhecer um amigo para a vida e à esquerda dar a vida por um estranho, e o pobre inocente, que apenas tinha saído de casa para comprar pão, escolhe uma rota sem saber o que o espera...
Ficar parado e esperar que o Fado escolha por nós é, também, uma escolha em si. Ao escolher a inacção, deixo que outras forças me rodeiem e se mexam por mim, perco e ganho oportunidades sem querer tomar responsabilidade com elas.
Ultimamente, reparei que me furto a escolhas culinárias. Não sabendo o que comer, escolho o mesmo que o vizinho. Não tendo imaginação ou grande apetite, pergunto ao cozinheiro o que ele acha que eu vou gostar e sigo o conselho cegamente. Pedir aos outros que escolham o que me entra no estômago, começo a achar, foi uma forma de lidar com as escolhas todas maiores que se estão a aproximar desta nova fase da minha vida. Ao ser obrigada a escolher as grandes coisas, o meu cérebro fez birra e decidiu que eu iria bloquear na escolha das pequenas.
Mas enganem-se os que acharem que isto era um sintoma de angústia perante o acto decisório, pois estava a adquirir o gosto por tomar as rédeas da minha vida e enfrentar as suas consequências.
Contudo, como todas as coisas na vida, também às vezes queremos fazer escolhas grandes que nos dizem directamente respeito e não podemos, porque nem tudo depende somente de nós. Era o paraíso se pudéssemos decidir que o parente que está a morrer de cancro vai viver, ou que o vizinho detestável vai deixar de ouvir música pimba às nove da manhã de Domingo. Há coisas que, envolvendo terceiros, não podemos dobrar, influenciar, ou decidir. E, aqui, às vezes temos que nos sentar e esperar que a escolha seja feita por nós.
Descobri que, apesar de recear tomar grandes decisões, receio ainda mais perder a liberdade de as poder tomar. Por um lado, se isto me fez ter mais coragem para escolher um ou outro caminho sem saber de antemão o que este me reserva, também me mostrou que, por mais que queira poder escolher, há certas coisas cujo futuro apenas se sabe se não escolhermos nada e apenas nos focarmos no momento. Como tudo na vida, o meio termo é-nos imposto, no sentido em que podemos escolher umas coisas, outras não, e outras ainda, escolhem os outros por nós - num país ditador ou democrático, eu posso escolher respirar ou chorar, mas posso não poder escolher morrer debaixo de um autocarro ou ser morta numa carreira de tiro.
E ainda dizem que não se aprende nada a ler romances...
Baú das Recordações: a Queca do Kiko
Estava eu a limpar os recônditos mais profundos deste blog, quando me deparei com este post antiguinho, ainda na lista dos não acabados. Limpei-lhe o pó, acabei de contar a história e resolvi soltá-lo ao mundo.
"A malta que me é mais próxima sabe que eu sou tarada por animais. Confesso é que, sinceramente, nunca pensei que pudesse haver animais que fossem tarados por mim... Mas assim é a dura realidade. Quem me manda ser irresistível?
Uma amiga pediu-me ajuda para tratar de um gato que estava no canil de Braga, a sofrer, recusando-se comer e deprimido. Lá o trouxe para casa. Estes lindos olhos azuis fizeram-me apaixonar por ele, e nem os seus miados constantes de pedido de atenção me esmoreceram o coração.
Este menino, que é lindo de morrer, como podem constatar, tem várias características que fazem dele um gato extremamente apetitoso (no sentido de "querido", evidentemente: se o usasse para fazer chat au gratin, suspeito que os deuses me castigavam por estar a gastar gás em vão com um nico de felídeo tão magrinho): miento, carente, ronronadeiro, amiguinho... "Peludo" constaria na lista de fofuras, não fosse eu andar a cuspir pêlos de semi-siamês sempre que lhe quero dar uma beijoca repimpada no lombo...
Outra característica dele que faz com que seja um nadinha de nada menos querido é... a sua excitação constante.
Eu pensava que o bicho miava desalmadamente porque queria festas e/ou companhia, mas afinal... as festas que sua felineza pretendia eram de outra natureza. Aqui estava um gato que sabia o que queria e não tinha medo de o dizer: amor inter-espécies!
O meu braço foi a fonte constante do interesse romântico do rapaz, que não se coibia de me puxar pela manga para conseguir o que queria. Pimba para aqui, pimba para ali, e ainda mandava vir se não me pusesse a jeito. Cheguei a estar um cd inteiro de música sem que o rapaz se cansasse de "amar" o meu braço. Ah, valente!
Claro que o bicho foi castrado. Assim ao menos acalmava. Ou pensei eu... quando o Kiko voltou do veterinário, ainda grogue da anestesia e decerto com as partes baixas doridas, a primeira coisa que fez foi... exacto. Amar-me. Raio do gato..."
de 12/05/2006
Este menino foi adoptado. Espero que a nova família tenha muitos braços para lhe emprestar...
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Pensamento do Dia
Se estás a ouvir uma rádio gótica americana online, cheia de música típica para góticos, e a publicidade mais ouvida são os cartões de felicitações que se dão aos velhinhos no hospital...
...é um sinal do Apocalipse?
...é um sinal do Apocalipse?
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
MedCINECascais
Daqui a uma hora, Cascais recebe o primeiro festival de cinema relacionado com a medicina. Vão projectar longas e curtas-metragens cinematográficas com o tema... charã, coisas médicas!
Como qualquer festival que se preze, vai haver distribuição de prémios. Mas neste caso até os prémios estarão relacionados com a medicina, sendo que se irão debruçar sobre, entre outros, a Melhor Fotografia na Medicina, ou História com Factos Médicos Mais Correcta. E depois ainda dizem que os médicos são arrogantes, querem tomar conta do resto do mundo e impõem o seu inflexível ponto de vista às outras artes...
Dado que eu acho muito bem que haja este tipo de festa temática, sugiro que se criem outros, dentro de outros temas, a ver:
Como qualquer festival que se preze, vai haver distribuição de prémios. Mas neste caso até os prémios estarão relacionados com a medicina, sendo que se irão debruçar sobre, entre outros, a Melhor Fotografia na Medicina, ou História com Factos Médicos Mais Correcta. E depois ainda dizem que os médicos são arrogantes, querem tomar conta do resto do mundo e impõem o seu inflexível ponto de vista às outras artes...
Dado que eu acho muito bem que haja este tipo de festa temática, sugiro que se criem outros, dentro de outros temas, a ver:
- Enfermagem - para não andarmos às turras com o Sindicato dos Enfermeiros;
- Trolhas - um olhar sobre o fascinante mundo da argamassa, do tijolo, e de onde colocar um sobre o outro;
- Supermercados - uma visão apocalíptica, estilo Bergman, sobre o feijão-frade em lata;
- Abóboras - só porque são cor-de-laranja e ficavam bem na câmara;
- Informática - o fascinante mundo do código binário - se a história for pouco verosímil, levas com um disco duro na cabeça.
Vá, Cascais, segurem estas ideias, que valem ouro, e 'bora fazer um festival de jeito para o ano!
Mais informações aqui.
Pensamento do Dia
Se estiveres a passear fortuitamente num local relativamente tranquilo e de repente ouvires um gajo aos berros no corredor a dizer "Vira o morto, vira-o, vira o morto!"
...é sinal que chegaste ao meu local de trabalho. Bem-vindo.
...é sinal que chegaste ao meu local de trabalho. Bem-vindo.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
A blica do menino Jesus
Toda a gente sabe o que é um menino Jesus. Mas nem toda a gente sabe o que é uma blica. Estou aqui hoje para vos tirar da ignorância e desvendar uma teoria da conspiração como nunca imaginaram! Aqui vai.
Uma blica é, numa das ilhas dos Açores que não sei precisar - perdão, sou continental, para mim são todas ao molho e fé em sei lá o quê -, um pirilau. Exactamente, algures em território do macho latino lusitano há quem se refira a um pénis pelo nome fofinho e pouco predador de... "blica." Siga.
Por alturas do Natal, é costume os ilhéus andarem de porta em porta a celebrar o nascimento do menino Jesus à boa maneira portuguesa: cravando vinho ao próximo! Assim, as pessoas vão de vizinho em vizinho, batem à porta e dizem a misteriosa senha ("Bom dia, o menino Jesus mija!"), ao que ao interlocutor cabe o papel de acenar e oferecer um copito de pinga ao indivíduo sedento.
Até aqui nada de mais, claro. Uma pessoa vai a casa de outrem, afirma que uma criança a quem muitos atribuem poderes divinos faz xixi (será por ser divina que nos espantamos que tenha necessidades fisiológicas?) e a resposta é encherem-nos de vinho... tudo normalíssimo.
Pergunto-me que raio de conspiração terrorista é esta e porque raio é uma tradição antiga! Quem raio se lembrou de comparar a urina de uma criança - com poderes mágicos ou não, não deixa de ser uma criança e duvido que tenha uvas em vez de rins - a vinho e como diabos é possível que as pessoas bebam desse néctar depois de falarem tantas vezes em xixi! Aqui vão algumas respostas possíveis:
- O padre da ilha, movido pelo Espírito Santo, resolveu castigar os bêbedos, obrigando-os a receber a bela pinga só depois da humilhação de a referir como excreções renais;
- O padre da ilha, movido por Satã, resolveu dar a entender que a blica do menino Jesus era diferente das outras, para causar temor entre os locais, mas a coisa não funcionou e toda a gente achou que era bestial terem uma criança com poderes tão bebíveis;
- Foi uma manobra de marketing por parte dos fabricantes de fontes de pedra de querubins e dos vinhos Cooperativa Vinho Regional dos Açores;
- Os açorianos vivem numa latitude que interfere com o seu bom julgamento na época natalícia - o famoso anticiclone?
- Não me ocorre mais nada. Venha um açoriano e me atire uma pedra ou dê uma sugestão!
Assim sendo, não admira que haja açorianos de bom senso que neguem esta tradição e tentem fazer ver a luz aos procuradores de xixi tinto. Aqui vai uma conversa breve que se deu na ilha de Santa Maria:
- Ah, senhora, o menino Jesus mija! - e estende o copo.
- Não mija, não, que tem a blica atada! - e fecha a porta.
Mai nada.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Inaugura hoje!
O Mosteiro de Tibães, ex-libris de Braga, é inaugurado hoje. Adoro aquele espaço, estive lá há menos de um mês e vi como iria ficar o ambiente. Quem puder que lá vá, vale a pena!
A notícia em:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/09-09-2009/renovacao-do-mosteiro-de-tibaes-termina-hoje-ao-fim-de-20-anos-17755957.htm
A notícia em:
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/09-09-2009/renovacao-do-mosteiro-de-tibaes-termina-hoje-ao-fim-de-20-anos-17755957.htm
terça-feira, 8 de setembro de 2009
"Publicidade Não Endereçada, Aqui Não"
Toda a gente já viu os famosos autocolantes amarelos colocados nas caixas de correio que recusam publicidade não desejada. Apesar de, por vezes, os distribuidores se "enganarem" e colocarem os seus anúncios de papel nas caixas de correio interditas, é um descanso saber que posso abrir o meu cubículo de metal e não ver lá uma tonelada de coisas que vão directamente para a reciclagem.
Se há coisas dessas para ambientes domésticos, porque raio não existe o mesmo sistema para veículos automóveis?! Porque raio são os meus limpa pára-brisas de acesso livre a qualquer badameco com um molho de folhas na mão? Ele é papeizinhos a mandar-me arranjar os dentes, ele é papeizinhos a dizer-me que é boa ideia emagrecer... Eu arranjo os dentes e emagreço quando me apetecer, pazinho!
A minha parte favorita vai para quando não reparo que tenho uma brochura no limpa pára-brisas e resolvo ligá-lo para limpar a vista, e eis que... papel molhado aos bocados por todo o vidro, sabonete líquido a escorrer, a escova que se mexe em sofrimento sem se livrar do hóspede indesejado, a visibilidade ainda pior do que quando tinha dois centímetros de pó ali pousados... ilumina o meu dia, a sério.
O meu carro começa a parecer uma central de restos de papel. Os leva-coisas nas laterais das portas já asfixiam com tanto papel inútil. O chão dos bancos traseiros começam a ficar bastante coloridos. Claro que nunca me lembro de levar um saco para apanhar tudo e deitar fora, e se calhar os distribuidores encaram esta confusão como sinal positivo para me encher o veículo, pobre vítima, de mais papéis...
Quero um autocolante de "Publicidade não endereçada, Aqui Não" para pôr no carro!
Se há coisas dessas para ambientes domésticos, porque raio não existe o mesmo sistema para veículos automóveis?! Porque raio são os meus limpa pára-brisas de acesso livre a qualquer badameco com um molho de folhas na mão? Ele é papeizinhos a mandar-me arranjar os dentes, ele é papeizinhos a dizer-me que é boa ideia emagrecer... Eu arranjo os dentes e emagreço quando me apetecer, pazinho!
A minha parte favorita vai para quando não reparo que tenho uma brochura no limpa pára-brisas e resolvo ligá-lo para limpar a vista, e eis que... papel molhado aos bocados por todo o vidro, sabonete líquido a escorrer, a escova que se mexe em sofrimento sem se livrar do hóspede indesejado, a visibilidade ainda pior do que quando tinha dois centímetros de pó ali pousados... ilumina o meu dia, a sério.
O meu carro começa a parecer uma central de restos de papel. Os leva-coisas nas laterais das portas já asfixiam com tanto papel inútil. O chão dos bancos traseiros começam a ficar bastante coloridos. Claro que nunca me lembro de levar um saco para apanhar tudo e deitar fora, e se calhar os distribuidores encaram esta confusão como sinal positivo para me encher o veículo, pobre vítima, de mais papéis...
Quero um autocolante de "Publicidade não endereçada, Aqui Não" para pôr no carro!
sábado, 5 de setembro de 2009
Ufa...
Há já algum tempo que tinha o Google adsense no meu blog. Era uma funcionalidade que fazia aparecer publicidade na minha página (decerto estarão lembrados dos fabulosos anúncios em português do Brasil sobre emagrecimento rápido) e a ideia era eu ganhar dinheiro com cada clique feito por terceiros. A ideia era também eu dar esse dinheiro a uma associação de protecção animal, mas infelizmente parece que o tuga médio não está interessado em emagrecer de modo brasileiro, pelo que nunca ganhei o suficiente...
Uma das regras para ter o adsense no meu blog era não poder fazer publicidade a marcas, produtos ou serviços. Tinha sempre que arranjar maneira de não falar directamente do objecto ou produto em si, o que, francamente, já se estava a tornar cansativo. Assim, resolvi retirar esse espartilho, essa PIDE internética e, daqui para a frente, passo a escrever o que me der nas reais ganas.
Por isso, aqui vai:
Opel!
Doritos!
Agências de Viagens Abreu!
Toalhitas Dodot!
Bimby!
Chocolate Continente!
Ufa, que alívio...
Uma das regras para ter o adsense no meu blog era não poder fazer publicidade a marcas, produtos ou serviços. Tinha sempre que arranjar maneira de não falar directamente do objecto ou produto em si, o que, francamente, já se estava a tornar cansativo. Assim, resolvi retirar esse espartilho, essa PIDE internética e, daqui para a frente, passo a escrever o que me der nas reais ganas.
Por isso, aqui vai:
Opel!
Doritos!
Agências de Viagens Abreu!
Toalhitas Dodot!
Bimby!
Chocolate Continente!
Ufa, que alívio...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Pensamento do Dia
Se a portuguesa comum lê as revistas cor-de-rosa para saber da vida dos famosos...
...uma gótica lerá revistas negras para saber da morte dos famosos?
...uma gótica lerá revistas negras para saber da morte dos famosos?
terça-feira, 30 de junho de 2009
Estupidez lusitana
O ISCTE fez, recentemente, um estudo no qual questionaram os portugueses acerca dos seus rendimentos e de quão satisfeitos da vida se sentiam perante a sua situação.
Resultado final: os portugueses ganham mal e porcamente, mas ainda assim consideram-se felizes.
Ou seja: além de sermos pobres, somos estúpidos - em vez de dizermos que somos uns coitadinhos, para ver se o Governo nos ajuda, dizemos que a miséria não nos tira a alegria.
Bah bah bah!
Resultado final: os portugueses ganham mal e porcamente, mas ainda assim consideram-se felizes.
Ou seja: além de sermos pobres, somos estúpidos - em vez de dizermos que somos uns coitadinhos, para ver se o Governo nos ajuda, dizemos que a miséria não nos tira a alegria.
Bah bah bah!
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Lencinho
Longe vão os tempos em que nos assoávamos em lenços de pano. Depois lá iam as nossas mães, esposas, primas, lavar a coisa à mão depois de estarem os lencinhos absolutamente encharcados, para depois no-los devolverem para recomeçarmos o ciclo. Nheca.
Infelizmente, a nova alternativa - o lenço de papel - é extremamente poluente, embora bem mais prática e higiénica. Eu, como gosto de ser ecológica, resolvi dar uma sugestão para aqueles que não querem voltar ao tradicional lencinho de pano (com monograma!), ao mesmo tempo que ajudam o planeta:
- Quando o raio do lenço de papel estiver já tão molhado que até o podias espremer... põe-no ao lado da ventilação do teu computador portátil um par de horas. Aquilo seca e podes voltar a usá-lo!
Tah-dah, Reciclagem Instantânea!
Não, não precisam de me agradecer. Não, a sério.
Lacto-coisos
Os lactobacilos são organismos vivos que povoam algumas partes do nosso corpo, nomeadamente, as fedorentas. Eu achei que estava a precisar de repovoar a minha colónia interior e, por isso, resolvi comprar umas saquetas solúveis em água na farmácia perto da minha casa.
Francamente, sinto-me uma pequena homicida. Isto de enviar "100 milhões de unidades formadoras de colónias" para aquele lugar escuro de mim (não, não é a minha consciência) tem muito que se lhe diga. Além disso, será que eu quero colónias dentro de mim? Não quero imaginar pequenos bacilos a tatuar "Amor de mãe" nos seus microscópicos bracinhos! Medo!
terça-feira, 28 de abril de 2009
Gripe suína
Anda por aí um pânico desgraçado por causa da gripe suína. Sinceramente, não percebo. Se alguém começar a grunhir está a transformar-se em porco, é dar-lhe uma paulada e deitá-lo na grelha!
(Ainda bem que não como carne... yacka)
(Ainda bem que não como carne... yacka)
sábado, 18 de abril de 2009
Pensamento do Dia
Se os Cristãos usam a cruz como símbolo de Cristo, e andam com pequenas cruzes ao pescoço para o representar...
...o peixe também é símbolo de Cristo, porque raio não anda ninguém com sardinhas ao pescoço?!
...o peixe também é símbolo de Cristo, porque raio não anda ninguém com sardinhas ao pescoço?!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Pensamento do Dia
Trabalhador, sempre que estiveres nesse teu gabinete, rodeado de quatro paredes e te sentires sozinho...
...dá um peido. Aparece-te logo gente a querer entrar e dar dois dedos de conversa...
...dá um peido. Aparece-te logo gente a querer entrar e dar dois dedos de conversa...
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Água fria da ribeira
De manhã, no outro dia, estava eu no carro a caminho do trabalho, quando me dá uma daquelas sedes. Era uma sede do tipo que nos faz pensar em pergaminhos secos na garganta, em areias áridas, flores secas e mirradas, pó milenar... vocês estão a ver a ideia.
Ora, a ideia, no fundo, é que era uma vontade desalmada de beber água, sob pretexto de sentir que a minha laringe se ia revoltar contra mim e saltar do carro em movimento se eu não a hidratasse rapidamente. Eu até tenho um carinho especial pela minha laringe, por isso, a coisa estava periclitante.
Não costumo beber nada a caminho do trabalho. Regra geral, saio de casa confortável e estou cronometrada para apenas ter sede quando me sento à secretária (eu sou assim, uma máquina bem preparada - invejem-me). Contudo, o meu mecanismo interior não estava a funcionar bem, e lá vem sede no carro. Bolas.
Haveria água a bordo? Entre uma olhadela rápida à estrada e aos bancos, estofos, de novo à estrada, chão, tapetes, estrada, chão outra vez e compartimento lateral da porta - Eureka! - lá vi, sorrindo para mim, uma garrafinha de H2O. Os deuses curtem-me.
Depois de ter feito uma manobra que iria orgulhar o meu instrutor de condução - basicamente, tirar os olhos da estrada, esticar-me para o lado o mais que conseguia sem largar o volante, ver que não chego ao raio da garrafa, largar o volante por uns segundinhos de nada e, finalmente, chegar ao malfadado objecto dos meus desejos, regressando ao meu lugar com um grito de guerreiro satisfeito (se os guerreiros forem sopranos desafinados) - lá senti a antecipação do acto de beber. A minha garganta daria pulos de contente, caso tivesse pés.
Olho para a garrafa, sorrio, olho de novo, esbato o sorriso. Argh, é aquela marca de água de canos! Raios, raios, raios! Havia, afinal, uma boa razão para a ter no carro: uma colega tinha-ma dado com a promessa de que seria a pior água de marca que eu iria provar em território nacional, e tinha toda a razão. Sabia a água espanhola ou francesa, depois de ter estado uma semana a marinar em canos de plástico velho ao sol. Blhac.
Bem, mas eu tenho sede. Um golinho de nada não me vai matar e aguento até chegar ao trabalho. Vamos lá, tu consegues. Mais manobras lindas de se ver para tirar a tampa da garrafa e cá vão uns golinhos, glu glu glu, garganta abaixo. Aaaah.
Venci a sede! Alegria! Júbilo! Euforia! Preparo-me para fechar a tampa e seguir com a minha vida bem mais húmida, quando... me cai a porcaria da tampa para o buraco sem fundo que é a zona dos pedais. Puf, lá foi aquela coisinha de plástico a rolar, gozando-me, até ao Lugar de Não Retorno. Tentava mais manobras de orgulho-de-instrutor? Se calhar nem por isso, acho que estas davam direito a bilhete grátis para o meu funeral.
Fico, então, com uma garrafa meio cheia na mão. Vamos dizer 25cls de água morna e com sabor a ranço. Nham. O que fazer? Segurá-la até chegar ao destino não é propriamente uma opção: algo me diz que estacionar com uma garrafa aberta no colo ou entre os dentes não me deve dar pontos por esperteza.
Ficar com ela na mão está fora de questão, e ainda faltam 20 minutos para chegar. Olho para a água e dou uma de Clint: "Do you feel lucky, punk?" Pensas que te ficas a rir de mim, mas não!, vou-te tramar. Bota abaixo.
Glu glu glu. Água estagnada. Glu glu glu. Mais uns goles e tens a garrafa despejada. Não esmoreças! Pensa para ti: o que faria Jesus? (Não faço ideia o que ele faria, mas aposto que não tinha bebido esta porcaria, transformava-la em champagne). Glu glu glu. Estou quase a despejar a garrafa! Não morri! Estou com cara de quem está quase em coma, mas não interessa!
Nisto, o meu carro dá um solavanco. Aparece o estupor da tampa branca, reluzente contra o tapete do carro, como quem me goza. Está ao meu alcance, a desgraçada. E eu cheia de água no estômago. "#%#&!"
Mais uma manobra arriscada, pego na tampa, fecho a garrafa e vocifero mais algumas palavras coloridas que os meus paizinhos não me ensinaram, mas que ajudam muito nestas alturas da vida.
Alguém tem sede? Ainda me sobrou um bocadinho e continua no carro à espera...
Ora, a ideia, no fundo, é que era uma vontade desalmada de beber água, sob pretexto de sentir que a minha laringe se ia revoltar contra mim e saltar do carro em movimento se eu não a hidratasse rapidamente. Eu até tenho um carinho especial pela minha laringe, por isso, a coisa estava periclitante.
Não costumo beber nada a caminho do trabalho. Regra geral, saio de casa confortável e estou cronometrada para apenas ter sede quando me sento à secretária (eu sou assim, uma máquina bem preparada - invejem-me). Contudo, o meu mecanismo interior não estava a funcionar bem, e lá vem sede no carro. Bolas.
Haveria água a bordo? Entre uma olhadela rápida à estrada e aos bancos, estofos, de novo à estrada, chão, tapetes, estrada, chão outra vez e compartimento lateral da porta - Eureka! - lá vi, sorrindo para mim, uma garrafinha de H2O. Os deuses curtem-me.
Depois de ter feito uma manobra que iria orgulhar o meu instrutor de condução - basicamente, tirar os olhos da estrada, esticar-me para o lado o mais que conseguia sem largar o volante, ver que não chego ao raio da garrafa, largar o volante por uns segundinhos de nada e, finalmente, chegar ao malfadado objecto dos meus desejos, regressando ao meu lugar com um grito de guerreiro satisfeito (se os guerreiros forem sopranos desafinados) - lá senti a antecipação do acto de beber. A minha garganta daria pulos de contente, caso tivesse pés.
Olho para a garrafa, sorrio, olho de novo, esbato o sorriso. Argh, é aquela marca de água de canos! Raios, raios, raios! Havia, afinal, uma boa razão para a ter no carro: uma colega tinha-ma dado com a promessa de que seria a pior água de marca que eu iria provar em território nacional, e tinha toda a razão. Sabia a água espanhola ou francesa, depois de ter estado uma semana a marinar em canos de plástico velho ao sol. Blhac.
Bem, mas eu tenho sede. Um golinho de nada não me vai matar e aguento até chegar ao trabalho. Vamos lá, tu consegues. Mais manobras lindas de se ver para tirar a tampa da garrafa e cá vão uns golinhos, glu glu glu, garganta abaixo. Aaaah.
Venci a sede! Alegria! Júbilo! Euforia! Preparo-me para fechar a tampa e seguir com a minha vida bem mais húmida, quando... me cai a porcaria da tampa para o buraco sem fundo que é a zona dos pedais. Puf, lá foi aquela coisinha de plástico a rolar, gozando-me, até ao Lugar de Não Retorno. Tentava mais manobras de orgulho-de-instrutor? Se calhar nem por isso, acho que estas davam direito a bilhete grátis para o meu funeral.
Fico, então, com uma garrafa meio cheia na mão. Vamos dizer 25cls de água morna e com sabor a ranço. Nham. O que fazer? Segurá-la até chegar ao destino não é propriamente uma opção: algo me diz que estacionar com uma garrafa aberta no colo ou entre os dentes não me deve dar pontos por esperteza.
Ficar com ela na mão está fora de questão, e ainda faltam 20 minutos para chegar. Olho para a água e dou uma de Clint: "Do you feel lucky, punk?" Pensas que te ficas a rir de mim, mas não!, vou-te tramar. Bota abaixo.
Glu glu glu. Água estagnada. Glu glu glu. Mais uns goles e tens a garrafa despejada. Não esmoreças! Pensa para ti: o que faria Jesus? (Não faço ideia o que ele faria, mas aposto que não tinha bebido esta porcaria, transformava-la em champagne). Glu glu glu. Estou quase a despejar a garrafa! Não morri! Estou com cara de quem está quase em coma, mas não interessa!
Nisto, o meu carro dá um solavanco. Aparece o estupor da tampa branca, reluzente contra o tapete do carro, como quem me goza. Está ao meu alcance, a desgraçada. E eu cheia de água no estômago. "#%#&!"
Mais uma manobra arriscada, pego na tampa, fecho a garrafa e vocifero mais algumas palavras coloridas que os meus paizinhos não me ensinaram, mas que ajudam muito nestas alturas da vida.
Alguém tem sede? Ainda me sobrou um bocadinho e continua no carro à espera...
As demoras
Eu sei, eu sei. Tenho andado a ser uma menina má, não escrevo. Há uma boa razão para isso, é que a minha vida tem sido, ultimamente, bastante silly-free, o que é um bocado chato quando a minha missão de vida "blóguica" é escrever disparates. Contudo, não desesperem, aconteceu-me uma coisa no outro dia que me parece ser digna de registo, pelo que cá vou eu contá-la no post seguinte. Sustenham a respiração e preparem-se para serem deslumbrados, como de costume, com a minha colorida e extraordinária vida...
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Viagens na Minha Terra
O Almeida Garret que me perdoe o plágio.
Para quem não sabe, eu ando a trabalhar fora de Lisboa há um par de meses. Isto implica que eu vá muitas vezes de fim-de-semana à capital, para matar saudades do recheio da casa. O meu relato diz respeito à última viagem, mais propriamente, ao regresso à terra do trabalho.
Ora, como devem imaginar, voltar ao Domingo ao fim do dia tende a fazer-me pensar que no dia seguinte é dia de labuta, o que já me põe com uma alegria daquelas. Entro eu no autocarro, pronta para sofrer três horas e meia de viagem, quando a coisa fica ainda melhor: a banda sonora.
"Abandonaaaaadaaaaa!"
Isso mesmo, seus portugueses cheios de cultura geral, era um Best Of da Ágata. Oh, alegria! E eu que não tinha tampões para os ouvidos... Preparo-me para um sofrimento judaico-cristão.
Entretanto, os deuses resolvem ser misericordiosos e o motorista tira o cd e dá-nos, não música, mas filme! Boa, pensei eu, deve ser uma comédia daquelas ligeirinhas. Quão enganada posso eu estar num só dia?
O filme? Tah-dah, uma coisa do Steven Seagal! Alegria a dobrar! Porrada, lutas, aquele ar de carneiro mal morto, as injustiças resolvidas pelo rabo-de-cavalo...
O melhor de tudo é que o motorista resolveu dar-nos ainda mais entretém e, tirando a banda sonora do filme, substituiu-a pelo relato de futebol.
Então imaginem isto: uma cena do filme. Ouve-se um tiro e uma mulher agarra desesperada o seu filho, gritando "Eles fizeram mal ao meu fiiiiilho!" Comovente, certo? Agora imaginem isto com o comentador da bola a gritar "Goooooolo!" - Lindo. Só em Portugal.
Quando chegamos à estação de serviço, o filme acabou. Finalmente, um pouco de descanso. Mas não! O motorista vai pôr outro. Viro-me para a minha vizinha do lado e digo-lhe que, se houvesse uma cereja em cima daquele bolo, era se o homem pusesse outro filme do Steven Seagal.
E o que é que acontece?
Isso mesmo! Outro filme do homem!
São estas as Viagens na Nossa Terra... só faltou o garrafão do vinho verde e o chouriço.
Para quem não sabe, eu ando a trabalhar fora de Lisboa há um par de meses. Isto implica que eu vá muitas vezes de fim-de-semana à capital, para matar saudades do recheio da casa. O meu relato diz respeito à última viagem, mais propriamente, ao regresso à terra do trabalho.
Ora, como devem imaginar, voltar ao Domingo ao fim do dia tende a fazer-me pensar que no dia seguinte é dia de labuta, o que já me põe com uma alegria daquelas. Entro eu no autocarro, pronta para sofrer três horas e meia de viagem, quando a coisa fica ainda melhor: a banda sonora.
"Abandonaaaaadaaaaa!"
Isso mesmo, seus portugueses cheios de cultura geral, era um Best Of da Ágata. Oh, alegria! E eu que não tinha tampões para os ouvidos... Preparo-me para um sofrimento judaico-cristão.
Entretanto, os deuses resolvem ser misericordiosos e o motorista tira o cd e dá-nos, não música, mas filme! Boa, pensei eu, deve ser uma comédia daquelas ligeirinhas. Quão enganada posso eu estar num só dia?
O filme? Tah-dah, uma coisa do Steven Seagal! Alegria a dobrar! Porrada, lutas, aquele ar de carneiro mal morto, as injustiças resolvidas pelo rabo-de-cavalo...
O melhor de tudo é que o motorista resolveu dar-nos ainda mais entretém e, tirando a banda sonora do filme, substituiu-a pelo relato de futebol.
Então imaginem isto: uma cena do filme. Ouve-se um tiro e uma mulher agarra desesperada o seu filho, gritando "Eles fizeram mal ao meu fiiiiilho!" Comovente, certo? Agora imaginem isto com o comentador da bola a gritar "Goooooolo!" - Lindo. Só em Portugal.
Quando chegamos à estação de serviço, o filme acabou. Finalmente, um pouco de descanso. Mas não! O motorista vai pôr outro. Viro-me para a minha vizinha do lado e digo-lhe que, se houvesse uma cereja em cima daquele bolo, era se o homem pusesse outro filme do Steven Seagal.
E o que é que acontece?
Isso mesmo! Outro filme do homem!
São estas as Viagens na Nossa Terra... só faltou o garrafão do vinho verde e o chouriço.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Pensamento do Dia
Se quando morremos num hospital temos direito a Certificado de Óbito...
...porque é que não temos direito a um Certificado de Garantia quando nascemos no mesmo local?
...porque é que não temos direito a um Certificado de Garantia quando nascemos no mesmo local?
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Um passinho atrás...
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Foi assim
Pois é, até as criaturas perfeitas e fabulosas como eu fazem anos.
Regalem-se com as fotografias, que com as lindas memórias fico eu!
Quem me dera ter um gravador para ouvir o Tim a tentar pedir os shots em português à senhora... "Por favor, Força no Pau!"
Regalem-se com as fotografias, que com as lindas memórias fico eu!
No restaurante de sushi. Ainda bem que continuo sem juízo apesar da perigosa passagem do tempo. Ah, e desflorei um irlandês (na arte do sushi, na arte do sushi!)
Como na anedota: "Uma miúda entra num bar. Encontra lá um português, um francês e um irlandês..."
Como na anedota: "Uma miúda entra num bar. Encontra lá um português, um francês e um irlandês..."
Quem me dera ter um gravador para ouvir o Tim a tentar pedir os shots em português à senhora... "Por favor, Força no Pau!"
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