terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Carta ao Coelhinho da Páscoa
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Petição online
Dedução de despesas com saude animal em IRS
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Cats on Drugs
Pois é. Decidi vergar-me aos senhores da indústria farmacêutica, temporariamente, e aceitar os seus pozinhos. Eis o cenário pré-droga, ou a minha justificação:
- 6 gatos, 5 semi-novos (parece que falo de venda de carros) e 1 velhinho;
- o velhote não gosta de aproximações de nenhum peludo, embora tolere a presença de alguns, desde que não se cheguem demais;
- 1 deles, novito, gosta de dar umas pantufadas valentes no velhote;
- 3 deles (dois residentes e 1 convidado) gostam de bater forte e feio noutro que, pobre, foge e se refugia nos locais menos próprios à sua saúde: topo do frigorífico, fundo do sofá...
- Gaja sofre com falta de sono, falta de sossego, falta de condições para os peludos;
- Gaja resolve tomar medidas.
E é aqui que entram os químicos. É lindo, mas agora posso dizer aos meus amigos que tenho que ir para casa, não para regar as plantas, mas para dar o Prozac aos bichos.
Assim, todos os dias, normalmente à mesma hora, lá temos o Ritual da Toma, que eu aposto que os gatos chamam Ritual de Azucrinar a Gaja. Vejam:
- Gaja pega na cápsula do medicamento;
- Gaja abre cápsula e despeja o conteúdo para uma placa de plástico, tipo assassina em filme de Poirot. Gaja evita dar risadinhas maléficas a condizer com filme;
- Gaja pega em faca e reparte as doses para gatinhos nos pratinhos deles;
- Gaja vai buscar, dis-cre-ta-men-te as latinhas de comida. Assobia para não dar nas vistas;
- Um dos gatos (o mesmo todos os dias) tem nariz de cão e detecta o cheiro da comida a 2kms. Vai a correr e lá começa a miadeira, como se o animal não comesse há uma semana;
- Gaja revira olhos. Ghaaar! Pensa, pela milésima vez, em usar tampões para os ouvidos nesta operação;
- Gaja reparte e esmaga comida, ao som dos miados. Tenta, sem sucesso, cantar (mal) por cima do barulho já existente;
- Gaja chama restantes gatinhos, tentando não fazer voz esganiçada de psicopata: "gatiiiinhos, bsh bsh bsh, andem à papiiiiinha!" Gatos mordem isco. A miadeira quadruplica.
- Gaja despeja pratos no chão e tenta não perder um dedo no meio do entusiamo felino.
- 3 minutos depois, gaja apanha pratos e lava o que resta.
- Gatos calminhos, gatos a dormir, ambiente fofinho em casa!
E dizem-me que tenho que repetir esta coisa por, pelo menos, três meses... que bom.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Finalmente...
Foi assim
Pensamento do Dia
"Não. Posso ficar antes com o dinheiro?"
George Carlin, esse génio (RIP)
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Porque ELE está em todo o lado
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Hoje é um bom dia
Porque dormi até tarde sem culpas.
Porque um dos meus gatos teve um ataque de mimo e mordeu-me o nariz.
Porque esse mesmo gato, no mesmo ataque, me babou o teclado do portátil.
Porque está sol, mas não muito calor.
Porque vou ver patinhos e dar-lhes todo o pão que não comi e congelei só para eles.
Porque vou tirar fotografias e, se calhar, desenhar.
Porque me vou encontrar logo com um tipo super divertido e... ruivo.
Porque posso. Mai nada.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Pensamento do Dia ou A Taxa
E aqui vai uma imagem de um ácaro para vos ilustrar a minha ideia brilhante e ajudar na digestão.
E aqui vai um beijinho ao Hospital de S. Marcos, o impulsionador da estup... da situação que gerou toda esta polémica de taxas e gente batida.
E... a coisa é só para mulheres, ou os homens grandes e fortes são considerados parvos se as mulheres os conseguirem magoar? Em caso de dúvida, sugiro que um homem-vítima vá ao S. Marcos esclarecer já isso.
A Tirania cibernética
O mais giro é que tenho amigos que se prestam a ser vítimas das minhas idiotices. E, pobres coitados, são vítimas da minha tirania de ciber-espaço também, o que, conjugado com um telemóvel com câmara, pode dar asneira.
Aqui está a prova.
Tenho dito.
domingo, 3 de agosto de 2008
GPS II
O aparelho GPS é o espectáculo, uma espécie de Ambrósio preguiçoso (“Digo-te onde fica, mas és tu que te arrastas até lá, seu burguês desgraçado”) e uma preciosa ajuda para quem tem – como eu – uma certa fobia em se perder em estradas nas quais não tem qualquer ponto de referência.
Hoje não quero falar deste aparelho propriamente dito, mas sim da relação que o Homem tem com ele. É uma relação com uns contornos um pouco estranhos, como não vemos em mais lado nenhum na nossa sociologia de massas. Eu explico:
-- Existem dois tipos de pessoas no mundo: os que acreditam no GPS, e os que não acreditam nele;
-- Os que acreditam nele simplesmente inserem coordenadas e vão cegamente para onde o aparelho manda, o que por vezes pode querer dizer o fundo de um lago, mas isso é um tabu e ninguém deste grupo fala nisso;
-- Os descrentes no poder do GPS recusam-se a aceitar a sua sabedoria e, quando se dirigem aos crentes desta entidade, fazem uma expressão de incredulidade e dizem: “ssssim, mas deixa-me dar-te outras indicações na mesma, não vá isso falhar…”
Agora eu pergunto: porque é que não há os Talibans do GPS? Porque é que não há guerras, batalhas épicas, discussões monumentais à pala destas diferenças ideológicas?
Só prova que nós, seres humanos, somos mesmo estúpidos. Em vez de nos debatermos em nome do pró-GPS (ou anti-GPS), andamos por aí à porrada uns com os outros por causa de uma outra coisa que nem se vê e que nos convenceram que, essa sim, é que fez e manda no mundo. Bah.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Alucinações de uma insónia sem apelo
Enquanto labutava com os lençóis, pus-me a pensar em coisas várias. Uma delas, pasmem-se, foi mais ou menos a solução para o sentido da vida. Bem, sentido da vida, vida, se calhar não era, mas seria uma coisa assim mais para o empresarial. Mais concretamente, prendia-se com as relações funcionário/patrão, e como seria possível melhorá-las de forma gigante se seguíssemos uma série de passos simples, em jeito National Geographic.
Aqui há uns dias, estava eu a ver um programa sobre animais, e vi um homem que treinava cães surdos. Se tiverem um cão surdo, e se ele se afastar de vocês, não o podem chamar de volta gritando o nome dele, por razões óbvias. Ora, o treinador tinha uma forma fabulosa de o animal prestar mais atenção, mesmo ao longe: luvas extra-grandes. A ideia é que mãos maiores fazem o cão sentir-se mais feliz e seguro, por causa de umas coisas que eu na altura não prestei atenção. O treinador fez a dona do cão calçar umas luvas brancas, aí uns três números acima do seu, e pô-la a chamar o cão com gestos efusivos. O cão veio logo a correr, feliz da vida. Funcionou!
Então, aqui temos o passo 1:
-- Sempre que precisar de cumprimentar o chefe, calce umas luvas gigantes e acene como um parvo. Não precisa de emitir sons, porque estes apenas servem para distrair. O patrão virá a trote e terá toda a sua atenção. A dele e, provavelmente, a de uns seguranças simpáticos também.
Tive uma supervisora, num dos meus últimos empregos, que senti ter imensa dificuldade em apontar os erros de trabalho ao novato e ajudá-lo. Pura e simplesmente, sentia que, se eu tivesse feito alguma coisa mal, ela sabia corrigir a primeira vez, mas depois, se eu me voltasse a enganar, ela já ficava calada, com uma certa expressão de aborrecimento, um pouco como nas relações no casal heterossexual: “Querida, está tudo bem?” “(voz irritada) Está tudo óptimo!” “(Alívio) Ah, ainda bem.” E os erros, claro está, tinham grande potencial para continuarem a dar-se.
Uma vez mais, lembrei-me dos treinadores de animais, e chegámos ao passo 2:
-- Se estiver a notar que o chefe não lhe diz alguma coisa, optando antes por esperar que que perceba por si, magicamente, o que correu mal, dê-lhe com o jornal e diga: “Chefe mau! Chefe feio! Chefe tem que explicar!” O chefe entenderá imediatamente as injustiças que andou a cometer no passado e dar-lhe-á uma prenda apropriada. Sim, o despedimento é uma prenda apropriada. Afinal de contas, ninguém com ideias assim tão originais deve ter que trabalhar nessas horríveis condições.
Quando o casal discute, se a coisa fica feia, a mulher começa a gritar com o homem se ele lhe toca: “Tu não me toques! Não te atrevas a tocar-me!” Como se o tocar fosse a ofensa extrema. Podes berrar comigo, podes partir a loiça, mas ai de ti se me tocas. Nunca percebi isso, sinceramente, mas depois pus-me a pensar, e a coisa até é capaz de ter um fundo de razão. Senão, ora pensem comigo: que sentido faria uma mulher dizer “Adalberto, vou-me chatear a sério contigo, vamos discutir à brava, mas por favor coloca a tua mão na minha mama direita enquanto berramos um com o outro.” Realmente, não faz muito sentido, pois não? Só prova que, mesmo sendo fêmea, não tenho aquele know-how de certos membros do meu género.
E eis que chegámos ao passo 3:
-- Se for mulher e se estiver a ter uma conversa chata com o patrão, mesmo a 2 metros um do outro, grite muito alto: “Não me toque! Se calhar tem razão no que está a dizer, se calhar eu até concordo consigo, MAS NÃO ME TOQUE!” Depois culpe a mãe dele/a pela pessoa que ele/a é. Vai correr tudo muito melhor. Ah, e leve o jornal, no caso de ele/a ser suicida e tentar mesmo algum tipo de contacto físico.
Se for homem, a coisa pode ser mais complicada, mas diga que se sente mais mulher hoje porque recebeu o resultado das análises e os seus níveis de estrogénio andam particularmente altos.
E pronto, aqui estão todas as ideias felizes que os meus neurónios debitaram nesta privação de sono. Espero que tenham lido tudo do início ao fim, para eu poder dormir mais logo com aquela sensação fofinha de que não só perdi o meu tempo a escrever esta trampa toda, como também fiz perder o tempo de pessoas que, antes de conhecerem o Gato Metaleiro, eram sãs de espírito.
São três e quarenta. Vou mas é dormir.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Cauda artística
Mudanças de perspectiva
sexta-feira, 25 de julho de 2008
10 razões para trabalhar com crianças
- Esta é a minha favorita, por isso é logo a primeira: se deres um peidinho, os putos nem pestanejam;
- Podes arrotar, que eles continuam sem pestanejar;
- Tens oportunidade de brincar com todas as porcarias que, quando eras pequeno(a), desejavas que existissem;
- Podes mudar as regras do jogo a meio, que eles caem sempre que nem patinhos;
- És sempre o(a) mais alto(a) da sala (pessoalmente, isto enche-me o ego, vá-se lá saber porquê...);
- Podes ir vestido de pijama e os putos acham o máximo;
- Aprendes uma data de canções que nunca te interessaste por aprender, mas que depois podes usar para azucrinar a paciência aos adultos que te irritam;
- Podes praguejar em línguas estrangeiras, que eles acham piada;
- Se não souberes explicar uma coisa qualquer, basta dizer "é magia!";
- Ficas sempre feliz, no final do turno, por o Destino te ter dado oportunidade de ver, tão de perto, a maravilha que é não ter filhos...
Agora força, tudo o que tem filhos, atirem lá as vossas pedras...
Parabéns, M&M!
terça-feira, 22 de julho de 2008
sábado, 21 de junho de 2008
Pensamento do Dia
Pensamentos desta natureza brilhante, só mesmo estando em Barcelona.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
O mundo é redondo
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Carta a Deus
Como tens passado? Espero que benzinho.
Antes de mais, terás que me desculpar por assumir, assim sem mais nem ontem, que serás do sexo masculino, mas a avaliar pela forma como deixaste este planeta evoluir, só podes ter um cromossoma Y. Não me leves a mal.
Outra coisa que quero tirar já do caminho: vou-te tratar como se fosses o Deus dos cristãos, dado que me têm sempre dito que tu é que és o verdadeiro e os outros uma fantasia pateta qualquer. De novo, não me leves a mal, mas tendo em conta o estado das coisas, não considero isso grande elogio, mas tu lá saberás como isso te faz sentir.
Andas bem de saúde? Dizem-me que nós, reles animais humanos, fomos feitos à tua semelhança. Como não fizeste um trabalho lá muito bom, e já és velhote, fico a pensar que deves ter bicos de papagaio e artroses. É uma chatice, eu sei, mas ouvi dizer que há umas pomadinhas que te poderão aliviar (ou a indústria farmacêutica é obra daquele senhor que vive naquele lugar cheio de fumo e enxofre?)
Deves estar a perguntar-te porque te escrevo esta cartinha. Não é para te pedir dinheiro (se bem que, se te apetecer ser amiguinho, eu não levo a mal) nem é para pedir que o adversário marque menos golos, ou que os Mon Chéries se vendam no Verão também. Nada disso, eu venho apresentar, se não te importas, uma pequena reclamação.
O assunto que me está a incomodar relaciona-se com a morte. Não é que seja contra a morte, nada disso. Se abolisses a morte, tinhas que abolir o envelhecimento e aumentar o número de canais de reality television, e isso deprime-me deveras (quem é te deu a ideia, afinal de contas? Foi, desculpa a sinceridade, um bocado estúpida.)
Então, dizia eu, tenho problemas com a morte. Ou melhor, com assuntos relacionados com a mesma. Incomoda-me a parte dos resíduos biológicos. Ora pensa comigo: andamos nós, gente humana, uma vida inteira a tentar esconder o pum e o arroto, a borrifar os sovacos e a tomar banho que nem uns doidos para parecermos mais cheirosos, e vens tu e crias uma regra que estraga isso tudo depois de batermos as botas. Está mal, caramba.
Eu gostava que tu mudasses isso. Das duas, uma: ou o nosso corpo ficava para sempre igual ao momento imediatamente antes da morte (olha que era giro, e repara que até te deixo a possibilidade de aniquilares aqueles de quem gostas menos em alturas mais embaraçosas...) ou então devia-lhe acontecer qualquer coisa que eliminasse essa coisa dos gases, da putrefacção e do rigor mortis. Sei lá, assim de repente, podias fazer os corpos desaparecer, que tal? Assim, puf, foi-se, e acabou, não há cá cheiros ou as chatices de termos que os guardar num local fresquinho e depois metê-los debaixo da terra. O que achas?
Acho que te estou a dar uma ideia bem gira. Podias também aplicar isso aos restantes animais, que assim acabava essa mania que os humanos têm de matar as coisas que se mexem para as meter na boca. É o meu lado de terrorismo ecológico que está a falar, se calhar. Não me leves a mal, afinal de contas, se penso assim, dizem-me que é porque me fizeste assim (não te arrependes da tua obra? Já viste as chatices que te dou?)
Além de fazeres as coisas mortas desaparecerem, também acho que devias criar uma lei universal que defina que todos os entes queridos devam receber um sms a avisar que o seu humano se finou e fez puf. Isso implica, é claro, que dês um telemóvel a toda a gente, e que nos faças nascer com um pré-programa de conhecimento de novas tecnologias. Acho que seria um bocado chato uns saberem das más notícias e os outros ficarem na ignorância (e esses seriam os menos favorecidos, e todos sabemos que os teus favoritos são os meninos e meninas bem.)
Ah, e não achas que os restantes animais também deviam ter acesso a tecnologias especiais? Imagina o mundo colorido que teríamos se os coelhos soubessem manejar uma AK-47 e um touro soubesse que botão da central nuclear é que faz a desgraça. Não era giro?
Já agora, Deus, se não for pedir muito, já que nos deste a inteligência de sabermos inventar a poluição, não queres também levá-la com orgulho para o teu condomínio fechado? É que acho um bocado egoísta da nossa parte ficarmos com toda a porcaria e pestilência só para nós, sem te darmos um bocadinho.
Olha, de resto, é como te disse de início, desejo-te saudinha e muitos amiguinhos, e que a vida te corra bem como nos corre a nós, em especial neste país que é o meu Portugal, coisa especial e próspera.
Muito carinho,
Eu, a tua amiguinha.
Espectáculo de Rua
Antes de entrar na auto-estrada propriamente dita, nós, condutores torturados, temos que passar por uma pontezinha. Essa pontezinha, como todas as que se prezem, possui um anémico passeio que a atravessa de uma ponta à outra. Outros extras incluem um gradeamento que inclina para a estrada na parte superior e grandes quantidades de monóxido de carbono, cortesia dos pouquinhos veículos que por lá passam diariamente.
Nessa manhã, eu ia com pressa. Tinha que estar num local às 9h30 e eram já 9h. Chego à ponte e deparo-me com um engarrafamento de fazer inveja a uma Nova Iorque ou Nova Deli. Cheios de originalidade, os condutores apitavam, talvez na esperança que um raio cósmico se abatesse sobre aquela zona e os fizesse levitar dali para fora. Não aconteceu.
Raios partam, pensei. Mais um acidente. As pessoas não sabem escavacar os carros em horas mais próprias, tipo... quando EU não estiver a passar? O mundo é tão injusto.
Lá seguimos todos, a farejar as traseiras de metal uns dos outros, cada condutor a passar o tempo da melhor forma - tirar coisinhas verdes do nariz, pentear o cabelo, cantar. Pessoalmente, gosto-o de passar a tentar nunca travar e rezar para que haja entidades divinas que gostem de mim e me salvem da desgraça (infelizmente, esta resolução nunca foi muito longe, sendo eu uma céptica... que pena.)
Como é normal, todos gostamos de especular acerca do que estará a fazer demorar o trânsito. Será um choque em cadeia? Um camião cheio de combustível? Uma trotinete? Quando cheguei ao local propriamente dito, vi a razão de ser daquela confusão toda e ia-me dando um treco: acidente? Nada disso. Carros partidos? Nem um.
Era um tipo que estava do lado de lá da cerca, descansado da vida, com ideias de se atirar dali para baixo!
Sinceramente, nada tenho contra o suicídio, da mesma forma que nada tenho contra quem emborca colesterol puro ao pequeno-almoço: cada qual faz o que entender com o seu belo corpinho, desde que não me chateiem. Contudo, naquela manhã em particular, eu estava chateada! Mas quem raio era o tipo para empatar o trânsito assim?! Ao menos que o fizesse atirando barras de ouro à malta!
Quem é que se decide atirar de uma ponte em hora-de-ponta? Um tipo com pretensões a actor, decidido a fazer a actuação final da sua vida? Um chato decidido a empatar a vida do próximo? Um gajo com falta de atenção?
Era ver o homem a fumar, descontraidamente, enquanto entregava o casaco ao bombeiro que estava do lado de cá da cerca. Devia ser valioso e não convinha que se machasse de sangue. Até parecia que ia de férias, o desgraçado. Apeteceu-me baixar o vidro e mandá-lo atirar-se dali às 5h da matina, e que nos deixasse, sobreviventes, em paz e sossego.
Alguém me diz porque é que o trânsito estava entupido por causa desta criatura? Que raio de gosto mórbido é o nosso, que gostamos de ver se há sangue, tripas, ou platina no asfalto? "Senhor polícia, não se importa de atirar esse bocado de crânio para aqui? É que nunca vi miolos de gente ao vivo..."
Cheguei atrasada. Tudo por causa de um tipo decidido a fazer espectáculo. Nem sei se ele teve a decência de actuar até ao fim, ou se mudou de ideias e foi para casa, descansado, fora da hora de maior trânsito, dar de comer aos filhos e rezar para que a coisa saísse no Jornal da Noite.
Haja paciência.
sábado, 3 de maio de 2008
Pensamento do Dia
...quem é que vai dormir para o sofá?
Obrigada, Tiago, por teres imensas ideias patetas.
domingo, 13 de abril de 2008
Ganda camelo!
Resolvidos os meus assuntos, dei meia volta e eis-me de volta à porta do Metro, pronta para descer para o subsolo. Vou confiante, uma empanadilha de atum no bucho.
Antes de entrar na estação, cometo o erro de olhar distraidamente para a colina à minha esquerda, e eis que...
...vislumbro um camelo.
Pisco os olhos. Um camelo? Um camelo, sim! Ali estão as duas inconfundíveis bossas, o pêlo, como manda a música, só não sei se o dito se chama Areias, mas é, decididamente, um camelo.
Páro, com um ar ainda mais aparvalhado do que o costume. Pelo sim, pelo não, resolvo piscar os olhos, não vá estar enganada. Se olhar para os lados, talvez a miragem desapareça.
Ok, o camelo continua lá. Não era miragem, ou se era, era uma teimosa.
Dois lamas.
Dois lamas?!
Dois lamas. No meio de Lisboa.
E, para se juntar à festa, três ou quatro antílopes. Tudo ali a passear-se, perto dos prédios vizinhos. Mas que raio.
Ah, e como este não é um blog de meia tigela, reparo que, afinal de contas, há mais que um camelo a passear-se pela colina, ali está o primo, e o tio. São TRÊS camelos. Vai-me cair o céu em cima.
Enquanto estou, feita parva, parada na rua a olhar para aquele monte de terra um pouco distante, a observar os animais, vão passando pessoas, que me olham como se eu é que fosse o camelo. Ou o lama. Antílope?
Mas que raio?! Teria eu tomado a medicação toda? A medicação certa? Estariam os deuses a pregar-me uma partida horrenda? Iria eu passar a ver camelos em todas as colinas de Lisboa? Elas são sete, estou tramada!
O que vale é que há almas caridosas sempre dispostas a dar-nos esperança nos momentos mais negros da nossa vida. Um homem, fofinho, olhou para mim, olhou para a colina, percebeu o meu drama, e apressou-se a explicar:
"São as traseiras do Jardim Zoológico..."
Ah.
Assobio, como se não fosse nada comigo, e enfio-me, literalmente, no maior buraco que ali foi escavado nos últimos anos, e desapareço nas entranhas da terra, ansiosa por ir ter a outro lugar qualquer. Bah.
sábado, 12 de abril de 2008
"É para adultos?"
Contudo, um amigo meu colocou-me hoje uma questão que me fez vir aqui quebrar o jejum. Estávamos à converseta por e-mail, quando ele nota, no fim, que eu tinha um link para este blog. "O que é isso?" pergunta ele, "é para adultos?"
Ora... boa pergunta.
Realmente, e pensando bem, é uma óptima pergunta, porque eu própria, a master mind da coisa, não sei responder. Olha que surpresa.
Sendo assim, então, o que raio é este blog? Espaço catártico, talvez. Local de muitas, mas muitas mesmo, asneiras? Também. Sítio onde despejo o resultado da movimentação dos meus neuroniozinhos que, coitadinhos, só vão até aqui? Resposta positiva.
Digamos, então, que este blog é um compêndio de parvoíces e não falemos mais na coisa. Esta parte da discussão está resolvida. Vamos à próxima.
Este blog é para adultos?
Bem... a primeira coisa que me ocorre, quando penso em "conteúdo para adultos", é pensar em pornografia. Isto não é pornográfico (se pornografia fosse descrita como "estupidez galopante em forma de texto", isto seria a genitália-mor do mundo virtual. Bom, "mor" não diria, mas talvez um rabo. Jeitoso, mas um rabo.) Não apela à masturbação. Espero eu. Se calhar apela, às vezes, ao amor, mas isso nada tem a ver com pornografia (Nota: Estão a ver? Eu sou gaja e estou a distinguir sexo de amor! O mundo vai acabar.)
Então... é para adultos? As crianças mais pequenas estão excluídas do público, porque tens que saber atar os teus próprios sapatos para conseguires perceber que mais valia teres comprado atacadores novos do que estar aqui a perder tempo. Também convém que tenhas menos que 90 anos para aqui andar, ou eu terei que passar a ter um seguro anti-ataque cardíaco, e isso era chato para a minha bolsa.
Tens que ter, garantidamente, a capacidade de resistir ao stress, mais do que se fosses corretor de bolsa. Afinal de contas, a minha vida é repleta de peripécias altamente espectaculares e quem as lê fica, invariavelmente, incrivelmente emocionado. Pensado melhor, talvez tenha que subscrever um seguro anti-ataques cardíacos e de parvoíce galopante. Eia.
Vamos, então, conceder que isto é para pessoas e que, quando é para animais, é para animais que sabem ler, ou gostam das imagens coloridas que aqui coloco, que sabem atar os seus sapatos, dão arrotos, uns peidinhos ocasionais (acabei de excluir as tias todas da Linha) e costumam comer, pelo menos, uma refeição ao dia, para não desmaiarem enquanto aqui navegam.
Pronto, mistério resolvido. Este blog não serve para nada. Assunto encerrado. Obrigada aos leitores selectos pela atenção. Ah, e para aqueles que não sabem ler, coloquei uma imagem bonitinha para vos entreter. Tudo para vosso conforto.
terça-feira, 18 de março de 2008
Os buracos de cada um
Haja paciência. Um Governo de Esquerda deseja entrar na minha intimidade e proibir-me de fazer piercings na língua e na área genital, sei lá porque razões. Não sei, nem me interessa. Afinal de contas, onde está essa coisa de "o corpo é meu e eu faço o que quero com ele"?
Nem é que queira furar essas zonas, mas sou do contra, e se me dizem que não, é quando me aparecem todos os argumentos a favor da coisa. Nem que o tópico seja enfiar agulhas em lugares onde, quando era criança, nunca me passou pela cabeça que pudessem, sequer, ser enfeitados com lantejoulas, quanto mais terem buracos artificiais com berloques.
Pergunto-me o que acontece àqueles que já têm os furos. São obrigados a tirá-los e a pedir desculpa por terem tido a veleidade de enfiar coisas de metal em sítios que não lembra ao diabo conservador, ou podem simplesmente atirar a língua ao Sr. Primeiro-Ministro e seguir em frente?
Moral da história: acho que este é o primeiro Governo do mundo que me quer proibir de enfiar uma barra de metal no Pólo Sul, mas que me deixa tirar de lá à minha vontade, sempre que precisar, uma criancinha às postas...
Haja uma alma caridosa
Já agora, aproveito para dizer que tenho uma prima que vai fazer as suas análises sanguíneas ao veterinário. Eu só tenho gente gira na família, pois claro.
terça-feira, 11 de março de 2008
Pensamento do Dia
Dado que ainda não inventaram daqueles autocolantes de "Publicidade, aqui não" para veículos automóveis, de vez em quando lá tenho que fazer uma limpeza étnica (leia-se, publicitária) ao meu pó-pó. Adoro. "Perca peso!" "Estás-me a chamar gorda, é?!" (o meu sonho é apanhar um destes homens a colocar um papel desses no meu carro, num dia em que esteja com SPM).
Desta vez, contudo, a publicidade era digna de blog. O tema? Higiene dentária.
A maioria dos serviços oferecidos era perfeitamente vulgar, nada que fosse digno de nota, mas houve um que me inflou a curiosidade - "Transplante de germes dentários - €47,50"
Agora eu pergunto: desculpem lá, mas eu tenho que pagar quarenta e sete euros e cinquenta cêntimos para me submeter à eventualidade de ter um veterinário potencialmente velhote, gordo e eventualmente seboso a oportunidade de me andar a dar beijos?!
segunda-feira, 10 de março de 2008
Pensamento do Dia
Tenho dito, em nome de todos os tios e tias da Linha.
sábado, 1 de março de 2008
Multibanco
Fui ao supermercado. Podia-vos oferecer uma explicação imensamente metafísica (ou tautológica, outra palavra linda de se ter num blog, dá-lhe logo outro ar de sofisticação) para a minha ida, mas além de não me ocorrer nada, a simples verdade é que precisava de pão. E azeitonas. E pasta de dentes. E queijo. E… vocês perceberam.
No fim das compras, lembro-me que tenho uma conta para pagar, e o prazo termina nesse dia. Há ali uma máquina multibanco, portanto, não é tarde nem é cedo, lá vou eu.
Está um casal a usar a máquina. Melhor dizendo, está ela a usá-la, e o namorado/marido/amante observa e tenta ajudar. Ajuda, essa, que não parece ter tido muita eficácia, pelas razões que vos passo a explicar.
A jovem não se lembrava do seu código pessoal. Digitou um número, e o monitor mostrou a famosa frase em estilo apocalíptico: “Código errado. Dispõe de mais duas tentativas”. Ela olha para o rapaz, o rapaz nada lhe diz, ela digita novo código.
Supresa! Enganou-se de novo. “Dispõe de mais uma tentativa.” É agora, ela lembra-se! Ela digita outro número! Aguardamos todos, cheios de espectativa, pelos resultados!
Ela engana-se outra vez. A profecia apocalíptica cumpre-se, e a máquina come-lhe o cartão (na minha humilde opinião, devia ter explodido, mas não se pode ter tudo). Ela fica uns segundos a olhar para o monitor, o rapaz faz o mesmo, e constata o óbvio: “A máquina comeu-te o cartão!” Apeteceu-me bater no peito e fazer “Ugh!”, mas contive-me.
Quando se fica com o cartão retido, a máquina dá-nos sempre um recibo a comprovar o sucedido, não porque possamos estar demasiado bêbados para nos lembrarmos da coisa no futuro, mas porque os senhores dos bancos não se limitam a acreditar em nós quando lhes apresentamos uma versão ligeiramente mais adulta de “o meu cão comeu-me os trabalhos-de-casa.” O recibo é, portanto, uma coisa boa, não um bicho mau que nos castiga. Vamos todos repetir, para a tal jovem perceber. Vá, em uníssono: Recibo Bom! Recibo Amigo!
Acham que ela percebeu? Claro que não, pois. Olha para o recibo, faz beicinho, olha indignada para o rapaz (algures na cabeça dela, a culpa é dele, e agora vamos esperar que os dois não vivam juntos, senão vai ser dormir sofá por uma semana) e…
…rasga o papel. Toma, que é para aprenderes, máquina de multibanco maléfica. Morre! Agora nunca mais te lembras de me comer cartões e devolver papelinhos!
Fim da história.
Sequestro simulado
Parei num canal brasileiro, que eu nunca notei existir na minha grelha de programação. Talvez se tenha materializado naquele dia só para mim. A manchete gritava que um jovem estudante (oh, horror dos horrores!) havia fingido o seu próprio sequestro. Não apanhei a explicação dada pelos jornalistas (que, decerto, seria inteligentíssima) mas, movida pela curiosidade, esperei para ver mais.
E eis que surge o pai do jovem, que nos oferece um momento precioso de partilha e nos dá a sua opinião científica. Afinal de contas, quem fez asneira (e foi apanhado, crime dos crimes!) é sangue do seu sangue e é preciso salvar as honras ao convento.
E porque é que, perguntam vocês, a opinião do pai é científica? Pois bem, porque ele afirma, com um ar extremamente convicto, que a razão para o “acto um pouco estranho, mas evidentemente desculpável” (pois, mas se fosse filho de outro...) da sua descendência era… a Internet! Ficámos todos muito mais descansados.
É verdade, o coitado do rapaz foi exposto a essa coisa malévola chamada Internet, o flagelo do mundo moderno, a raíz do mal, e nunca mais foi o mesmo. Ficou com ideias na cabeça. E resolveu simular o seu próprio sequestro. Faz todo o sentido.
Aqui a vossa amiga, que por acaso até olhou para a televisão quando o senhor disse isso, reparou que a legenda da notícia era “Pai de Sinfrônio culpa Internet”.
Ah. Então é o Sinfrônio, pobre vítima da Internet.
Vou oferecer aqui a minha opinião profissional. Diagnóstico: vítima do mau gosto do pai! Com um nome daqueles, admira é que não tenha antes simulado um suicídio...
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Pensamento do Dia
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
A aventura a caminho dos Algarves
Ontem tive que me deslocar ao Algarve para tratar de uns assuntos urgentes. Como porca capitalista que sou, ignorei a possibilidade de ir de transportes públicos (afinal de contas, o Algarve só existe em Agosto, ergo, os transportes de massas para lá também só se materializariam na mesma época…) e peguei no carro. Pus-me a caminho.
O primeiro relato digno de nota foi eu ter morto um pássaro. Não tive a culpa, o bicho fez mal a curva na estrada e, não conseguindo fugir ao carro, foi sugado para debaixo do capot. No entanto, apesar de ter a plena consciência que não havia nada que pudesse ter feito para evitar o fim ao animal, fiquei muito triste.
Os deuses, provalmente conscientes do meu beicinho*, resolveram ocupar-me a mente com outras coisas, e eis que a minha bexiga começa, vinda do nada, a queixar-se que precisa de ser despejada urgentemente. Estação de serviço a 10kms.
Chego ao destino, e vou logo para a casa-de-banho. A estação de serviço estava quase vazia, pelo que não foi surpresa não haver ninguém a usar as instalações sanitárias. Fiz o meu xixizinho, e o alívio fez-me subir a estupidez ao de cima.
Estava a dar uma música qualquer idiota, e eu resolvi ser duplamente idiota e dançá-la. Saí da cabine que estava a ocupar e dou conta de uma mancha de forma humana no lado oposto, mas só uns seis segundos depois de já estar a fazer figuras tristes. Raios, penso, fui apanhada. É engraçado como a mente humana funciona, não me importo de contar aqui as figuras de urso que faço, mas quando sou apanhada ao vivo a fazê-las, a história é outra.
Bem, paciência, suponho que as hipóteses de esta pessoa vir a ser alguém com uma importância-chave na minha vida é quase nula, por isso, que se lixe. Se me viu a dançar um pouco, pode ver mais. Fingi que não se passava nada, não olhei para a mulher, e continuei a minha dança parva enquanto lavava as mãos.
Contudo, volvidosuns segundos, o meu cérebro regista que há ali qualquer coisa estranha, que foi: a fulana estava ali, não fazia barulho, mas também não fechava a porta. Ora, se não fecha a porta, é das limpezas, mas se é das limpezas, como é que não faz barulho?
Virei-me. Não era uma mulher. Não estava nas limpezas. Era um homem. De costas. Com a cara virada para mim, a mirar-me com cara de caso. Com as calças em baixo. De rabo de fora.
“Isto não é a casa-de-banho dos homens?”, pergunta ele, atrapalhado, enquanto puxa as calças para cima.
Eu fiz automaticamente um ar de gozo (terá sido dos nervos?) e que disfarçou o pensamento-relâmpago que tive: querem ver que me enfiei eu no local errado? Olhei muito rapidamente à minha volta.
Quando percebi, respondi, aliviada, ainda com cara de gozo: “Não está a ver aqui nenhum urinol, pois não?” Os urinóis, essas benditas invenções, são o meu indicador de casa-de-banho de gajo. Sim, porque obviamente que já precisei desta valiosa informação para me dar conta, no passado, que me tinha enfiado, por engano, no WC alheio…
O homem murmura umas desculpas a meia voz, enquanto acaba de prender as calças e sai porta fora. Não parecendo ter confiado na minha sapiência em tom de urinol, lá vai o desgraçado confirmar que o engano é dele. “Pois,” oiço-o dizer lá fora, “enganei-me.”
Pois é. Mas se julgam que aqui fica o fim do meu relato, eu tenho, na verdade, algumas questões a colocar aqui!
- Como raio é que um homem, não vendo urinóis, não se apercebe que está algo errado?
- Como é que esse mesmo homem, não vendo urinóis, resolve usar uma sanita para fazer o mesmo que num urinol, mas não fecha a porta?
- Porque raio é que, se ele estava de pé, sinal de que ia verter águas, o rabo dele estava de fora? Não é suposto um homem masterizar a técnica da breguilha?
- Quem é que lhe disse que, vendo uma pessoa do sexo oposto, a melhor estratégia é ficar muito quieto e muito calado, esperando que isso sirva para despistar a outra pessoa?
- Tendo em conta o ponto 4, será que há homens que acham que a mulher é tipo T-Rex, ou seja, que só vê objectos quando eles se encontram em movimento?
- Porque raio perco eu tempo com estas inutilidades e, melhor ainda, porque raio as escrevo?
Aqui ficam as minhas dúvidas metafísicas. O que se passou, pergunto eu? E não, não era um exibicionista a fazer das suas.**
* - Só para esclarecer: sim, fiquei mesmo triste pelo pássaro. Tenho sempre pena quando um animal morre para rigorosamente nada, e ter sido eu o veículo (quase literalmente) responsável deixou-me de sobrolho carregado.
** - Como é que eu sei isso, perguntam os mais obstinados? As nádegas do homem não mentiam…
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Manual das escusas
- a criação de um culto religioso no qual o centro é uma amiga nossa (o mau feitio ocasional dela torna-a um ícone religioso perfeito);
- a némesis dessa amiga (porque não pode haver o Bom sem o Mau, dizem-nos as BDs);
- alho;
- latas de comida;
- um jovem robusto;
- o tempo;
- os meus ouvidos.
Tema puxa tema, e ela menciona uma certa nostalgia pela sua infância, quando ainda tinha aquela ingenuidade que nos permite fazer umas diabrices e ter desculpa. Não te apoquentes, retorqui eu imediatamente, eu apresento-te as alternativas modernas! Partilho convosco.
O título deveria ser algo como "Manual das Desculpas Para Termos Feito o Que Quer Que Seja Que Tenhamos Feito, e Que Nos Poderá Meter Em Apuros Se Não Tivermos Um Bom Argumento Defensivo." Em alternativa, e porque eu gosto de descansar os vossos neurónios, podemos designar, singelamente, esta obra de génio como "Manual das escusas". Aqui seguem os itens desculpatórios:
- Síndrome Pré-Menstrual - ah, aquela condição feminina embrulhada em mistério para os homens, e que serve para tanta coisa... Se for homem, pode sempre referir que isto o tem apoquentado sempre, apesar da mudança de sexo;
- Stress agudo - esta problemática tão moderna, que pode ser aplicada a tudo e mais alguma coisa... não esquecer a utilização da palavra "agudo", tal como se usa o "activo" nas propriedades dos detergentes. Senão, não funciona;
- Stress esdrúxulo - para os mais valentes. Façam um ar de cientista conceituado e bi-vencedor de Nobel com esta, senão pode correr mal;
- Síndrome vertiginoso - atenção: se os seus rendimentos anuais forem parcos, abstenha-se de usar esta desculpa. Aparentemente, isto só dá aos ricaços - o resto da malta limita-se a ter reles "tonturas";
- A pílula - toda a gente sabe que a pílula é o demónio. A Igreja confirma. É por tomarmos isso que nós, fêmeas, ficamos loucas num minuto e fofinhas noutro, facto cientificamente comprovado pelos mesmos senhores que afirmam não haver relação entre a poluição e o aquecimento global. Os homens também podem usar esta desculpa, mas convém usarem soutien enquanto a verbalizam;
- Insanidade temporária - alternativa ao item 5, para os homens mais mariquinhas. As mulheres não podem usar esta, porque é universalmente aceite que ser gaja e insana é um facto, não uma desculpa - novamente, os cientistas do item 5...;
- Ler O Nicho do Gato Metaleiro em demasia - na minha opinião, a rainha das desculpas. Contudo, se tentar esta, aviso que irá um homem corpulento e pouco ciente da sua higiene pessoal bater-lhe à porta e pedir uma contribuição para este blog.
Não se esqueçam de me contar a vossa experiência quando aplicarem estas ideias brilhantes.
Vão visitar, se faz favor
Quem espreitar este blog com um bocadinho de atenção verá que a causa animal não me é, de todo, indiferente. Sim, porque esta carinha laroca não é só ar, maquilhagem e o ocasional pêlo de gato errante, também tenho que ter alguma coisa de interesse para mostrar ao S.Pedro quando lhe fizer truz-truz na portinha daqui a uns valentes anos (ignorem o comentário aqueles que souberem que sou pagã. Grata.)
Assim sendo, vou publicitar descaradamente o nascimento da versão em inglês do site Animais de Rua, dirigido ao público anglófono a viver em Portugal e que deseje ajudar a causa deles.
Porque é que eu quero, exijo e mando que todos os meninos e meninas espreitem a coisa? Porque fui eu que fiz a tradução, pois então. Como vêem, eu até sou benemérita, estou-me abertamente a oferecer como alvo para as vossas críticas e comentários de melhoria.
Visitem, divulguem, mostrem aos amigos tugas e bifes. O Animais de Rua trabalha para uma causa nobre e todas as ajudas são preciosas.
Então, ainda aqui estão?!
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
De que é feito um filme - parte I
Indo ao que interessa, falemos do tema da coisa: filmes. Estávamos na converseta, quando assunto puxa assunto, e o Tiago chega à conclusão que todos os filmes mais actuais acabam por ser uma versão apenas ligeiramente modificada de filmes antigos.
Vejamos, então, a confirmação da ideia dele:
Pearl Harbor - Titanic dos aviões
Rapaz conhece rapariga, rapariga quer rapaz, coisas más acontecem, rapaz e rapariga têm direito a apenas breves momentos de felicidade. O drama! Num filme o climax é a guerra, no outro é um iceberg. Pimba.
O Sorriso de Mona Lisa - Clube dos Poetas Mortos, versão estrogéneo
Pessoa visionária dá aulas a alunos sedentos de conhecimento e de modernices/a alunas espertas mas arreigadas aos bons costumes de antigamente. Pessoa visionária encaixa-se um pouco mal no meio dos alunos, a início. Pessoa visionária leva raspanetes de pares e director da escola. O climax de um é um suicídio, no outro é um divórcio. Dou a mão à palmatória: não há, no Sorriso, frase tão emblemática como o "Captain, my captain!"
Então, que tal, o rapaz tem razão?
Por hoje, meninos e meninas, ficam aqui estas duas amostras. Se tudo correr bem, mais serão acrescentadas à medida que a cuidadosa análise desta vossa mui humilde semi-escritora for avançando.
Et voilá!
A Gerência tem nova imagem
Agora acho que está muito melhor, cheio de coisas que me fazem soar infinitamente interessante e pedante. É agora que este blog vai ser projectado para o Espaço (mais não seja, para ser esquecido para todo o sempre)...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Pensamento do Dia
(perdoem-me, mas às nove e tal da matina, é o melhor que consigo...)
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Cartão multibanco
Entretanto, tendo-me dado conta que não sabia o PIN novo (porque nunca recebi nada pelo correio), resolvi dirigir-me a um balcão do meu banco para saber se era possível sabê-lo lá, ou se me podiam atribuir um outro PIN, ou qualquer coisa que o valesse. Retrato aqui a seguinte conversa, com alguma liberdade criativa:
- Bom dia.
-Bom dia. Em que posso ajudar?
- Passa-se o seguinte: o meu cartão velho vai deixar de funcionar amanhã e acabei de reparar que o novo não veio com PIN, e precisava de um novo.
- O PIN é o mesmo de sempre, minha senhora.
- "O mesmo de sempre", como assim?
- Sim, é o que lhe foi atribuído de início, desde o primeiro cartão que tem.
- O original?
- Exactamente.
- Mas eu não uso o PIN original, mudei o número para outro mais conveniente para mim...
*Cara de afronta* - Ah, e não se lembra qual era?
*Cara de espanto* - Se o mudei porque não queria decorar um número novo, é óbvio que não me lembro dele, não acha?...
- Não guardou o papel original?
*Cara de espanto maior* - Claro que não, então vocês não pedem sempre aos clientes que destruam o papel por razões de segurança?!
*Cara de político que esconde escândalo sexual* - Pois, certamente. Pois, se não tivesse mudado o código...
*Cara de quem vai explicar algo a um menino muito burro e muito pequenino* - Oiça, nas caixas Multibanco é-me dada a opção de mudar o código, certo? Certo. Eu mudei o código, e de forma perfeitamente legal, ou seja, com o vosso aval. Agora vem-me dizer que posso mudar de código, desde que decore o antigo? Então para que o mudo em primeiro lugar, porque é fashion?!
*Cara de afronta de novo* - Certamente que não, minha senhora. Deseja pedir um cartão novo? Implicar-lhe-á custos.
*Cara de Zé Povinho* - Oh que espanto, eu ter que pagar por uma estupidez vossa...
Enfim, mais palavras para quê?...
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
O Restaurante Nepalês
Um amigo meu foi acometido por aquele sentido de aventura que corre nas veias de todo o lusitano decente e foi a um restaurante nepalês. Ir a um restaurante nepalês, quer-me parecer, indica que temos que ir preparados para ver a presença de comidas exóticas e impronunciáveis na ementa, como lentilhas cozidas em buracos de lama, ou iguarias afins.
Porém, nada, mas NADA o preparou para a bebida que ele viu na ementa nepalesa. O que seria? Leite de iaque aromatizado com tâmaras avinagradas?
Não... Sumo de laranja natural.
Mas então, o que há de exótico no sumo, perguntam-me vocês?
Só lendo...
Bebam por vossa conta e risco!
domingo, 20 de janeiro de 2008
As verdadeiras origens da ASAE
sábado, 19 de janeiro de 2008
O cogumelo que veio do espaço
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
...
Se eu pedir agora mesmo uma fortuna imensa e incalculável, acham que os gnomos da sorte também ma dão?
Vou ali esperar deitada e já venho...
Momento paranóia
FUJAM!!!
A Internet faz-me mal à cabeça, está visto.
Danny Cavanagh
Para quem sabe do que falo, aqui ficam algumas imagens de um dos melhores momentos musicais da minha vida.
Gatos Metaleiros
Cubro a minha cara com o véu da vergonha e redimo-me com uns momentos felídeos. Espero que apreciem.
O persa mais metaleiro que conheço.
"Sim, pah, é um urso, algum problema?!"
"Muahahahah, sou mau, sou o rei dos maus, estou em cima de um cão e ele nem pia!"
"A não ser que me estejas a prometer comida, não é com essas falinhas mansas que me convences a descer..."
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
GPS
- Se nos enganarmos, o GPS não devia ficar impávido e sereno. Deveria haver o modo "esposo" ou "esposa", para aqueles que viajam sozinhos mas têm necessidade de companhia, que nos gritasse, sempre que virássemos no local errado: "Mas és estúpida? Eu não te disse que era nesta rua? Avisei-te há QUINHENTOS metros, pelo amor dos santos! É sempre a mesma porcaria! Mas porque te deixo conduzir?!"
- Caso o GPS tenha a funcionalidade nº 1, sugiro que também seja à prova de choques.
- Sem nos avisar, o GPS devia obrigar-nos a fazer desvios só porque há ali, a uns meros 100kms, uma fontezinha milenar mesmo gira, mesmo que tenhamos deixado claro que temos pressa. Afinal de contas, quando morrermos, é este tipo de recordações que levamos para a cova.
- Se estivermos num troço de estrada particularmente difícil, o GPS devia obrigar-nos a fazer um Sudoku antes de nos dizer onde temos que ir a seguir. Uma vez mais, observar a funcionalidade nº 2.
- Se estivermos parados há mais que dois minutos no trânsito, o GPS devia cantar para nós. Sugiro a minha amiga Sónia como voz (por favor, observar MESMO a funcionalidade nº 2!)
- A fim de nos ajudar a enquadrar melhor nas culturas dos países visitados, a língua do GPS devia mudar para a do país onde estamos. Além disso, frases vernáculas deveriam ser acrescentadas, para nos imiscuírmos melhor com os habitantes locais.
- Dói-me a cabeça.
Eu sou uma pioneira e os anos dar-me-ão razão...